por Telmo Alves (*)
Primeiro vou contar um fato antigo, para depois entrar no assunto que quero levar para reflexão de todos.
Em 1970, quando cursava o primeiro ano de medicina na UFPA em Belém, o professor Amaral Costa, titular da cadeira de Parasitologia, falou durante uma aula que haviam encontrado um barbeiro (Triatoma infestans), inseto que funciona como vetor da doença de Chagas, contaminado como o agente etiológico da doença (Trypanosoma cruzi), em uma lona de caminhão, nos arredores da estação rodoviária de São Braz.
Informava também aos neófitos estudantes de medicina que no Pará de então já existia o barbeiro, porém não existia o agente etiológico, logo não havia doença. E complementava a informação dizendo que o barbeiro contaminado foi trazido através de um caminhão de cargas usando a rodovia Belém-Brasília, e se arriscava afirmar que brevemente teríamos doença de Chagas em vários pontos do Pará.
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A realidade, hoje, todos conhecemos: doença de Chagas em quase todo o estado, inclusive em Santarém.
Esse fato me veio à mente porque no domingo passado fui até Alter do Chão, e me chamou atenção vários cavalos mecânicos, provavelmente pertencentes às carretas que transportam soja de Mato Grosso para o porto da Cargill em Santarém.
Eles se encontravam totalmente sujos, com o barro que trouxeram da estrada, e estavam estacionados na orla da vila, no final da rodovia Everaldo Martins. O fato de serem veículos pesados já imprime o risco de comprometer a estrutura física daquela orla. Sabemos que em muitas cidades que possuem estruturas arquitetônicas parecidas com aquela não permitem transitar naquela região, nem veículos leves.
Será que não está na hora de normatizar o transito de veículos em Alter? Não seria bom pensar em determinar um lugar para que esses cavalos mecânicos fiquem estacionados longe da orla, enquanto seus ocupantes desfrutam dos prazeres do chamado pelos tolos de Caribe Brasileiro?
Será que não seria conveniente a autoridade sanitária municipal determinar que esses veículos para transitar em outros pontos que não a rodovia e o porto passassem primeiro por uma lavagem, em locais e estabelecimentos apropriados? Sabemos que infelizmente, e com maior intensidade nos países pobres, junto com o desenvolvimento econômico, surgem mazelas de todas as ordens, inclusive sociais.
Quando voltava da vila presenciei outro fato que também merece preocupação. Encontrei um último cavalo mecânico ainda provavelmente dirigindo-se para Alter, na rodovia Fernando Guilhon, entre os bairros do Amparo e Maracanã, parado com a porta do passageiro aberta conversando com várias jovens do sexo feminino, algumas com aspecto de menor de idade, como se as estivesse convidando para um passeio.
Isso é algo que o Conselho Tutelar tem que ficar atento, pois sabemos que nas cidades portuárias a prostituição infantil tende a aumentar, assim como as DSTs, inclusive AIDS.
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* É médico.
Isso mesmo Dr. Telmo.
Na semana passada a caminho da Faculdade às 19horas passei por um desses cavalos, tive medo de ser jogada da motocicleta.
Esses cavalos mecânicos estão acabando com nossa cidade, mal terminaram de recapear o asfalto da BR 163 (Santarém Cuiabá), e já está em péssimas condições novamente, além de trazer perigo ao trânsito, agora estão passeando por toda a cidade. Cadê as autoridades, estão fechando os olhos pra isso!!!
Vira e mexe está acontecendo reuniões na Cargil, com empresários e representantes de municípios. Para quê será?
Boa coisa não deve ser!
Ana Cláudia.
Muito pertinente sua exposição. Concordo plenamente, as autoridades tem que regulamentar o trânsito o mais rápido possível, enquanto ainda há tempo, depois pra mudar fica muito difícil.
O Dr. Telmo tem toda razão. A administração da PMS, tem que tomar providencias urgentes, para regulamentar esta rotatividade de carretas na região urbana e metropolitana de Santarém sim.
Lendo o post do Dr Telmo , concordo que seja tomado uma atitude quanto ao acesso dos cavalos mecânicos na tão falada Alter do Chão ,
E também por ordem quanto quanto a um bando hippies imundo e sujos que estão alojado importunando a vida de de quem chega para desfrutar da beleza .
Na semana passada estive em alter para almoçar com um amigo que vei de Campianas, onde almoçamos num restaurante que fica na esquina da praça , gente o que tinha de hippies não era brincadeira e até o amigo falou ” nossa tanto hippies aqui ” e até falei que deveria ter 5 desses sujos por M² .
Ai pergunto , de quem seria a responsabilidade Poder público , Moradores de Ater do Chão a botar ordem na tão falada ilha ?
O PREGUIÇA, ainda não definiu onde os cavalos mecânicos vão estacionar, já as Éguas mecânicas já estão com lugar garantido em sua residência , não é Celinha?
NA AV.TAPAJOS ESTA ACONTECENDO A MESMA COISA PRINCIPALMENTE ANOITE .(LEIA SE ORLA)
Outro dia vi vários desses “cavalos mecânicos” pela orla de Santarém. Tá na hora de colocar regras, afinal aqui não é curutela de garimpo.
O pessoal da APA poderia, muito bem, impor normas para a trafegabilidade dos CAVALOS MECÂNICOS na orla de Alter de Chão? Ficamos cobrando de autoridades aquilo que podemos fazer.É necessário que atuem conjuntamente a APA e nossas autoridades.
No PU da APA, construído e aprovado em novembro de 2012 por mais de 100 moradores, lideranças e representantes das 9 comunidades da APA Alter do Chão, está escrito:
Art. 72 – § 4°. É proibido o trafego de caminhões e ônibus na Orla de Alter do Chão, na Rua Turiano Meira (Rua da Matriz), e travessas abaixo dela, com exceção do transporte escolar local, serviços emergenciais, de abastecimento do comércio, obras e construção e de coleta do lixo. O abastecimento do comércio não é permitido nos fins de semana.
Cumpra-se!
Dr. só para ilustrar seu posicionamento, no domingo passado o prefeito de manaus Artur Virgílio multou pessoalmente um desses cavalos que transitava pela ponta negra, acho que falta atitude do prefeito Alexandre Von para delimitar uma área onde esses cavalos possam ficar sem prejudicar e poluir visualmente o balneário.
Dr. Telmo deve ser morador do “Caribe Brasileiro”
Ainda um lugar privilegiado para quem mora nesse município.
Portanto é mais que louvável essa sua defesa de Alter do Chão, que não tem condições de suportar o fluxo de meios pesados.
Mas aqui, no coração da EX Pérula do Tapajós ….. faz tempo que temos carretas trafegando a toda hora e se enfiando em todo que canto. O Fluxo é impressionante mesmo a BR 163 nem sendo completamente asfaltada.
Alem do problema de ter que oferecer “estacionamento” e “diversão” para os caminhoneiros, a cidade NÃO COMPORTA a invasão dessa cavalaria, que ocupa seus espaços sem regulamentação nenhuma.
Desse jeito o “agro negocio” que já domina “economicamente e politicamente” Santarém não vai demorar muito tempo para destruir o que ainda resta da malha viária e da rede urbana, além do tecido social claro.
A MUTAÇÃO de PÉRULA para GRÃO do Tapajós já avança a passos de gigante.
Fazer o que ?
Precisamos de Propostas !
Tiberio Alloggio
Este turismo popular que estes eventos proporcionam, não acrescentam em nada a não ser para meia duzia de Boteiros. Em vez de nivelar o perfil do turista para cima, descem o nível para o mais popular e mal educado , que nada agregam e só emporcalham a Vila.
Uma das mais belas vistas era a chegada pela estrada e se deparar com aquele maravilhoso quadro da Praia,Lago e a Serra ao fundo. Hoje, aquelas emporcalhadas barracas que a administração local divide entre os seus Puxa-sacos roubaram essa preciosa cena.
Recentemente um morador da Vila foi reclamar da falta de higiene de um Treiler de Tapioca porque as mesmas mãos que pegavam o dinheiro faziam a Tapioca, e deu um barraco danado. O cidadão, que é um bem nascido advogado e empresário de Belém e dono de uma linda propriedade em Altér do Chão, foi humilhado e acusado de “violência” em virtude do seu protesto que,obviamente, não agradou aquele imundo ponto de venda de Tapiocas. Para completar, foi arbitrariamente e truculentamente incomodado por um corrupto sargento chamado Gentil e seus comparsas. Ao questionar este despreparado PM sobre qual delito havia cometido por reclamar da higiene e seus Direitos Constitucionais , disseram que nenhum mas que estava detido por desacato a “autoridade” (SIC). A bronca foi bater na Corregedoria na Capital e o Cidadão desiludiu-se com Altér do Chão e está negociando sua propriedade.
Isso. Nivelar o turista pra cima. Concordo. Nos ultimos anos Alter do Chão foi palco de eventos para agradar eleitores. No Sairé e no Carnaval onibus à disposição de hora em hora a preços baratos para atrair e agradar a todos. Dai a leva de gente uns com o intuito de apreciar e se divertir outros, a maioria, para se embebedar e avacalhar a vila, o sossego das pessoas, provocar brigas, sem retorno financeiro nenhum pra vila. Fora isso tudo o excesso de musica, patrocinado pelo poder publico na pequena orla desde o meio dia are altas horas da noite , abrindo precedentes para os carros particulares com volumes na extratrosfera. E pior , sem ter a quem apelar. Como proibir os sons berrantes dos carros particulares se o proprio poder publico promovia som berrante o dia todo? E a praia, a principal atraçao daquele jeito que todos já sabem. Nessas horas ninguém queria desagradar ninguém . Os barcos ancorados na frente da Vila com cordas amarradas nos frágeis guarda corpos. É evidente que o turista que está acostado com coisa boa e de qualidade vem uma vez e não volta mais. Conheçi varios que abandonaram o pacote no meio e se mandaram.
De noite não conseguiam dormir e de dia não podiam ir à praia, pelas condiçoes. E não estavam a fim de escutar som alto dia e noite.
Corrigindo…. digo , turista acostumado…. digo, conheci…
santarem esta um cal alias um caos!!!!!!kkkkkkkk!
Querido Celivaldo, depois de ler a parte inicial de seu comentário, o “refúgio de lazer e paz” do final soa meio estranho, não? Queridíssimo Dr.Telmo, há uns dez anos escrevi no Gazeta, “Espinhas da Adolescência” e nele descrevia meu primeiro encontro com Alter que naquela data faziam exatos 18 anos. Naqueles 18 passados, estava com meu pai (o que já era suficiente para dar importância e beleza a qualquer evento). O cicerone então apresentou lugares e amigos “boraris”, o que comentei no artigo, além de ficar longe minha descrição do encantamento do lugar, com sua pracinha, com as mangueiras, com os peixes que, à vista da àgua transparente, com pavulagem desenhavam coreografia de dar inveja às nossas ginastas olímpicas. Verdadeiramente um “refúgio de lazer e paz”. O nome do escrito, “Espinhas da Adolescência”, referia-se ao descuido que naquela época já era grande com descarte de espinhas de peixe na areia, tanto por frequentadores, quanto pelas barracas. Hoje a situação é caótica! Já passou da hora de socorrerem Alter! A primeira medida é a retirada das barracas da Ilha do Amor. Depois, os caminhões citados, a manilha do hotel despejando esgoto na orla, os travestidos de hippies, etc etc etc. No Rio tenho amigos que trabalham com turismo. Quando perguntado sobre esse destino, respondo que só se eles quiserem perder o cliente. Também nas minhas últimas idas à Santa não tenho ido à Alter. Conhecer o que meu pai me apresentou e hoje, dá vontade de chorar. Alias, hoje vou à Santa não pelos lugares – todos, sem exceção, de causarem tristeza pelo que já foram -, para estar em família e rever amigos e, neste tópico, lamento que nunca te encontro. TAPAJOARAMENTE AZUL,
Isso é progresso. Com aumento de cavalos mecânicos transportando grãos para Santarém é eminente que veremos estes veículos em vários lugares da cidade e vizinhanças, cabe às autoridades responsáveis e donos de estabelecimentos comerciais se adequarem para que recebam os mesmos. E quanto ao peso, um cavalo mecânico desatrelado, sem o reboque ou semi reboque, tem o peso equivalente à um caminhão 3/4 carregado, ou seja, o que vemos em Alter do Chão aos montes, até na Orla da Vila.
Quem tem que se adequar à cidade são os forasteiros e não o contrário. Não é a cidade que tem que se adequar ao caos.
Doutor Telmo,
É estarrecedor como somos condescendentes com o que muitos chamam de progresso e espero que as autoridades, a partir de sua denuncia, tome imediatas providências sobre fatos tão graves, pois concordo que todos nós somos responsáveis em “fiscalizar” , mas se denunciamos e nada é feito, por quem tem obrigação e responsabilidade de fazê-lo, então precisamos rever as nossas escolhas.
Parabéns pela denuncia!!!
Edna Marzzitelli
Caro Telmo.
Perfeito teu texto e seu contexto. Aliás, Alter do Chão precisa urgentemente de disciplinamento geral, a começar pela população da vila. É o tráfego de veículos pesados, é a presença incômoda de uma ‘coivara’ de hippies sujos (como diz minha amiga Lúcia Melo) que tomou conta da vila como se sua fosse, dos carrões com som alto, da melhoria dos serviços, principalmente atendimento, nas barracas das praias, na limpeza urbana da vila. Tudo isto depõe contra a vila e contra seus moradores, como bem disse o Sebastião Rodrigues, que não se assanha mais para trazer turistas para o Sairé. E não adianta colocar culpa em ninguém, todos são responsáveis, todos são culpados e todos precisam se mobilizar para dar a este lugar, o devido lugar que tem merecido e feito aparecer para todo o mundo como refúgio de lazer e paz.
Dr. Telmo,
Com relação ao assunto, tenho certeza que a Vereadora Ana Elvira/PT, protocolou no plenário do Legislativo Municipal, salvo engano, no mês de junho passado, um requerimento pedindo providências junto a SMT e SEMMA, com relação ao estacionamento desses veículos. Vou pesquisar se houve algum tipo de resposta por parte das secretarias, pois providências, pelo visto nunca foram tomadas.
Seu texto é pertinente, há anos que não vou em Alter do chão e como profissional de turismo, não vendo com destino turístico, fui vencido. Esse tal Saire está cortado da pauta de eventos da empresa que eu trabalho. Os últimos anos que recebi pessoas que Alter do chão estava no roteiro(período do Sairé), meus clientes saíram falando cobras e lagartos, não gostaram, alguns anteciparam o retorno. Nunca mais!
Sebastião Rodrigues