por David Marinho (*)

Já é histórico que, nas enchentes ocorridas acima da média no rio Tapajós, Santarém sofre com alagamentos que impedem o tráfego de veículos e pessoas no período do inverno amazônico. Trazendo transtornos e conseqüências indesejáveis. Principalmente na avenida Tapajós e mais precisamente em dois trechos críticos que se tornam intrafegáveis: entre as Travessas 2 de Junho e Assis de Vasconcelos, no bairro da Aldeia, e entre as travessas Visconde do Rio Branco e Senador Lemos, esquina com o Mercado Modelo, no Centro.
Esta proposta mostra duas alternativas viáveis que podem ser adotadas para a solução ou a minimização desses agravos que penalizam a população santarena nesse período sazonal.

Sabemos que nas enchentes de médio porte, dois trechos de níveis rebaixados da pavimentação asfáltica da avenida Tapajós ficam totalmente intransitáveis pela presença da água do rio que pelo princípio dos “vasos comunicantes”, e refluxo hídrico inundam esses dois trechos.
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Isso agravado pelo processo de filtragem ascendentes e retorno da água do rio pelos bueiros de drenagem pluvial sem retenção mecânica (entre as Travessas 2 de Junho e Assis de Vasconcelos e o trecho entre as Travessa Visconde do Rio Branco e Senador Lemos), provocando muitos transtornos aos usuários dessa via tão importante na frente da cidade.

Existem duas alternativas para solucionar esse problema: a primeira seria a construção de poços e galerias de drenagem em concreto armado paralelas a avenida Tapajós nos trechos acima descritos, entre a pista de rolamento da avenida e o talude do cais de arrimo com profundidade suficiente para a captação antecipada, do avanço da água do rio pelo terreno do sub-solo arenoso.
Galeria essa que teria um fundo drenante com um colchão de brita ou seixo rolado funcionando como filtros e um sistema de bóias automáticas ligadas eletricamente a bombas de alta vazão instaladas, e abrigadas em compartimentos fechados e adequados anexos ao cais, que seriam acionadas em dois ou três tempos, conforme o aumento do nível do rio e conseqüentemente das galerias, antes que chegassem ao nível da pista de rolamento (asfalto) da avenida.
A segunda alternativa, a mais eficiente e definitiva, seria fazer um levantamento topográfico de planialtimetria para se definir a elevação ideal do nível do “greide” da pista de rolamento em relação ao histórico das últimas enchentes médias.
Após essa definição, remover a camada asfáltica existente nesses trechos para seu gradeamento e complementação com aterro de piçarra compactada e estendido até o talude do cais com o aumento da largura da pista elevada nesse extremo lateral, podendo-se criar inclusive uma ciclovia entre a pista asfaltada e o talude do cais de arrimo.
Mas seria necessária a permanência das canaletas hoje existentes para coleta de águas pluviais, protegidas com placas de concreto pré-moldado de alta resistência que suporte a movimentação de veículos com cargas, apoiadas sobre baldrame de contenção do aterro em concreto armado no nível da nova pista asfaltada, que sirva de contenção do material de aterro dessa nova elevação e apoie as placas em conexão com o talude do cais.
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* É gestor ambiental.
Esses questionamentos são importantes, pois a partir de uma “idéia primitiva”, leitores com conhecimentos técnicos” podem somar sugestões que levem nossos gestores a aproveitarem alguma coisa e melhorar a vida dos santarenos.
Com meus conhecimentos técnicos, preparei um documento intitulado: “Plano de Ação para Melhorias da Infraestrutura da Cidade de Santarém- Pará” com 30 propostas e sugestões a serem implantadas na cidade, mas desde de Janeiro/13 que tento fazer esse documento chegar nas mãos de nosso prefeito Alexandre Von, e não consigo, pela dificuldade de se ter acesso a ele. Já o entreguei a várias pessoas, e pego de volta por não conseguirem tal tarefa impossível…
Hoje esse documento se encontra nas mãos do vereador Chiquinho da Umes que se prontificou entregar-lhe. Não sei se conseguiu.
Mas independente desse expediente, com a colaboração do Jeso Carneiro, nos vamos publicar neste Blog todos os 30 projetos sequencialmente, para que o povo tenha conheceimento e colabore dando suas opiniões e quiçá algumas dessas idéias sejam aproveitadas para a melhoria de nossa cidade.
Isso é uma humilde colaboração de um santareno que gostaria de ver Santarém ser chamada novamente de “Pérola do Tapajós”!
Levantamento topográfico já!
Desde criancinha, quando brincava nas redondezas do curtume que ficava onde se encontra a região do posto santo antônio, sempre presenciamos a cheia do rio que atingia toda essa região que sempre alaga.
Parabéns..amigo..por expor sua boa idéia…quem sabe assim o nosso governo municipal acorde e faça algo preventivo para 2014…pois agora não dá mais…só resta fechar novamente a tapajós e colocar as “benditas” bombas para não alagar tudo…
Boa idéias existem…o que falta é vontade política pra “arregaçar as mangas” e buscar recursos…
Obrigado Alagado! Mas quanto as “benditas” bombas que custam caro e não resolvem quase nada… Comparo-as ao “Trabalho de Sísifo”; personagem da mitologia grega que foi condenado a empurrar eternamente uma grande pedra montanha acima, mas quando chegava próximo ao seu cimo, a pedra rolava até sua base e ele era obrigado a empurá-la novamente acima… E deve estar até hoje empurrando sua pedra lá na Grécia, e nós aqui em Santarém, bombeando a água do rio Tapajós por cima do cais de arrimo, e ela retornando por baixo… Não sei até quando… Só Deus sabe…
Meu caro Jeso,
Será que elevando o leito da Avenida Tapajós ( isto nas partes onde normalmente alaga )não seria a solução ? ou então em toda a sua extensão ?
Paulo Lobo disse tudo.Cade as Bombas?
Caros,
Permitam meter-me nesta contenda, Mas para resolver os problemas da av. Tapajós basta restaurar o projeto original feito pelo extinto DNOS na década de 70, e que atendia perfeitamente a necessidade de contenção de enchentes. Tratava-se de um principio simples, isolava-se os vasos comunicantes, ou seja, os tubos de águas pluviais que despejam no rio Tapajós, recolocando as pesadas tampas de ferro que serviam de válvulas de retenção que se fechavam pela pressão da água quando a mesma ultrapassava a cota dos tubos e que que impediam as águas de entrarem, e quando chovia a água que acumulava nas canaletas laterais eram bombeadas por potentes bombas que ficavam, com disse o Luiz Reis, em casa de bombas ” purrudas” exatamente nos pontos onde alaga hoje. E por falar nisso…onde foram parar as bombas?
Isso mesmo. Não precisa inventar algo anormal. Basta restaurar o projeto original do cais que foi desfigurado. Tinham as casas de bombas e não alagava. E o blog poderia averiguar e responder esta pergunta do Paulo Lobo, para onde foram as bombas e porque as casas de bombas foram retiradas? Se houver fotos para comprovar que elas existiam também.
Caro professor,
Em conversas informais com o pessoal do goveno anterior, fiquei sabendo que as bombas estao na seminfra e prontas para entrar em operação, porém o dignissimo secretario de infraestrutura, por puro desconhecimento e por não querer perguntar pra quem sabe, já perdeu o prazo para efetivar este serviço este ano, pois o mesmo tem que ser realizado antes da subida do rio. Ao inves de estar preocupado em perseguir funcionarios e alocar em seu quadro pessoas incompetntes que não manjam nada sobre o assunto, deveria abrir o olho para os problemas que ainda estão por acontecer.
Mas me informaram também , que no contrato do PAC 2 este serviço está contemplado, inclusive que o contrato para a execução da obra já foi assinado com a empresa vencedora da licitação feita no governo do PT e que esta faltando apenas vontade politica para o inicio dessas obras que também contemplam esgotamento sanitario no centro da cidade e construção de mais uma etapa do cais de arrimo. Ou seja falta somente ao prefeito e a seus secretarios molengas vontade politica para iniciar a obra, pois o governo federal alocou os recursos via Ministerio das Cidades. Então é so dar o braço a torcer para a Dilma e perder a vergonha por nao conseguir nenhuma obra nova para Santarem e tocar logo esta ai que esta garantida antes que percam os recursos por pura falta de respeito com a população e tambem por incompetencia e acabar logo com o sofrimento da população. Enquanto isso nós todos VON SIFU… e a cidade também, E tenho dito. credo.
Perguntem para o sr. Ney Imbiriba, foi ele que quando secretário de infraestrutura de Santarém, no governo de seu sobrinho, que teve a “brilhante” idéia de extinguir as casas de bombas.
Caro Professor,
A sua compreensão do problema está seriamente equivocada. O problema não é de vasos comunicantes. Se assim fosse, a frente da cidade estaria toda debaixo dágua.
O sr. afirma que “as pesadas tampas de ferro” isolavam os vasos comunicantes e as “potentes bombas” bombeavam as águas pluviais acumuladas nas canaletas.
Assim, pela sua análise, hoje, sem “as pesadas tampas” existem os vasos comunicantes.
Se o princípio fose dos vasos comunicantes, o nível do rio Tapajós seria o nível da água na Av. Tapajós. Isso não ocorre. Por que?
Bom, se entrassem em operação “potentes bombas”, aí teríamos que dimensionar bombas para bombear as águas do Tapajós e do Amazonas, que se encontram no mesmo nível.
Caro professor, a construção do arrimo na frente da cidade, apenas pelo peso próprio, reduziu a porosidade do solo, diminuindo a percolação nessas imediações. Isso contribui, decisivamente, para que as águas na Av. Tapajós não estejam na mesma altura das águas do rio Tapajós.
Saudações de mecânica dos solos e de hidráulica ao senhor.
Caro David,
A questão é de hidráulica fluvial e as soluções são simples e de baixo custo.
Você identifica que a situação é crítica a partir das cheias de médio porte. E indica o princípio dos vasos comunicantes e do “refluxo hídrico” para explicar a invasão das águas. A partir disso menciona duas soluções, acredito que muito caras e pouco duradouras.
O “fenômeno da invasão” das águas do Tapajós é em função da pressão que o fluido exerce em todas as direções. Isso você identifica ao perceber que a situação crítica ocorre a partir das cheias de porte médio. Para cheias menos severas outros fatores são inexpressivos. Como se diz em linguagem prática, “água pesa e não tem juizo”. Seria necessário analisar o tipo de solo na fronteira cais de arrimo avenida Tapajós para verificar, por exemplo, a capacidade de percolação.
Ora, as cheias continuarão a existir e cada vez mais severas, e por consequência as pressões. Equilibrar esses esforços apenas lançando aterro e/ou construindo fossos são medidas paliativas. Além de recuperar a estabilidade do atual arrimo, há necessidade de melhorar (reduzir) os níveis de percolação do terreno na interface arrimo-Av. Tapajós, e isso pode ocorrer utilizando materiais finos e coesos, como as argilas e os siltes.
Para encerrar por enquanto, deixo a dica de que a configuração do cais de arrimo e o “greide” da Av. Tapajós podem ser os mesmos de hoje. É necessário apenas avaliar a melhoria das condições de percolação do terreno de proteção da Tapajós.
Se no Governo do Von, tivesse pessoas com a mesma capacidade do SR. David Marinho a cidade não estaria do jeito que está! DECADENTE!
David Marinho, eu me lembro que na extensão da avenida tapajós tinha 2 caixas purruda colhedora de água, no governo do Rui Corrêa elas foram tiradas, uma para construção de um palanque em frente a capitania, outra foi tirada não sei porque, coincidência ou não são esses dois lugares que mais são prejudicados com acheia.
Eu sei desses detalhes porque eu namorei muito nesses dois pontos.
Ahááá Luiz! Lembrando dos tempos romântico né!? Pena que deixaram alagar seu antigo, vamos dizer; “namoródromo”… Valei o comentário.
Abraços.
A outra seria terminar o CAIS.