por Paulo Cidmil (*)
Quando do lançamento do “Complexo Alter do Chão” e por ocasião da publicação do texto do José Ronaldo Dias Campos, também aqui no blog, eu afirmei que o projeto complexo Alter do Chão era um factóide com o objetivo de esquentar um documento caduco com o intuito de legalizar as terras. Só Deus sabe os motivos que fizeram a administração Maria do Carmo não ter reintegrado essa imensa área ao patrimônio do município.
Cheguei a falar com o Jeso e com outro editor de posições diferentes as dele.
Jeso ponderou que eu talvez estivesse confundindo as áreas e o outro editor foi categórico em afirmar que os Correa tinham documento de propriedade e que não poderia publicar nenhuma denúncia nesse sentido. Mas era de documentos caducos que falava José Ronaldo Campos e era disso que eu também falava. Afinal, todo grileiro que se preza também porta um documento de propriedade.
— ARTIGOS RELACIONADOS
Mesmo assim Jeso concordou em publicar esse texto, que felizmente ainda está acessível.
Em Santarém, é recorrente a prática do requerimento de terras junto ao Município ou ao Estado, com o agravante da posterior anexação de áreas no entorno, sob o pretexto de se empreender projetos e investimentos que nunca se realizaram. O real objetivo é a especulação. E o pior: muitas vezes essas áreas requeridas são vendidas ao próprio município.
Requerimento de terras tem uma finalidade específica e prazos para sua realização. Se o empreendimento não é realizado no período proposto que normalmente pode se estender a no máximo 10 anos, as terras automaticamente deveriam se reintegradas ao patrimônio do Município.
Já passou da hora de nossas universidades realizarem um estudo sobre a ocupação fundiária do município, para contar a história de nosso espaço urbano. É preciso abrir os arquivos do município, o cartório de registro de imóveis, ouvir depoimentos, saber o que existe de registro no âmbito do Estado para revelar nosso passado e deixar um acervo para o futuro.
O Ministério Público e a advocacia do município tem o dever de investigar a veracidade de toda a documentação dessa imensa área. Como diziam os antigos: é só puxar o fio da meada. O problema se tornou público e a sociedade deve fazer pressão e cobrar transparência porque a coisa é nebulosa.
Quanto à Buriti, é bom lembrá-los que a vegetação existente no local não é secundária. É nativa, sempre se fez presente nas áreas no entorno da cidade e nas praias do Tapajós, pelo menos até Ponta de Pedras é possível ver isso. Também poderiam traçar as ruas e vender os lotes com a vegetação, cada proprietário decidiria o que preservar e como fazer. Teriam evitado o desastre que irá acontecer com o Juá e com a estrada, assim que comece o período das chuvas.
Mas como o poder econômico em Santarém é de uma arrogância e ganância que desconhece qualquer interesse público, estão com letras gigantes, feitas de neons reluzentes, nos chamando diariamente de IDIOTAS!!
Dos Correa, repito o que já disse e continuarei dizendo: enquanto eles tiverem a mesma postura quando investidos de poder na administração pública e no legislativo, seus interesses são o interesse público e o público faz parte dos seus interesses. Parece uma frase confusa, mas para mim é a melhor forma de traduzir o quanto os homens públicos da família (e nesse caso temos dois: Maurício e Marcelo) confundem o público com o seu interesse privado.
Essa afirmação não tem nada de pessoal, é apenas minha opinião sobre as suas ações, ou, a falta delas.
– – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –
* Santareno, é produtor cultural.
Somos todos nós os responsáveis por esses crimes quando só agora depois do leite derramado, como disse o jronaldo, é que viemos aqui lamentar;
Somos responsáveis quando admitimos que latifundiários eméritos, transvertidos de empresários nos fizessem todos bobos;
São responsáveis os que aqui vem defender o “pogresso” que progride somente em seus bolsos ou nas mentes insensíveis que não enxergam um palmo além do nariz.
Foi irresponsável a administração pública municipal, principalmente a que comandou esse município nos últimos 8 anos, auto proclamada de governo popular, porém se comportou igualzinho a gestão anterior, se diferenciado, por enquanto, somente em números de ações judiciais que tramitam nos tribunais superiores deste injusto país.
Nosso município não tem plano diretor, saneamento básico, respeito pelos moradores da periferia, mas tem projetos milionários que só beneficia uma meia dúzia de privilegiados.
Mas Santarém é assim mesmo: Não temos energia que preste, só temos fornecimento de água ordinário, internet passa ao largo, telefonia sofrível e assim sucessivamente.
Chico Corrêa
LATIFÚNDIO DO JOÁ
Estou falando de TERRA! muita TERRA! pode ir ver!
Em área urbana e preservada, pra quem não tem, um dia ter.
Não são metros ou terreninhos,
São quilometros de TERRA!, todos dentro da cidade.
Vai até o aeroporto, e nos fundos tem um Lago,
Esse Lago foi de índio, é chamado de Joá
Adepois dele tem um Rio, Suas praias são nosso orgulho,
vive dentro da gente, todo e qualquer pedacinho.
Poderia ser de Gito, de Maria ou Filomena,
caberiam vários bairros e arborizadas ruas.
Um dia o olho gordo, a mão grande, a fome não sei de quê
Olhou pras TERRAS e disse: Isso vai me pertencer.
Era amigo irmão da maldade nessa TERRA de bem querer
Logo forjou-se tudo para a posse requerer
Hoje o povo olha a TERRA, querendo um pedaço ter
Olho Grande inventa truque para nela permanecer.
agora com pequenas correções, foi escrito como comentário em 02/dez/2010 quando da expulsão dos sem teto e lançamento do complexo alter do chão onde Maria do Carmo vai abrir uma loja, Everaldo Martins vai abrir um consultório, o pessoal da advogacia do município vai atender gratuitamente, o Ministério público terá um balcão de atendimento 24 horas e os vereadores da cidade realizarão um forum de debates no centro de convenções para discutir os problemas urbanos que tanto aflingem a cidade.
Tenho informações precisas que o complexo alter do chão será inaugurado no final de 2014 bem antes dos 7 anos proposto pelos Correa quando da apresentação do projeto em 2010.
PS. Ninguem estará alojado de favor, todos pagarão os devidos alugueis e taxas de condomínio para a admistradora do complexo Alter do Chão.
Patrimonialismo! É essa relação promiscua do público com o privado movendo os interesses de pessoas e grupos e que infelizmente faz parte da história do nosso país desde o tempo do descobrimento. E o pior é que tanto faz se quem faz é a antiga elite ou a nova elite como a petista, no poder todos agem como se fossem donos do poder público e dos bens públicos sempre pensam que estão acima do bem e do mal.
Vamos popularizar e ridicularizar o local com nome que não seja esquecido jamais! Que tal batizar de PLAZA DOS CORTINS OU PLAZA DOS MARREA.
Para minimizar o desastre ambiental, já que iam se apropriar mesmo, concordo que até poderiam lotear a terra com a cobertura vegetal original, mas do jeito que ficou virou uma cena dantesca. A sensação térmica de calor e de desconforto para quem passa em frente é muito grande, imagine para os futuros moradores. Outro coisa, o trabalho de terraplanagem de uma área tão grande próxima a cidade gera poeira e consequências para a saúde da populção em geral.
Fazia tempo que não ia em Santarém, fui recentemente e constatei que a cidade está parecendo uma daquelas de filme de faroeste de tanta poeira, bandidagem e pistolagem. Não há limites para a ganância e ignorância do ser humano. CADÊ OS ÓRGÃOS AMBIENTAIS e O MINISTÉRIO PÚBLICO !!!!! A Turma de Playboys do PAJU, metidos a ambientalistas, o que falam !!!!!.
Tanta omissão é porque existe algo de podre no reino da Dinamarca, isso é fato e certeza !!!! Proponho batizar esse futuro bairro de Bairro LIXÃO DOS CORREA OU DOS MARTINS…qulquer um será bem dado, para marcar essa infâmia contra o meio ambiente.