De Luiz Aurélio Imbiriba, sobre o artigo Trânsito: o caos está instalado, da lavra de Helvecio Santos:
Helvecio,
Assim como você, fiquei longos anos sem ir a Santarém (29) depois que de lá saí em 1974 quando, além de amazônida/tapajônico, tornei-me cidadão do mundo.
Quando voltei a Santarém levei um baita susto com o quadro de decadência total da cidade. A partir de então, fiz algumas observações críticas utilizando o blog do amigo Jeso. A última vez em que estive em Santarém foi em julho/11, e cada vez mais decepcionado com a falta de um tudo, mas principalmente com a realidade do esgoto correndo a céu aberto palas sarjetas das ruas e o sanitário despejado diretamente no Tapajós, na extensão daquilo que foi denominado de “orla”.
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Fiz minha opção de só voltar a Santarém quando noticias tiver de que a população adquiriu senso crítico, e lutando por seus direitos, exigiu dos poderes constituídos (executivo, legislativo e judiciário) o atendimento dos preceitos constitucionais que todo cidadão santareno tem à saúde, saneamento básico, educação, transportes, segurança etc,
Espero não demorar muito a voltar para visitar Santarém….
As sombras são proporcionais à intensidade da luz. Nas minhas postagens sobre esse tema sempre disse que Santarém, como qualquer outra cidade, é um jardim e como tal deve cuidado. E cuidado é o que mais necessitamos. Eu dou, sim, a minha contribuição para o engrandecimento desse rincão que me acolheu quando nasci e não faço propaganda. Vou lá e faço. Às vezes sinto que meu cérebro está ficando peco. Há muito mais a ser discutido aqui.
Há um mal já comprovado definido de “depressão pós retorno a Santarém”. Leva uns 20 dias para passar. Em seguida retorna a acomodação e resignação.
Disseste pouco, mas disseste tudo.
Caro cidadão do mundo,
Eu sou cidadão bragantino emprestado pra exercer minha cidadania em Santarém.
Como você, sair da minha terra ainda adolescente, corri o mundo, conheci muitos lugares bons, alguns nem tanto e outros péssimos, parei em Santarém. Mas nunca me desliguei das minhas origens, sempre que posso vou à Bragança e dou lá os meus pitácos.
Fiz esse preambulo pra ti dizer uma coisa: se não queres ajudar (parece que nunca moveste uma palha pelo lugar que nasceste), então não atrapalha, caso contrário, corre o perigo de alguém dizer que tu não faz falta.
Chico Corrêa
Queridos Edibal, Manoel Dutra e Clara,
Atualmente voltei a morar em Macaé (casei aqui em 1978), a capital do petróleo, cheia de problemas com a vinda de brasileiros de todos os cantos em busca da ilusão de emprego fácil (o setor de óleo e gás é perverso, só admite qualificados…). A diferença é que os de “dentro” e os de “fora”, reclamam e fazem valer os seus interesses/necessidades. Mudam seus prefeitos e vereadores nas épocas oportunas.Vamos para a rua protestar. Incomodamos o ministério público estadual e federal com denúncias. Fazemos movimentos, mobilizamos a população.
Antes de voltar para Macaé, passei 5 anos em Camocim – CE (82/87), onde tudo faltava, principalmente saneamento básico e saúde pública. Fiz parte da 1ª diretoria da defesa civil municipal. Por intermédio do Lions Clube e da Maçonaria realizamos em parceria com a prefeitura diversos serviços de melhoria no atendimento de alguns serviços básicos (saúde, educação, saneamento etc). E, sem vaidade, mas com orgulho, lá o meu nome próprio deu nome a uma escola pública municipal, como forma de reconhecimento do nosso envolvimento para a melhoria das condições de vida da população carente.
Em Itaperuna-RJ, tivemos a oportunidade de regularizar e revitalizar o setor de confecção de lingerie, trazendo para formalidade mais de 300 antigas empresas de “fundo de quintal”. Fazendo política partidária participativa, tivemos oportunidade de ajudar a elaborar plano de governo; de ajudar na recuperação do setor lácteo (naquela oportunidade a região era a maior produtora de leite do estado do Rio de Janeiro).
Os exemplos acima são para ilustrar que por onde passei quando trabalhava no Banco do Brasil, tive efetiva participação na elaboração e implementação de políticas públicas e da iniciativa privada visando a melhoria da qualidade de vida de todos (inclusive a minha e de minha família, claro!).
Sinto muito, mas não pretendo mais voltar para fixar residência na minha terra natal. Acabei construindo minha vida e família neste recanto, de onde não penso mais sair. Porém, isso não me tira o direito e o dever de ter um olhar crítico da minha cidade, da minha origem.
A todos vocês que moram em Santarém, digo e sugiro: Ajam…
Cara nao sei onde tu estas agora, mas te garanto que tu nao volta mas em Santarem com vida se for para esperar por melhoras aqui na city, pelo menos essa é minha opiniao, eu ja desistir, nao vejo no horizonte nenhum nome que possa modificar a nossa situação a curto e medio prazo.
Concordo com o José Edibal, vez por outra criticamos muitas coisas em Santarém, como contribuição e porque não queremos fazer o papel de omissos.
Agora esta colocação “decadencia total seguida” de um “cada vez mais decepcionado com a falta de um tudo”, mas me lembra a história do cara que é bonitinho, tudo certinho, mas não beija quando transa, ou seja, completamente sem emoção.
Antecipadamente peço perdão e desculpas para quem achar a frase vulgar, e é, se o Jeso achar que deve, não publique, não é essa a minha intenção, mas de fato isso tudo me lembra alguma das cidades que estive, onde 90% das criticas deste texto funciona muito bem, mas não senti nenhuma emoção, o que já transborda em Santarém.
Abs,
Telma
O hospício do filme “Um Estranho no Ninho” mais parece um SPA perto do hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, localizado no Complexo Penitenciário de Americano, no estado do Pará.
Pra começo de conversa, o hospital atende ao dobro de pacientes pra que tem capacidade. E, por incrível que pareça, não conta nem sequer com um médico permanente.
Não há acompanhamento sistemático da saúde mental desses pacientes e os medicamentos que recebem estão, por vezes, com a validade vencida.
Há suicídios e homicídios dentro do hospital, que, na prática, se transformou em prisão perpétua.
Nem crises epilépticas recebem tratamento adequado.
Os “prontuários” são improvisados em pedaços recortados de caixas de papelão.
No Centro de Reeducação Feminina de Americano a situação não é diferente.
Falta até absorvente higiênico, modess, para as detentas.
Não há berçário na penitenciária e pelo menos uma mãe só teve o filho nos braços ao dar à luz.
Há esgoto a céu aberto, proliferação de ratos e insetos e fezes de pombos escorrem pelas paredes.
Foi essa a situação desumana, estarrecedora, que o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública flagraram, durante a inspeção realizada em 12 de janeiro deste ano, nesses dois locais.
A Perereca publicou, ontem, release enviado pela Assessoria de Comunicação do Ministério Público Federal e hoje foi ler o relatório anexado à matéria.
Recomendo vivamente a leitura dessas impressionantes páginas de terror.
O link está aqui:
https://bit.ly/wyOLJx
O relatório de inspeção será encaminhado ao Ministério Público Estadual, Superintendência do Sistema Penal (Susipe) e Vara das Execuções Penais.
Agora, é esperar pra ver qual será a desculpa esfarrapada do Governo do Estado para uma situação tão absurda, tão irresponsável, tão hedionda.
Um verdadeiro crime contra direitos elementares do ser humano, das mulheres, das pessoas que sofrem com problemas mentais. Algo que deveria ser até denunciado em tribunais internacionais.
Um crime que atinge até mesmo recém-nascidos, que não têm direito à amamentação e ao carinho da mãe – um direito básico!
E o que é que o governador Simão Jatene vai dizer? Que isso é culpa de sua antecessora? Mas um ano depois de ter assumido o Governo?!!!
Cadê a Secretaria Nacional de Direitos Humanos? Cadê a ONU? Cadê a Justiça?
Será que vamos permitir a existência de um verdadeiro campo de concentração dentro de um País democrático?
Desde quando um cidadão, só porque ocupa o governo, pode pisotear dessa forma a Constituição brasileira?
Desde quando seres humanos, mulheres, doentes podem ser tratados que nem bicho – e tudo ficar impune?
E o que é que Jatene vai dizer? Que não sabia de nada? – novamente?!!!
Mas o que é, então, que ele anda a fazer no Palácio dos Despachos?
Tá certo que o Estado é uma máquina enorme, monstruosa; não dá pra saber tudo.
Mas não há inspeções periódicas nesses locais, controle das secretarias, um sistema mínimo de informações para o mandatário? Mas que diabo de “governo” é esse, então?
A sociedade brasileira não pode ficar calada diante do horror a que estão a ser submetidas essas pessoas, sob pena de nos tornarmos cúmplices desse crime.
São seres humanos, pessoas que foram presas, que estão sob a guarda do Estado. Não são bichos. E ainda que fossem bichos, como imaginar tratá-las de maneira tão brutal?
É preciso exigir o desmonte desse campo de concentração chamado de “hospital” e a humanização das condições carcerárias em Americano.
E cobrar: ou Simão Jatene se dispõe a governar, ou que pegue a sua viola e vá cantar em outro lugar.
FUUUUUIIIIIIII!!!!!!
Assistir de camarote é fácil. Quero ver você vir fazer fila na tricheira dos que são apenas ” cidadãos santarenos” mas que não desistem de continuar acreditando e trabalhando por uma Santarém mais bonita e melhor.
Meu caros Luiz Aurélio e Helvecio. Voces quando comentam algo sobre Santarém é com críticas que as vezes são construtivas mas, na maioria das vezes são absurdos de uma imaginação de “caboco que saiu por aí” viu as luzes diferentes e diz: pra lá não volto nunca. Vou dá uma sugestão a voces meus caros teóricos. Há muito tempo atrás assisti e ajude,i um estudante Santareno de agronomia que estudava em Belém, plantar e até hoje existe coqueiros na famosa pracinha em frente a cidade, alí perto do mascotinho. Essa atitude jamais saiu de minha mente, era bastante jovem e entendi o gesto daquele estudante, contribuindo pra o crescimento da cidade. E voces “cabocos do Tapajós” o que fazem para o crescimento da cidade? Luiz ,a última vez que voce veio aqui, criticou tudo e todos e foi embora, falou que morava no Rio e perguntei aonde, voce disse que morava em Itaperuna, voce tá de brincadeira. Itaperuna tem problemas piores que o nosso. Meu amigo volta pra cá nós precisamos de voce. Quanto ao Helvecio, deixa ele escrever sobre o seu passado glorioso de atleta no Clube São francisco é bem melhor.
Parabéns, Clara e Mnoel Dutra, assino em abaixo.
Quando li o que você escreveu, a primeira reação foi de postar algo como “volte e contribua para a transformação de Santarém”. Após ler os comentarios de Manuel Dutra e Clara, penso que nada mais precisa ser dito.
Caro Luiz Aurélio Imbiriba, discordo inteiramente do que você afirma sobre Santarém. Não vejo uma “decadência total” na cidade. Os problemas que você aponta existem, como existem na maioria das cidades brasileiras. A despeito dessas deficiências, vejo Santarém hoje como uma cidade cheia de vida e promessa de futuro em vários setores. Não sei onde você reside, porém deve ser uma cidade com todos os seus problemas resolvidos. Bem que você poderia retornar e contribuir para que a população aumente seu senso crítico. O pessimismo, aliado ao absenteísmo em nada contribue na construção de um futuro melhor. Um abraço.
Parabéns, Manoel Dutra!
Em vez de críticas, o Luiz Aurélio deveria voltar.
Assim como o Chico de Bragança, sai de Altamira para estudar em Santarém, para trabalhar e para crescer.
Fazem doze anos que aqui cheguei e muita coisa mudou, se transformou para mehor e perspectivas inimagináveis. Também tenho muita saudade da minha Terra e volto sempre que posso e não abro mão de contribuir para o engrandecimento de lá e daqui, que é meu segundo chão.
Não fuja da raia, saia de sua zona de conforto e haja como “cidadão do mundo”, exija você também dos poderes constituídos tudo aquilo que você quer usufruir quando por aqui voltar, cidadania se exerce em qualquer situação ou lugar, posando de nativo ou turista todos tem direito e deveres, faça valer os seus.
E que não demore muito