
A diretora do IFPA (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia) do Pará em Óbidos, Celyane Brandão, é apontada como a principal responsável pela série de irregularidades no concurso público para professor(a) da institução, e que acabou sendo cancelado na semana passada.
Outros docentes do instituto em Óbidos também teriam maculado a imparcialidade e lisura do concurso, segundo consta no parecer da Procuradoria Federal (PF) do IFPA sobre o caso.
O documento, com data do último dia 21 e cuja cópia o JC teve acesso, é assinado por Aldenor Bohadana Filho, procurador-chefe da PF do instituto no Pará.
“(…) restou evidenciado que os docentes, e principalmente a Diretora Geral do Campus [de Óbidos], não tiveram os cuidados e as atitudes devidas para prevenir situação que suscita conflito de interesses, e dessa maneira preservar a sua instituição, pois tinham a obrigação legal de não participar das bancas examinadoras”, destacou Aldenor Filho no seu parecer, acatado pela direção do IFPA e que se tornou peça-chave para o cancelado do certame.
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“Bem como, não praticar nenhum ato administrativo relacionado ao concurso público, de maneira a não levantar dúvidas sobre a credibilidade do certame e da instituição para a qual servem, transgredindo o seu dever de lealdade à instituição”, pontou.
Concorrência
O certame, por conta do salário oferecido – entre R$ 4,8 mil e R$ 10,8 mil -, atraiu centenas de candidatos e candidatas de diferentes cidades do país.
Mais de 400 inscritos concorreram pelas três vagas disponibilizadas pelo IFPA, com lotação no campus de Óbidos, nas áreas de ciências biológicas, geografia e informática. Na primeira, a concorrência registrada foi de 210 candidatos por vaga; na segunda, 122/vaga, e 69/vaga na terceira.
Na primeira fase (prova objetiva) do concurso chegou a ser realizada: no início do mês (dia 2), em Santarém. A segunda fase (prova didática e prova de títulos) seria realizada no último domingo (23), mas foi suspensa por conta da série de irregularidades denunciadas ao IFPA por um dos participantes do concurso.
∎∎ Os aprovados para 2ª fase do concurso:

Banca examinadora
No epicentro das denúncias está Celyane Batista Brandão, a diretora do IFPA em Óbidos. Ela também foi nomeada para compor a banca examinadora das avaliações das provas de desempenho didático. E mais: ela teria ainda atuado, junto com Allysson Moura Luz, lotado no IFPA de Óbidos, na elaboração de questões das provas objetivas do concurso nas áres de ciência biológica e informática, respectivamente.
Entre os aprovados na primeira fase, consta Renan Vasconcelos Brandão, que ficou em 2º lugar na área de informática. Ele é marido da diretora.
Bruna Nascimento de Oliveira também foi aprovada para segunda fase, na área de ciências biológicas. Ela é esposa de Allysson Luz.
Segundo o procurador-geral do IFPA, o fato de Celyane Brandão e Alysson Luz comporem a banca examinadora e serem casados com candidatos do concurso, “independentemente de demonstração de efetivo favorecimento”, “tem o condão de provocar dúvidas sobre higidez do certame, criando-se uma cisma, um indício de parcialidade, nefasto para o IFPA”.
Essas irregularidades, ainda conforme o procurador geral, são “insanáveis”, tornado-se “imperioso” o cancelamento de todo o concurso.
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