Perfuga condena vereador e esposa por peculato; Câmara terá que afastar Mano Dadai

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A Justiça condenou o vereador Mano Dadai (PRTB), 37 anos, e sua esposa por crime de peculato e associação criminosa (ou formação de quadrilha) no âmbito da operação Perfuga.

Além disso, determinou a perda do mandato do parlamentar. A sentença foi proferida na tarde desta segunda-feira pelo juiz Alexandre Rizzi, da 1ª Vara Criminal de Santarém.

“A perda do mandato eletivo é consequência indissociável à condenação que ora se proclama, motivo pelo qual declaro a perda do cargo de vereador de Yangley Glay Santos Mattos [Mano Dadai], que será efetivada com o trânsito em julgado desta sentença”, esclareceu o magistrado na sua decisão.

Cabe recurso junto ao TJ (Tribunal de Justiça) do Pará.

O casal foi condenado com penas diferenciadas:

Mano Dadai: 8 anos e seis meses em regime inicial fechado. Pelos crimes de associação criminosa e peculato.

Patrícia Pereira Gonçalves: 6 anos e 10 meses de prisão, em regime inicial semi aberto. Também pelos crimes de peculato e associação criminosa.

 

Os dois ainda terão que pagar, por “reparação de danos causados” aos cofres públicos, a quantia de R$ 55 mil, a ser depositada em conta indicada pelo Ministério Público do Pará, autor da ação penal.

Os réus poderão recorrer da sentença em liberdade.

Mas o juiz atendeu o pedido do MP de afastamento cautelar de Mano Dadai do cargo de vereador.

“Considerando o exposto [nos autos do processo], com base na fundamentação e ante a gravidade dos fatos apurados, fatos que foram sobejamente comprovados durante a instrução processual, verifica-se necessário neste momento, resguardar a ordem e o patrimônio públicos, e a moralidade administrativa, além de prover a efetividade dos atos judiciais, pelo que defiro o pedido de afastamento cautelar do réu [Mano Dadai] do cargo de vereador”, pontou Alexandre Rizzi.

Leia a íntegra da sentença.

O CRIME

Na gestão de Reginaldo Campos (2015-2016) na presidência da Câmara de Vereadores de Santarém, Patrícia Gonçalves foi contratada pela Casa e recebeu salário durante 14 meses. Sem trabalhar, segundo o MP.

Nesse período, embolsou de R$ 55,3 mil, em valores atualizados.

A contratação dela, segundo delação do próprio Reginaldo Campos e de Andrews Oliveira, à época chefe do RH da Câmara, se deu por aliança política entre Mano Dadai e o então presidente da Casa.

Dadai desenvolve trabalhos sociais na Grande Área do Santarenzinho, seu reduto eleitoral. Na eleição de 2016, obteve 1.055 votos, o suficiente para ficar na 1ª suplência da coligação “Construindo o Poder Popular” ( PSC / PRTB / PSB / PP / PROS).

Em 2018, com o pedido de afastamento de Reginaldo Campos do cargo de vereador, Dadai assumiu a vaga. O 2º suplente é Chiquinho do Aeroporto Velho (PSB) — 982 votos.

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