Presos PM e ex-PM acusados de participação no assassinato de Marielle, no RJ

Publicado em por em Justiça, Política, Segurança Pública

Presos PM e ex-PM acusados de participação no assassinato de Marielle, no RJ, Ronnie Lessa
Ronnie Lessa, vizinho de Bolsonaro segundo O Globo

A Delegacia de Homicídios (DH) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Rio de Janeiro prenderam na manhã desta terça-feira o sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa, de 48 anos, e o ex-PM Elcio Vieira de Queiroz, de 46 anos, por envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.

Segundo O Globo, os dois tiveram a prisão preventiva decretada pelo juiz substituto do 4º Tribunal do Júri Gustavo Kalil, após denúncia da promotoria.

Na denúncia do MP do Rio, Lessa teria atirado nas vítimas, e Elcio era quem dirigia o Cobalt prata usado na emboscada. O segundo acusado foi expulso da corporação.

 

De acordo com a denúncia das promotoras Simone Sibilio e Leticia Emile, o crime foi “meticulosamente” planejado três meses antes.

Além das prisões, a operação realiza mandados de busca e apreensão nos endereços dos denunciados para apreender documentos, telefones celulares, notebooks, computadores, armas, acessórios, munições e outros objetos.

Lessa e Elcio foram denunciados pelo assassinato e a tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, assessora da vereadora que sobreviveu ao ataque. A ação foi batizada de Operação Buraco do Lume, em referência ao local no Centro de mesmo nome, na Rua São José, onde Marielle prestava contas à população sobre medidas tomadas em seu mandato.

Ali ela desenvolvia também o projeto Lume Feminista. Os denunciados foram presos às 4h desta madrugada.

ILUSTRE VIZINHO

As promotoras pedem ainda a suspensão da remuneração e do porte de arma de fogo de Lessa. Também foi requerida a indenização por danos morais aos familiares das vítimas e a fixação de pensão em favor do filho menor do motorista Anderson até completar 24 anos de idade.

Em certo trecho da denúncia, elas ressaltaram: “É inconteste que Marielle Francisco da Silva foi sumariamente executada em razão da atuação política na defesa das causas que defendia. A barbárie praticada na noite de 14 de março de 2018 foi um golpe ao Estado Democrático de Direito”.

A polícia e o Gaeco chegaram  às 4h da manhã desta terça-feira, na casa dos investigados.

O policial Lessa mora no condomínio de Vivendas da Barra, na Avenida Lúcio Costa, 3.100, por coincidência, o mesmo do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). Não há, porém, nenhuma ligação, a não ser o fato de serem vizinhos. O PM mora num condomínio em frente ao mar, com seguranças na portaria.

AGENDA DE EVENTOS

A principal prova colhida pelos investigadores saiu da quebra do sigilo dos dados digitais do PM. Ao verificar os arquivos acessados por Lessa pelo celular, antes do crime, armazenados na “nuvem” (dados que ficam guardados em servidor externo e podem ser vistos remotamente), eles descobriram que o suspeito monitorava a agenda de eventos que Marielle participava.

Elcio
Ex-PM Élcio Queiroz

Para a polícia, é um indício de que a vereadora estava tendo seus passos rastreados. Marielle, segundo a investigação, participou de pelo menos uma das agendas pesquisadas pelo suspeito.

De acordo com uma fonte que investiga o caso, Lessa usava na época do crime um telefone “bucha” (comprado com o CPF de terceiros, para não ser rastreado).

Já o aparelho registrado na operadora telefônica em nome do próprio sargento foi usado no dia do duplo assassinato por uma mulher em um bairro da Zona Sul.

O objetivo do militar suspeito, segundo o investigador, foi o de confundir a polícia, caso os agentes fossem verificar as antenas de telefonia das estações de rádio-base (ERBS) para checar se o celular pessoal de Lessa estava no local do crime.

TRIANGULAÇÃO DAS ANTENAS

E foi exatamente o que os agentes fizeram.

Para chegar ao celular “bucha” usado pelo PM no local do crime, os investigadores realmente tiveram que fazer o que eles chamam de triangulação de antenas, ou seja,  levantar as ERBS da região do crime e traçar uma localização mais precisa, refinando assim as buscas pelo celular dos criminosos.

O resultado deste levantamento dos telefones ligados na região onde a vereadora passou, da saída da Câmara dos Vereadores até o local da emboscada, no Estácio, gerou uma extensa lista.  Era como achar uma agulha no palheiro.

 

Num exercício de paciência, de vários meses, os policiais da área de tecnologia da DH trabalharam na pesquisa, reduzindo os alvos, mas, ainda assim, o número era elevado.

Apesar da complexidade, os investigadores, baseados numa imagem de câmaras de segurança da Rua dos Inválidos, no Centro, no dia 14 de março, registraram os horários em que um suposto celular aparece aceso dentro do Cobalt prata dos executores. O carro deles estava estacionado perto da Casa das Pretas, onde Marielle participava como mediadora de um debate.

Com o registro do horário que o possível aparelho estava em uso, a polícia fez uma nova triagem na lista de celulares já existente até descobrir que um destes telefones fez contato com uma pessoa relacionada à Lessa. Daí, a polícia partiu para buscar os dados na nuvem do policial.

Com informações de O Globo

Leia também:
Faro: Ministério Público Federal ajuíza denúncia contra prefeita, esposo e cunhado


Publicado por:

8 Comentários em Presos PM e ex-PM acusados de participação no assassinato de Marielle, no RJ

  • o cara é presepeiro e bolsomínion !!! ou seja uma mistura de idiotia mais alienação !!!!

  • presepeiro bolsomínion anota esta :Pilorum cullum refrigeratus est ! ou seja VNTC bolsomínion de merda !!!!!!!!

    1. Nada contra sua opção querida mocoronga, mas suponho que você é outra pessoa que participa aqui, o estilo é inconfundível, não tem coragem de assumir publicamente fofinha? Então vou decifrar esta sigla, Votei No Teu Candidato…. KKKKKKKK
      Coragem BB, solte essa franga menina! E deixe de ser agressiva sua bobinha, isso não leva a nada.

  • Parabéns a excelente investigação da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio de janeiro e ao Ministério Público Estadual.

  • Não sou a favor da violência e os criminosos devem ser punidos de acordo com a lei, não há nada que justifique um assassinato , mas…

    “Actori incumbit onus probandi”, a mãe da Última Flor do Lácio (Bilac), deixa claro que quem acusa deve provar!!!!

    “Actore non probante, reus absolvitur”, se não provar o réu está absolvido.

    Vivem “Tentando derrubar alguém, Que só lhes fez o bem.” (Antônio Marazona), kkkkkkkk.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *