
Uma sutil alteração nas regras eleitorais, detalhada no artigo O 80/20 no centro da disputa para vereador induziu à diminuição do número de candidatos a vereador em todo o país. Em síntese, aqueles que obtivessem menos de 20% do quociente eleitoral seriam relegados a uma espécie de “final da fila”.
Entretanto, os partidos conseguiram se adaptar a essa nova regra de forma eficaz: em Santarém e Belém, apenas um mandato trocou de mãos em cada cidade devido a essa mudança. Vou explicar.
O PSB em Santarém conquistou duas vagas, uma delas por meio de arredondamento, mas conseguiu preencher apenas uma: porque os dois primeiros não atingiram os 20% do quociente. Assim, a cadeira foi transferida para Bárbara Matos (PP), que superou essa marca e cujo partido era o próximo na fila do arredondamento.
Na eleição anterior, seis vereadores haviam sido eleitos com votação abaixo desse patamar; agora, esse número caiu para apenas dois.
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Em Belém, o Podemos garantiu um único mandato, já nas sobras, mas seu candidato principal não atingiu o corte mencionado. Consequentemente, o mandato foi repassado para Alfredo Costa (PT), que obteve mais de 20% e cuja federação era a próxima na fila.
Em 2020, dez vereadores da capital foram eleitos com menos de 20%; agora, esse número é zero.
Em ambas as cidades, o “vereador mediano” – aquele que ocupa uma posição central na lista – teve um aumento significativo em sua votação: em Santarém, subiu de 2.179 para 2.659, enquanto em Belém, cresceu de 5.224 para 8.312.

Alan Lemos é contador com experiência em contabilidade eleitoral e prestação de contas eleitorais aprovadas, além de mestrando em Ciência Política pela UFPA (Universidade Federal do Pará).
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Boa análise. Alan Lemos do colégio Ideal batista campos? Sou Moisés de brasília. Manda um alô no meu email! Abraços.