Morre o escritor e radialista Eriberto Santos

Publicado em por em pessoas

Ex-presidente da Alas (Academia de Letras e Artes de Santarém), escritor e radialista, morreu hoje (25) Eriberto Santos.

Ele estava com 66 anos.

Internado no hospital Sagrada Família, o autor de Neogaia, um mistério na Amazônia, lançado em 2010, faleceu por volta das 11h30.

Seu corpo estar sendo velado na capela mortuária da igreja do Santíssimo.

As origens de Eriberto Santos são de Óbidos, onde nasceu.  Ainda criança, veio com a família morar Santarém. Trabalhou por muitos anos na Rádio Rural AM e foi assessor de imprensa no governo Lira Maia (1997-2004). Tem seu nome ligado principalmente à literatura.

É irmão do advogado e economista Helvecio Santos, articulista deste blog.

Atualizado às 14h47

– – – – – – – – – – – – – – – – –

Atualizado às 15h30

O dia do enterro de Eriberto Santos ainda não foi definido pela família. Estão aguardando a chegada de filhos e irmãos que moram fora de Santarém.


Publicado por:

14 Responses to Morre o escritor e radialista Eriberto Santos

  • Depois de quase quatro meses, ainda não dá para esquecer, aliás, esquecer nunca se esquece, pois acabamos por sermos obrigados a nos acostumarmos com a ausência daqueles que nos foram importantes e significantes em nossa vida, como é o caso do Eriberto Santos. Convivi com o Eriberto Santos na década dos anos sessenta após os dias tenebrosos da tal revolução de 64, sempre conversando durante as madrugadas, clandestinamente sentados pelas calçadas, nas praças, na praia de Maria José, no balneário Ponto Frio que para nossos familiares estávamos a passeio e fazendo piracaia. Fazíamos parte do “Grupo dos Dez”, pois o grupo era clandestino que vivia sonhando e planejando dias melhores e maneiras de conscientizar a juventude, da qual pertencíamos. Tudo aconteceu no ano de 1968 quando sonhávamos e conversávamos muito; íamos aos colégios, à Rádio Clube de Santarém onde o Eriberto Santos ainda trabalhava e gozava de grande prestígio e então nos dirigíamos constantemente pelas ondas curtas da Rádio à juventude, mas sempre alertados pela repressão.
    Chegamos a adquirir um terreno para construirmos a tão sonhada “Casa do Estudante”, onde foi lançada a pedra fundamental, mas com a nossa desistência o sonho acabou e hoje no terreno está localizado o SESI. Aparecíamos como uma “Companhia de Teatro”, com a peça teatral “As mãos de Eurídice”, de autoria do Pedro Bloc tão bem representada e com grande sucesso pela estudante do Colégio Santa Clara, Nazaré Serique e pelo estudante do Colégio Dom Amando, o Antônio Benício da Sá e dirigida pelo Frei Rufino no Teatro Cristo Rei. Está peça chegou a ser representada também no Teatro Amazonas de Manaus no mês de Julho do ano de 1968. Realizamos uma quermesse, com a prestimosa ajuda dos colégios Dom Amando, Santa Clara e Álvaro Adolfo da Silveira quando então foi eleito a “Misse dos estudantes secundarista de Santarém”, a estudante Teresinha Paraguassú representando o Colégio Estadual Professor Álvaro Adolfo da Silveira.
    O Eriberto Santos era um dos líderes do grupo e talvez pouca gente em Santarém tenha sabido destes fatos. Em uma determinada ocasião enfrentamos um político muito importante e influente na época, um deputado federal numa reunião com os estudantes secundaristas no auditório lotado de um colégio quando o Eriberto Santos exigiu a cópia do projeto que o político alegava ser de sua autoria a respeito da criação da Universidade Federal em Santarém. Ele foi repreendido pela diretora do colégio por desrespeito em desconfiar da autoridade, mas acontece que a tal promessa nunca se cumpriu e o promesseiro também não nos forneceu o tal projeto, e nem ao menos nos recebeu no então hotel Uirapuru onde estava hospedado conforme havia nos prometido.
    Do grupo todo apenas três já falecidos, dentre eles estão frei Rufino, Astésio e o Eriberto Santos. Os demais além de mim eram: Darinho Coimbra, Rionaldo Rolo, José Diniz, Antônio Pena, Luis Alberto Valente e o Anésio. É deste Eriberto Santos que eu lembro e do qual agora só tenho lembranças dos bons tempos que passamos juntos. Descase em paz.

  • Eriberto, meu irmaõzinho, partistes tão inesperadamente que não deu tempo de dizer quão especial e querido vc é por todos que te conhecem. Falo assim, porque permanerás vivo nas mentes dos teus amigos. Dê um abraço na mamãe, que te adorava, e nos manos Rosilda, Sabá e Nonato, tbém teus amigos, aí do outro lado da vida.

  • Lamentavel a perda de meu amigo Eriberto Santos. ha tempos que nao o via,mas lembro muito de sua comunicação facil e dinamica. Meus sentimentos a familia desse grande homem.

  • Umas perda irreparável para a cultura santarena. Lendo que Eriberto Santos é originário de Óbidos, fico me perguntando se seria descendente do mestre Chico Santos, um dos homens mais inteligentes e criativos que por lá viveu, avô de um colega de grupo escolar com quem estudei, também chamado Eriberto, filho de dona “Denga”. Paz à sua alma.

  • Santarém perde um dos mais ilustres filho adotivo, meu querido amigo Eriberto …me chamava carinhosamente de Penhinha. Comungo com toda família este momento de dor. ADEUS AMIGO.

  • Fica difícil achar outras palavras ou outros adjetivos para descrever o Eriberto Santos e suas qualidades. Outros já disseram tanto sobre ele, que eu seria repetitivo ao tentar descrever sua trajetória de vida e sua amizade. Quero lembrar, no entanto, de como nos cumprimentávamos, sempre que nos víamos por aí: Olá, Meu Amigo!!! Havia sinceridade e afeto nesse cumprimento.

    Só me resta agora expressar minhas condolências aos familiares e ao Eriberto Santos desejar: Descanse em paz, MEU AMIGO!!!!

    Nilson Vieira

  • As serestas animadas pelo Eriberto eram fantásticas.Deus o tenha lá no céu, condolências aos familiares.

  • Apesar do pouco contato que tinha com ele, todas as vezes que eu o encontrava, fazia questão de parar para prosear um pouco. Sempre perguntava por todos os meus irmão e dizia que tinha uma admiração muito grande pela minha família. Uma pessoa culta, digna e que vai deixar uma lacuna aos santarenos. Paz a sua alma e condolências a sua família….

  • Meu amigo Eriberto,

    Recebo a notícia de tua partida pelo blog do Jeso, nesta tarde de sexta chuvosa, quase final de janeiro do novo ano. Estou em Santarém há apenas uma semana e planejava passar pelo Santíssimo neste final de semana, pra rever meus familiares e velhos amigos, entre os quais incluia você, o Ivan Sadeck, os irmãos Rock-Lima e outros tantos que moram no bairro que me viu crescer.

    Minha mãe, dona Oscarina “Cheirosa”Lima, que sempre foi tua fã nos tempos de Rádio Rurual, ainda dorme o sono da tarde e não sabe que tua partida, mestre. Certamente ficará profundamente triste, como estou me sentindo agora.

    Numa coincidência dessas que a vida nos dá, sem nenhuma explicação racional, recebi hoje das mãos do jornalsta Ormano Sousa, uma fita cassete com as músicas que foram à final do Festival da Canção do Baixo-Amazonas, em 1983. Ganhamos o certame com “Gênese da Pérola”, tripla parceria de Beto Paixão, Antônio Álvaro e minha. Lembro que depois do encerramento você veio nos contar o quão disputada fora a escolha com o concorrente que levou o 2o. lugar (Neuton Pantoja). Momentos inesquecíveis, guardados na memória da pele…

    De tantas lembranças, meu amigo, nos deixas como herança os teus poemas, tua literatura, tua trajetória no rádio santareno e naturalmente tua tribo familiar, a quem abraço fraternalmente neste momento, com todo meu sentimento. Por fim, teu exemplo de caráter e dignidade.

    A ti, mestre Eriberto Santos, cabem as palavras de outro imortal, Guimarães Rosa: “Você não morreu, apenas se encantou”.

    Com todo meu afeto e profunda admiração,

    Samuca

  • Fiz a faculdde de direito com o Betinho na FIT, e me lembro dele, com seus comentarios inteligentes e sagazes, com uma claresa de ideia, tipica de quem gosta de ler e escrever. Conviver com ele, naqueles anos, foi de grande valia e ensinamento, pois alem de homem simples, era culto, letrado, de humor refinado, e sentia orgulho de dizer que era “coboco do beradao”…, Que o GADU, receba a generosa alma desse irmao querido, em seu reino de PAZ E GLORIA. SAUDADE DE TI MEU AMIGO ERIBERTO.

  • Eriberto Santos, amigo e irmão! No curso de Direito, um parceiro exemplar, sempre com notas especiais. Um ser que fazia muita coisa ao mesmo tempo, mas sempre com carinho, responsabilidade e correção. Humildade era sua marca, mas qualidade nos seus feitos também! Seresta luzente no reino dos céus…

  • DE CORAÇÃO PARA CORAÇÃO…

    Hoje estou triste: Eriberto Santos, uma figura exemplar do radiojornalismo e da cultura de Santarém se foi em corpo, mas fica em espírito. Porque as amizades são eternas.

    Tenho um carinho especial por essa figura humana, com a qual convivi por muitos anos, cruzando com ele em eventos culturais e, principalmente, nos bastidores do Rádio, mundo ao qual ele foi o responsável pela minha iniciação.

    Foram-se os vários Santos que Eriberto representou em vida e que eu conheci, incorporados na mesma alma.

    O ERIBERTO DOS FESTIVAIS DA CANÇÃO. No último que ele organizou (1980), no Cine Olympia, quando fiz minha primeira tentativa de participação, aos 17 anos, e apesar de não ter nem passado na triagem ele me parabenizou nos bastidores dizendo que a letra era bonita e que eu não desistisse de participar. Naquele momento nem imaginávamos que num futuro seríamos colegas de profissão. No final de 1987, depois de duas outras tentativas bem mais sucedidas em festivais, cheguei a compor uma música em que fazia uma homenagem à cidade de Santarém (Estrela Matutina), por estar de malas prontas para viajar a Grécia. Nela eu citava o Eriberto numa das estrofes, que agora não lembro. Acabei nem inscrevendo a música e ainda hoje continua inédita. Não segui o conselho do mestre…;

    O ERIBERTO DO RADIOJORNALISMO, com o qual aprendi os primeiros passos desta bela profissão, ele na condição de meu chefe na Rádio Rural de Santarém. Minha estreia atrapalhada como repórter na emissora (narrada em meu blog: https://goo.gl/AZGRD), se tornou uma consagração pessoal porque ele acreditou em mim e abalizou minha contratação, há quase 29 anos;

    O ERIBERTO DAS SERESTAS, com sua frase inimitável: “De coração para coração”. Era o programa imperdível de todos os sábados na Rádio Rural, onde Eriberto, um eterno apaixonado, abria o espaço para os seresteiros da cidade.

    O ERIBERTO DA LITERATURA. Ao publicar seu primeiro livro (“Beiradão”), me deu um e pediu que eu fizesse uma crítica sincera, pois não queria bajulação. Fiz a crítica só a ele, demonstrando coisas que achei que poderiam ter sido escritas de outra forma. O grande mestre não disse nada. Pensei que o tinha magoado. Pra minha surpresa, quando lançou seu segundo livro em 2010 (“Neogaia”), me entregou uma edição autografada e pediu novamente que eu lesse e fizesse uma crítica, dizendo que eu estava certo no que disse a ele sobre o primeiro livro e que “tentei melhorar no segundo, se não estiver bom, pode me dizer, pois acredito na tua avaliação”. Fiquei emocionado, mas por conta de minha ocupações até hoje não terminei de ler a edição, para apresentar humildemente minha crítica a um cara de tanta pureza no coração.

    Na última vez que nos encontramos, nos bastidores de uma sessão da ALAS, fiquei feliz de vê-lo recuperado dos problemas de saúde que vinham tirando um pouco de seu brilho. Mas mesmo com todas as limitações, mantinha o mesmo sorriso com o qual aprendemos a admirar este ser humano ímpar.

    Aos familiares do meu amigo Eriberto Santos, meus sentimentos. Ao Helvécio, com o qual tenho me encontrado quase que só virtualmente por este blog, um abraço sincero, de um pupilo deste grande profissional.

    Ao Eriberto Santos, de coração para coração…

  • Perdemos um dos homens mais íntegros que conheço. O seu Eriberto Santos estava entre os homens que mais admirava, um home de caráter e de valores muito bem claros e incorporados. Está agora em outro plano e na paz que uma pessoa boa como ele merece. Conheci o seu Eriberto ao longo de quase 12 anos e pude compartilhar de muitos momentos de minha vida com ele, fiz uma amizade bela com ele, sua esposa e filhos. Ele dizia que tinha apenas uma frustração que era a de não saber cantar…rs. Adorava a música, foi um excelente escritor e contribuiu com a nossa cultura. Fui muito incentivada por ele a seguir minha vida artística como cantora e a tomar decisões importantes, mesmo que difíceis.. Ele era uma mistura de fã, amigo e uma espécie de anjo que quando dava conselhos conseguia tocar o coração, tanto ele quanto a Dona Delmaci. Ele acompanhou alguns momentos importantes de minha vida e sempre vibrou com minhas conquistas. Sei que ele cumpriu o seu papel aqui na terra. Formou uma linda família e educou muito bem os seus 4 filhos junto com sua adorável esposa entre muitas outras coisas importantes que fez ao longo de sua vida. Santarém perde um de seus homens mais íntegros!
    Meus pêsames a toda sua família.
    Lamento profundamente esta perda!

  • Fui apresentado ao Eriberto Santos, pelo amigo Dulfe Marinho, quando ele apresentava a seresta da rádio Rural. Passei a fazer parte do grupo de seresteiros que batiam ponto todos os finais de semana. Eriberto Santos, sem desmerecer nenhum outro apresentador, foi o melhor que já conheci. ele tinha o dom da palavra, fazia a apresentação com muita naturalidade e era carismático. Uma das coisas que pra mim ficou marcado nas apresentações do Eriberto Santos, era quando ele fazia uso da frase. ‘ DE CORAÇÃO PARA CORAÇÃO”.
    Meus profundos sentimentos a família.
    Descanse em paz.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *