* Se a universidade quer inovar, que seja como decorrência de um amplo debate interno
por Anselmo Colares (*)
A principal pauta de luta das três categorias que compõem a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) tende a ficar centrada no fim do estado de provisoriedade que reina na instituição, tendo como causa primária a longevidade que alcançou a nomeação pro tempore do reitor e do vice-reitor, pelo Ministro de Estado da Educação, e, por extensão, a dos demais dirigentes (diretores de institutos, coordenadores de programas).
A Lei Federal nº 12.085, de 5 de novembro de 2009, que criou a UFOPA, estabeleceu em seu artigo 11 que a administração superior seria exercida pelo reitor e pelo Conselho Universitário, cujas competências seriam definidas no estatuto e regimento interno, de acordo com a legislação pertinente.
O artigo 16 estabeleceu que: “Enquanto não se efetivar a implantação da estrutura organizacional da UFOPA, na forma de seu estatuto, os cargos de Reitor e Vice-Reitor serão providos, pro tempore, pelo Ministro de Estado da Educação”.
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Note-se que a lei faz referência explícita aos cargos de reitor e de vice-reitor como nomeados, não traz impedimento para que os demais cargos possam ser ocupados mediante processo democrático de escolha pela comunidade universitária. Mas, desde a instalação da UFOPA, as nomeações passaram a ser a regra, e os nomeados aceitaram por conveniência ou pela convicção de que eram imprescindíveis para a construção da nova universidade.
O problema é que foram ficando “pro MUITO tempore”. Já se vão 3 anos e 5 meses, quase o tempo de um mandato legitimado pelas urnas no estado democrático de direito.
Atente-se também que já na lei de criação da Ufopa ficou estabelecido que “a administração superior seria exercida pelo Reitor e pelo Conselho Universitário”, e que este deveria ser constituído “de acordo com a legislação pertinente”.
As organizações dos três segmentos que compõem a universidade (docentes, discentes e técnicos administrativos) não reconhecem a legitimidade do Conselho tendo em vista que ele foi constituído seguindo uma composição na qual a administração superior tem o controle majoritário, considerando que mais de 80 (oitenta) por cento dos integrantes foram nomeados pela Reitoria.
A citada Lei 12.085 diz no artigo 17: “A UFOPA encaminhará sua proposta estatutária ao Ministério da Educação para aprovação pelas instâncias competentes, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da publicação desta Lei”. Ou seja, a UFOPA (leia-se Reitoria) tinha um tempo determinado de permanência, e uma obrigação legal a cumprir.
Foi o que fez um reitor nomeado para o Instituto Federal de Santa Catarina, que em pouco mais de 5 (cinco!) meses (29/6 a 19/12 de 2011) implantou a estrutura organizacional de forma democrática, culminando com a aprovação do estatuto e a normatização das eleições para escolha dos dirigentes.
E ele ainda destaca como tendo sido extremamente saudável e produtivo o diálogo com todos os segmentos, inclusive os que divergiam de suas posições: […] Aprendemos que manter um canal de diálogo aberto entre a Reitoria, os servidores e estudantes faz toda a diferença. E isso exigiu disciplina diária […] Muitas vezes houve divergência de interpretação em relação a alguns temas mais polêmicos, mas respeitamos a opinião das pessoas e solicitamos que elas fizessem o mesmo. […] Procuramos destacar valores como a ética e a transparência como fundamentais para uma boa gestão. Se um gestor não se comportar de forma exemplar, não terá credibilidade para liderar outras pessoas” (confira a integra da avaliação da gestão pro tempore em https://eticaegestao.ifsc.edu.br/ideias-e-reflexoes/avaliacao-da-gestao-pro-tempore/).
Problemas com a infraestrutura física dos prédios; apuração de denúncias de nepotismo e ausência de discussão coletiva do modelo acadêmico e do percurso ao qual os estudantes estão submetidos, incluindo a existência de cursos não regulamentados, exigem respostas e soluções.
Da parte da Reitoria, o discurso é o de que todos os atos estão apoiados na legalidade e que as denúncias não procedem, tanto que o Ministério Público já foi acionado e nada constatou que pudesse afetar o trabalho que está sendo desenvolvido. De parte das organizações internas, a queixa é de que a Reitoria (e muitos diretores de institutos e até coordenadores de programas) se negam a recebê-los para tratar dos problemas que são apontados.
Mas a principal reivindicação continua sendo relacionada a implantação efetiva da gestão democrática por meio de eleições, o que implica a imediata aprovação do Estatuto discutido e aprovado pela Estatuinte.
Tudo indica que esteja no nascedouro um movimento que lembra a luta pelas DIRETAS JÁ. A democracia se renova. Nada melhor para oxigenar as mentes e mobilizar as energias em prol de mudanças efetivas. Se a UFOPA quer inovar, que seja como decorrência de um amplo debate interno. Do contrário, trata-se de uma inovação conservadora.
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* Santareno, é professor da Ufopa (Universidade Federal do Oeste do Pará), na categoria professor associado.
È notório que o prof. anselmo tem perfil de candidato a reitor e não a vice, portanto, tenho intencão de votar em vc, no entretanto, como vice tenho que pensar diferente
Muito importante as palavras do Professor Anselmo. Aliás, admiro muito o referido professor como um profissional. No entanto, gostaria de comentar o trecho que diz:
“As organizações dos três segmentos que compõem a universidade (docentes, discentes e técnicos administrativos) não reconhecem a legitimidade do Conselho tendo em vista que ele foi constituído seguindo uma composição na qual a administração superior tem o controle majoritário”.
Como assim? Na época que foi pra criarem este conselho eu fui um que não concordei e cheguei a inclusive a participar da campanha VOTO NULO onde mais de 60% das três categorias unidas votaram NULO. E por que a Campanha do VOTO NULO? Por que queríamos um conselho paritário, os técnicos, docentes e acadêmicos sugeriram isto à reitoria e campanha VOTO NULO era uma forma de mostrar que discordávamos completamente daquela eleição naqueles moldes. No entanto, alguns professores e técnicos, ignoraram a campanha do voto nulo e se candidataram em busca de uma das cadeiras do CONSUN. Inclusive o professor Anselmo saiu como candidato e hoje é um dos suplentes, conforme pode ser visto no link https://www.ufopa.edu.br/institucional/consun.
Logo, parabenizo o professor Anselmo por todo o seu belo texto e é claro defendo sim que Estatuto precisa ser aprovado com urgência e que precisamos de DIRETAS JÁ sim, mas eu não poderia deixar de fazer essa pequena observação.
Muito boas palavras Prof. Anselmo.
Ser critico é uma coisa, mas dor de cotovelo, é outra bem diferente….
Aluna da Ufopa.
Caros Leitores do Blog do Jeso,
Quero aqui apoiar e ratificar todas as palavras escritas pelo Prof. Dr. Anselmo Colares e abominar as tentativas de desqualificação de suas palavras, aliás prática muito conhecida entre nós que fazemos parte do quadro de professores da UFOPA. Lembro ainda que a universidade federal implantada em nossa cidade faz parte de uma construção que vem sendo feita nas últimas décadas e que tem a participação de muitos sujeitos que precisam e querem continuar participando de sua construção e consolidação; situação essa que só será possível quando a democracia plena acontecer. Para que essa democracia aconteça é preciso a aprovação do Estatudodiscutido pela comunidade acadêmica e como consequencia a eleição já dos seus dirigentes para que vozes plurais possam ser ouvidas e consideradas.
Prof. Edna Marzzitelli
ICED/UFOPA
Caro Carnavalesco, o meu tempo é precioso e não perderia tempo em acessar o Blog do notável professor Jeso Carneiro, que tbém tem um tempo precioso e laborioso, com muita dedicação a nos dar oportunidade, de qualquer cidadão ou cidadã; a livremente se expressar. Isto é democracia e cidadania. Obrigado por ter me tratado por mano ! mas, égua …, pelo pouco que sei é a fêmea do cavalo , equinos de quatro patas. Pela utilidade do jumento, carinhosamente o saudoso Rei do Baião, Luiz Gonzaga, seu Lula, em sua música – “O jumento é nosso irmão”. Portanto, como mano eu seria um cavalo e como égua seria sua irmã. Com todo respeito e humildemente, já tenho irmãos e irmã. Falei que cursei Universidade Federal do Pará, por que cursei; e não foi de Direito. Porém, digo lhe que ” O conhecimento é uma mão na roda”. Pouco sabem que: A CF ou magna carta do Brasil, é a 7ª e na reformulação rompeu-se o Estado Autoritário e o cidadão subserviente, passa a ser considerado – cidadania. “Constituição cidadã de 1988. Assim sendo, vc que é inteligente, já deve ter percebido qual a Faculdade cursada. Para melhor esclarecimento, não sou puxa de ninguém, não estou interessado em nada, não sou amigo ou parente do prof. Anselmo, o conheço a distância, sou seu fã incondicional. Digo mais, o prof. Aldo Queiroz está na dele, defendendo o reitor e a si mesmo. Assisti hoje o Programa do Rota 5 – Antonio Júnior, ele foi infeliz quando teatrou dando a entender que o “Movimento reinvidicatório universitário”; estava sendo feito apenas por aqueles estudantes que ali estavam. Ainda insinuou que estavam radicalizando, sinceramente, macroscopicamente ou a olhos desarmados, não sou míope, não vi na televisão nada mesmo de RADICAL. Parabenizo o acadêmico que se manifestou com categoria, disciplina, ética e transparência; expressão verdadeira de sua indignação e insatisfação, em nome da turma. Não houve sequer um confronto físico-moral com quem quer que seja. Assim é que é para ser, usando os princípios da democracia plena e o Estado de direito exercido em sua plenitude. A vitória está no ESTATUTO. Dialogar sem aprovar e homologá-lo, não vai passar de balela ! Avante comunidade acadêmica !!! . Já me identifiquei em epígrafe; está satisfeito seu carnavalesco ?
Não estou aqui defendendo a reitoria ou o Aldo ou qualquer pessoa ligada a retoria. Mas com certeza houve sim radicalismo na manifestação dos estudantes quando eles impediram que alguns técnicos e alunos entrassem na universidade.Todos tem o direito constitucional de ir e vir e ninguém pode barrar ninguém na entrada da universidade. Os estudantes estavam certos fazendo a manifestação por melhorias, mas estavam fazendo de forma errada impedindo outras pessoas de trabalhar.Como se pode lutar por democracia na universidade impedindo as pessoas de trabalhar ou estudar naquele dia…isso é incoerente, não existe justificativas para radicalismos. Por mais que tenha sido decidido em assembleia toda aquela manifestação, tenho certeza que não foram todos os mais de 2000 estudantes da universidade e os mais de 200 técnicos que decidiram barrar todo mundo, não estou aqui dizendo que a assembleia foi ilegal, mas eles deveriam ter também decidido respeitar os outros que precisavam estudar ou trabalhar naquele dia… Não é porque uma pessoa tinha que ir estudar ou trabalhar no dia do manifesto que ela estava indo contra os estudante, não estou me referindo ao Aldo, mas sim a outras pessoas, técnicos e alunos, que foram barrados na estrada. Nem todos na ufopa são farinha do mesmo saco da reitoria. Os alunos tem todo direito de fazer manifestação, mas o direitos de ir e vir de outras pessoas também deve ser respeitado.Falo isso pois não existi pelo rota 5 o que aconteceu,a televisão nunca vai mostras mesmo tudo com detalhes, falo isso pois eu estava lá e fui barrado e me senti humilhado, eu não fui lá para lutar contra a manifestação e sim pois precisava estudar naquele dia e vi técnicos que também precisavam trabalhar pelo bem do serviço publico em geral e não belo bem do Seixas Lourenço.A universidade não é do seixas lourenço e sim de todos que estavam ali protestando contra a reitoria, assim como aqueles que precisam ir estudar ou trabalhar na universidade no dia da manifestação.
https://educacao.uol.com.br/noticias/2013/04/15/apos-tres-anos-ufopa-nao-tem-estatuto-e-reitor-indicado-mantem-cargo.htm
Eles poderiam primeiro limpar o nome na praça com seus credores, pois tem empresa que não recebe pendência desde 2010. Ha 3 anos.
Onde o Prof. Anselmo aprendeu que eleição é sinônimo de Gestão Democrática?
Comparar um Instituto Federal com uma Universidade que está sendo implantada no interior da Amazônia é comparar alho com bugalho.
Caro Universitário atento,
Certamente eleição não é sinônimo de Gestão Democrática, contudo, se vc tivesse um pouco mais de conhecimento sobre Gestão, compreenderia que a eleição constitui algo básico e fundamental na direção de uma Gestão Democrática.
Isso porque, se a eleição em si não assegura a efetivação de uma Gestão Democrática, tampouco sem ela é possível que uma gestão se faça, de fato, democrática, haja vista que, diferentemente de um gestor que foi democraticamente eleito pela comunidade, o gestor escolhido por meio de indicação política tende a estar compromissado, sobretudo, com o seu padrinho político e não com a comunidade em geral.
Isso é óbvio e possui respaldo teórico em diferentes autores que pesquisam e escrevem sobre o tema no Brasil, tais como Heloisa Luck, Luiz Fernandes Dourado, Dalila Oliveira, e muitos outros.
Relamente aplausivel resposta..
Algumas pessoas Postam coisas sem o minino de conhecimento, muito bons refenciais teoricos.
O artigo dar a entender que esse Prof. Anselmo está em outro Estado ou em outro país. Menos na UFOPA. Ou está sempre viajando. Questiona a legitimidade dos atos do Reitor Pró Tempore e do Conselho Universitários Pró-Tempore. Vamos aos fatos:
1. O Prof. Anselmo concorreu a uma vaga ao Conselho Universitário Pro-Tempore para representar a categoria docente no Conselho Universitário e foi derrotado. Em nenhum momento contestou a legimitidade do Conselho. Esse artigo o caracteriza como um oportunista de carteirnha. O Conselho é composto conforme a legislação vigente. Não poderia ser diferente ou seja: 70% de docentes e 30% de técnicos e discentes.
2. Pelo que tenho observado em nenhum momento o Prof. Anselmo considerou ilegítimo a Portaria do Reitor que o nomeou Coordenador do Programa de Doutorado Interinstitucional em Educação UFOPA/UNICAMP. Não deveria ter aceito para ser ético. Ou aceitou pela conveniência como afirma no seu texto? No mínimo deveria ser ético e entregar o lugar.
Professor Anselmo,
Vamos quebrar tudo, você conosco na frente, dessa marcha para a Democracia.
Precisamos de um reitor ativo, como o Senhor.
Quando a gente começa a radicalizar?
Observador.
Não seja malicioso, Observador! Estás tentando insinuar um radicalismo que não faz parte da personalidade do Prof. Anselmo. Pelo contrário, ele é até um moderado.
Meu caro Dr. anselmo, hummmm de olho na Reitoria, fazendo sua campanha
E por que não candidato? O professor Anselmo Colares, por sua ilibada reputação, longa quilometragem acadêmica e currículo inatacável qualificaria a disputa para reitor.
Concordo contigo! O Anselmo é um sujeito decente, é professor de fato e não politiqueiro que não entra em sala de aula (como alguns na administração superior da UFOPA), é preparado e ainda é filho da terra. Ótimo candidato! Mas acho que ele não se manifestou com este intuito, mas sim por indignação com todo o quadro atual na UFOPA.
kkkkkkkkkkkkk, gostei da piada
Perdeu até para representar nossa categoria no Conselho Universitário. Quer ser Reitor? Já administrou o quê? Coordena o DINTER, nomeado pelo Reitor.
caro professor ufopa
primeiro, considero vergonhoso alguém q se diz professor desta instituição, se esconder no anonimato, para desconsiderar o trabalho de qualquer pessoa que seja.
segundo, se o doutorado em educação existe, hoje, é devido aos esforços do Anselmo, então, nada mais lógico, ele ser o coordenador do curso..
vc pode discordar do texto, é um direito seu, mas ao se limitar em desmerecer a pessoa, vc mostra apenas a sua incapacidade de argumentar contra o q foi escrito.
Profa. Heliana Aguiar
docente UFOPA
Meus aplausos, professora Heliana.
Perfeito, Profa. Heliana!
Que vergonha, hein, Professor UFOPA!?!
rapá….. quero v ele administrador kkkkk
SÓ ESPERO QUE A UFOPA NÃO CAIA NAS MÃOS DOS NOSSOS QUERIDOS CONTERRÂNEOS, POIS SÃO MUITO INFLUENCIADOS PELAS ONG’s DA VIDA QUE SÃO CONTRA TUDO. SE ISSO ACONTECER CERTAMENTE AO INVÉS DE UMA UNIVERSIDADE COM TUDO O QUE O NOME SIGNIFICA, VÃO QUERER TRANSFORMAR O QUE JÁ FOI CONSTRUÍDO (BEM OU MAL, ISSO NÃO VEM AO CASO), EM UMA ALDEIA DE INDIOS PARA PRODUÇÃO DE CERÂMICA TAPAJÔNICA, ARTESANATO DE CIPÓ ETC…. POIS SEMPRE FALAM: DEVEMOS RESGATAR NOSSA CULTURA…; DEVEMOS RESERVAR O QUE JÁ NÃO EXISTE…; NÃO QUEREMOS A CARGILL…; FORA BURITI OU BURUTI…; QUE MERDA!!!!!!!!!!!!!!!!!! DE CONTERRÃNEOS…
Mas a UFOPA está na mão de quem? O Marco Ximenes é Ongueiro! É coordenador de pesquisa do IPAM. Tem gente que fala da UFOPA e nunca foi lá, nem sabe o que está acontecendo. E agora, quem está errado? O Ximenes, a UFOPA, as Ongs ou o comentarista anônimos?
Capita
Caro professor Anselmo, este fato aconteceu ano passado
Por falar em Gestão Democrática, lembramos da eleição direta para diretor da EEEM “Álvaro Adolfo da Silveira” em 2012. Uma realidade, construída aos longos dos anos pelos trabalhadores em Educação da rede pública estadual e colocada em prática pela primeira vez em 2009, com a participação de discentes, docentes, pais e responsáveis da comunidade escolar do Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME), Polo de Santarém.
Entretanto, em 2012, houve um retrocesso no processo da gestão democrática, para a comunidade escolar atendida pelo SOME, ou seja, as eleições foram realizadas no dia 15 de maio de 2012 e não houve a participação dos membros do corpo administrativo, corpo docente, discente, pais e responsáveis pertencentes ao Ensino Modular.
Estes, por se sentirem excluídos do processo, ainda esboçaram uma reação, com a elaboração de abaixo-assinado visando anular a eleição, que reelegeu a professora Joana Cunha Bernardo, como gestora do “Álvaro Adolfo da Silveira”.
A ato, entretanto, não foi continuado, por conta de problemas na coleta de assinaturas, para estabelecimento da ação.
Para melhor entendimento do leitor, fazemos um levantamento de como foram realizadas as eleições em 2009, cujo processo eleitoral seguiu as diretrizes baixadas pela SEDUC.
Naquele ano, as ações iniciais planejadas para o encaminhamento do processo foram realizadas pelo Conselho Escolar que, de acordo com o artigo 42, do Regimento Escolar das Escolas Públicas Estaduais da Educação Básica, é quem tem a competência de fixar as diretrizes para o processo eleitoral de gestores das unidades de ensino, com base na legisla-ção e normas próprias vigentes.
Em 16 de fevereiro de 2009, a Secretaria de Estado de Educação (SEDUC) baixou portaria com instruções normativas e diretrizes para a realização de eleições diretas para a direção das unidades escolares do Estado.
Em suas linhas, o documento diz que a Comissão Eleitoral será composta de cinco membros repre-sentante de cada categoria da comunidade escolar (professores, técnicos, funcionários administrativo-apoio, alunos e pais), que deverão ser eleitos em Assembleia Geral, com a participação de pelo menos 1/3 da comunidade escolar.
Em assembleias gerais convocadas pelo Conselho Escolar e realizadas nos dias 15 e 16 de abril, a comunidade escolar do “Álvaro Adolfo da Silveira” definiu os nomes dos membros da Comissão Elei-toral, responsáveis pelo encaminhamento das eleições diretas.
No dia 15, estudantes e professores escolheram os seus membros. Os alunos apontaram o discente Jessé Bandeira e os professores apostaram na educadora Aya Cristina Fidélis (Letras).
No dia 16 foi a vez dos técnicos, pais e funcionários apontarem seus representantes para compor a Comissão Eleitoral. Os técnicos decidiram pelo nome de Gleidson dos Santos Pereira, enquanto que os funcionários de apoio escolheram Shyrley Barille Ferreira. Como representante dos pais foi escolhida a senhora Alcyone Batista Melo, mãe de um estudante do “Álvaro Adolfo”.
Eleita, a Comissão Eleitoral prontamente assumiu a coordenação do processo eletivo.
A primeira missão dos membros da comissão, sob a coordenação de Gleidson dos Santos Pereira foi confeccionar e aprovar a minuta, com o “Regimento Eleitoral do Colégio Álvaro Adolfo da Silveira”, e o Edital de Convocação da eleição no dia 29 de abril de 2009.
A Comissão Eleitoral mandou imprimir o regimento, tornando-o público. Ele foi colocado a disposição em local visível, no âmbito da escola, 60 dias antes das eleições, como manda o parágrafo único do título I.
O processo eleitoral prosseguiu, com duas novas etapas concretizadas: o registro das candidaturas e o processo de propaganda eleitoral.
O regimento prega que o prazo para inscrição de chapas ou candidaturas individuais será de 30 dias a partir da data de publicação do Edital, pela Comissão Eleitoral. O edital foi publicado dia 29 de abril, por conseguinte as chapas tiveram até o dia 29 de maio, para realizar as inscrições.
No dia 1o de junho a Comissão Eleitoral publicou Edital de Publicação de Chapas, comunicando à comunidade escolar a inscrição da “Chapa da Integração”, registrada sob o número 1, com os candidatos: Joana Cunha Bernardo (diretora), Jorge Aluísio C. Costa, Rubens José S. Araújo e Valbenícia Martins Almeida (vices-diretores).
Participação do SOME – Em Edital de Publicação, datado e socializado com a comunidade escolar em junho, a Comissão Eleitoral da escola estadual “Álvaro Adolfo da Silveira”, transferiu a data das eleições de 29 de junho para o dia 27 de agosto.
De acordo com o edital, o principal motivo da mudança foi a deflagração do movimento grevista, que tornou a eleição inviável, em razão da deficiência da divulgação do processo eleitoral para a comunidade escolar.
Além disso, a Comissão Eleitoral levou em consideração a necessidade de realizar uma divulgação eficiente, em razão da quantidade elevada de discentes do educandário, que incluia também 3.158 estudantes do Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME), distribuídos em 46 comu-nidades do município de Santarém.
Outro motivo alegado para a alteração da data da eleição foi o quorum mínimo de 1/3 do colégio eleitoral, que não foi atingido, para a validação do processo eleitoral conforme art. 7o da Portaria no 04/2009.
A mudança foi estratégica, pois permitiu que a Comissão Eleitoral fizesse um ajuste em seu planeja-mento, de forma que os estudantes, pais ou responsáveis, das escolas anexas do “Álvaro Adolfo da Silveira”, onde funciona o Ensino Modular pudessem exercer o seu direito de voto.
Para que isso acontecesse, a Comissão Eleitoral providenciou o envio de urnas à 14 comunidades do interior, onde funcionam escolas anexas (as que ficavam mais perto de Santarém), de forma que fosse atingido o quorum míni-mo, proposto pela SEDUC.
A Comissão Eleitoral em reunião realizada na terça-feira, 7 de julho 2009, definiu as 14 comunidades, para onde foram remetidas urnas usadas no processo eleitoral.
As comunidades escolhidas foram: Tapará-Grande, Aritapera, Piracãoera de Cima e Saracura, na várzea; Ubinzal, São Raimundo da Palestina, Murumuru e Guaraná, no Planalto; Araci, Vila Socorro, São Jorge e Curuai, no Lago Grande; Urucureá e São Miguel, no rio Arapiuns.
A Comissão Eleitoral também definiu que as 14 urnas fossem transpor-tadas sob a responsabilidade da equipe de educadores do SOME, escalada para cumprir o 3o módulo nas comunidades selecionadas.
O módulo iniciou no dia 24 de agosto, quando os educadores se deslocaram para as comunidades, levando consigo as urnas.
A eleição foi marcada para o dia 27 de agosto. Neste dia os estudantes e responsáveis votaram e no dia 28 as urnas foram transportadas de volta para Santarém, onde aconteceu a contagem dos votos.
Matemática – De acordo com listagem fornecida pela 5a Unidade Regional de Educação (5a URE), para a Comissão Eleitoral, havia em 2009 um total de 3.158 estudantes matriculados no Ensino Médio Modular (EMM), atendidos pelo SOME, distribuídos pelas 46 comunidades do município de Santarém.
De acordo com o artigo 7o, da Portaria 004/2009, publicada pela SEDUC, para que a eleição tivesse validade 1/3 do colégio eleitoral deveria votar. Isto significa dizer, que pelo menos 1.052 estudantes do SOME e seus responsáveis deveriam exercer seu direito de voto, para atingir o percentual de 1/3, quorum mínimo previsto pelo portaria.
As 14 comunidades escolhidas para receber as urnas tinham matri-culados um total de 1.407 estudantes, ou seja, quase 2/3 do colégio eleitoral do SOME, no município de Santarém.
Como vocês podem perceber pela reconstituição do processo eleitoral, em 2009 a comunidade escolar do SOME participou das eleições, elegendo democraticamente os gestores da escola “Álvaro Adolfo da Silveira”, diferentemente das eleições que foram realizadas no ano letivo 2012, em que não teve a participação do SOME.
Mestre Anselmo Colares, se a comunidade acadêmica que tem a força da renovação na UFOPA, mobilizando-se publicamente nas ruas, praças e mídia, não conseguirem a mudança sob a égide do estatuto ou regimento interno. Só tem um caminho, radicalizar com base nos princípios que norteiam o Estado democrático de direito e garantias. Visto que, os que já estão enraizados na UFOPA a muito tempo, recebendo as vantagens, dos DAS, etc, etc, etc … se escondendo na falsa legalidade; para não perderem os cargos. É uma luta de Titãs, torço pela Comunidade Universitária, que precisa manter as liderânças unidas e persistentes. “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. A muito vejo em você, um espírito de liderança democrática e, conhecimento de causa; seja um destes líderes à conquistar a mudança renovadora na Universidade que está a desejar ! Avante companheiro !!! Veja bem, não sou um professor; mas passei por uma Universidade; adoro estes movimentos de bandeira de luta em prol de melhorias…
Qual foi essa universidade mano? égua…; Quanto aos interesses pelo comando da UFOPA, lamento que, no geral, salvo raras excessões, funcionário/servidor público, quando ultrapassa o lapso probatório, se necessário, e adquire a “estabilidade”, mais parece dono da situação e faz do seu emprego um “bico”. Se todos fizessem o seu trabalho com dedicação, compremetimento, satisfação, zelo, valorizando o salário que ganha e que escolheu (por isso fez o concurso) a HISTÓRIA SERIA OUTRA. O que importa é o poder político o resto é resto. Lamento que existem professores e professoras que que da UFOPA, só querem a aposentadoria, imaginem a qualidade do ensino e dos profissionais… É, vida que segue.
Clap, clap, clap! Brilhante!