Não quer calar

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Quando o companheiro de partido e de tendência (PT Pra Valer) Juca Pimentel assumir o cargo de articulador político do Maria II, o vereador Carlos Jaime ainda vai emitir críticas e tomar posições contrárias aos interesses do governo? Ou silenciará para sempre?


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2 Responses to Não quer calar

  • Claro que sim, Jeso. Pelo menos é o que se espera, se ele for coerente com seus princípios.

    Carlos Jaime, apesar de ser da tendência PT Pra Valer, pertence a um subgrupo que sempre se sentiu excluído dentro da própria tendência, ainda no tempo em que ela era a poderosa “Corrente”: são os chamados “igrejeiros” do PT.

    São militantes vinculados à igreja católica, surgidos exatamente no movimento das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), e que foram a força-motriz da tendência e quiçá do partido. Mesmo os sindicalistas que beberam da mesma fonte, como ex-catequistas ou ex-frades (caso de Geraldo Pastana, prefeito de Belterra e estrela-mor da tendência), acabaram afastando os militantes das CEBs do centro das decisões.

    Juca Pimentel respeita muito mais a vanguarda liderada por Pastana (de quem é cria direta) do que os padres e lideranças católicas que se juntaram ao vereador Carlos Jaime, entre eles o ex-vereador Ivan Sadeck e a líder comunitária Sara Pereira, da Famcos.

    A eleição de Carlos Jaime pode ser considerada o maior ato de rebeldia dos “igrejeiros” nos últimos tempos. Sem apoio da tendência e sem recursos que outros candidatos tiveram até da máquina estatal, Carlos Jaime buscou o apoio das CEBs e construiu uma candidatura realmente popular.

    Agora, sua disposição de confrontar o Governo Maria vai depender muito mais da capacidade dos líderes da tendência de diminuírem o abismo entre estes e os “igrejeiros”, do que da “capacidade de articulação” de Juca Pimentel, que não minha opinião inexiste. Seja para assuntos internos da tendência, seja para o partido como um todo.

    A mexida de Juca para o posto é na verdade, com todo o respeito, uma movimentação horizontal no governo Maria de abrir mais espaços à tendência PT Pra Valer, criando um cargo quase fictício para uma liderança idem.

    E surge num momento em que a tendência, mais forte fora de Santarém, conseguiu liderar um movimento entre todas as tendências petistas que eu chamaria de “Chega, DS!”, para retirar Carlos Puty da Casa Civil e diminuir sua onipresença no Governo Ana Júlia, que pertence à tendência Democracia Socialista.

    O nome de Everaldo Martins (da Unidad da Luta, UL) surgiu como um consenso e abriu novas frentes de negociação em outros setores, rearrumando o jogo interno de posições petistas.

    1. É revelador o teu comentário, Jota Ninos. Embora ache que o vereador Carlos Jaime terá que ter todo cuidado para não desobedecer às ordens da cúpula do PT Pra Valer, que já deu mostras há poucas semanas do que é capaz quando alguém do grupo não cumpre o que seus cardeais determinam. Vide o caso que ocorreu com o companheiro Raimundo Oliveira em Marabá, expulso por suposta traição.

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