Policiais pressionam Bolsonaro a impedir corte de R$ 24 milhões na Polícia Federal

Publicado em por em Política

Policiais pressionam Bolsonaro a impedir corte de R$ 24 milhões na Polícia Federal
Policiais federais em operação no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução/O Globo

Criticado por integrantes de forças de segurança por manter os policiais sob várias das travas a aumento de gastos impostas na PEC emergencial, o governo Jair Bolsonaro sofre pressões agora para interferir na Comissão Mista de Orçamento (CMO) após a aprovação de um relatório preliminar que retira R$ 23,8 milhões da Polícia Federal do orçamento deste ano. A informação é de O Globo.

O texto foi proposto pelo relator-geral, Márcio Bittar (MDB-AC), e o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), justifica que, devido à pandemia, é necessário que todos contribuam com “sacrifício”.

Entre outras destinações, a verba seria usada para prevenção e combate ao tráfico de drogas, curso de formação de policiais e treinamento de pessoal, além da administração e construção de unidades. Grupos como a Associação de Delegados da Polícia Federal (ADPF) pressionam para que o corte seja revisto, com a retomada da proposta original do Executivo.

 

“O corte proposto é muito prejudicial. É com esse dinheiro que abastecemos viaturas, pagamos recrutamento para operações e mantemos a delegacia funcionando. Isso impactará diretamente a produção”, disse Edvanir Paiva, presidente da ADPF.

A associação diz que o orçamento da PF “deveria ser encarado como investimento, já que a instituição apreende bens e recupera dinheiro” de criminosos. A bancada policial na Câmara já pleiteou a Bittar que reveja o corte.

“Isso representa bem pouco para os cofres da União, mas muito para o funcionamento da PF”, disse o deputado Pablo Oliva (PSL-AM), delegado federal licenciado, que integra a CMO.

Embora tenha pautado sua atuação como deputado por acenos às forças de segurança, postura que procurou manter como presidente, Bolsonaro já foi alvo de protestos de categorias policiais ao longo do governo. A principal crise veio na reforma da Previdência, em 2019, quando Bolsonaro foi chamado de “traidor” em protesto no Salão Verde da Câmara pela não inclusão de policiais civis, rodoviários e federais no mesmo pacote dos militares, com regras mais brandas.

— LEIA também: Justiça autoriza Reginaldo Campos, nº 1 da Perfuga, a fazer curso superior em Direito

Do corte de R$ 24 milhões previsto na PF, R$ 14 milhões seriam para administração de sedes e delegacias. Outros R$ 4,7 milhões ajudariam na manutenção do sistema de emissão de passaporte, controle do tráfego internacional e de registro de estrangeiros, e R$ 2,1 milhões seriam para prevenção e repressão ao tráfico de drogas e crimes praticados contra bens da União.

A CMO também propôs um “cancelamento” de R$ 3,1 milhões que estavam previstos para a Controladoria Geral da União utilizar em combate à corrupção, auditoria interna, ouvidoria e correição, o que também gerou insatisfação na bancada policial.

“É um absurdo um governo que prometeu combater a corrupção não combater essas propostas vindas de parlamentares ligados ao governo”, disse Felício Laterça (PSL-RJ), delegado licenciado.


Publicado por:

2 Responses to Policiais pressionam Bolsonaro a impedir corte de R$ 24 milhões na Polícia Federal

  • o fato é que depois que acabou com a corrupção deveria era extinguir a PF e transferir suas funções pra guardas municipais

  • O problema do policial é achar que não é servidor público. O capetão da morte sempre se mostrou contra o serviço público e o servidor, e ainda assim, até hoje policiais o consideram um mito

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *