Morre aos 91 anos o seresteiro Machadinho, a voz de ouro de Santarém

Publicado em por em Memória, Santarém

Machadinho
Machadinho em 2 atos: sozinho e com amigos no Maracanã (RJ)

Morreu na madrugada desta terça-feira (9), em Santarém, oeste do Pará, Edenmar da Costa Machado, o Machadinho, um dos ícone da música santarena, uma das mais belas vozes de seresteiro do município e, por isso, conhecido como “a voz de ouro de Santarém”.

Era membro da Academia de Letras e Artes de Santarém (Alas). Ocupava a cadeira nº 21. Faria 92 anos no próximo dia 14.

Machadinho faleceu por volta das 2h20 de hoje, no hospital da Unimed, de complicações diversas, agravadas por uma pneumonia. Seu corpo será velado na igreja Santíssimo Sacramento,que ele ajudou a construir no bairro do Santíssimo.

O enterro será cemitério São João Batista, na avenida Mendonça Furtado, onde está sepultada Áurea Lisboa Machado, com quem o músico conviveu por 50 anos e que faleceu há 17 anos.

 

O casal tinha 3 filhos, 3 netos e 3 bisnetos.

Machadinho nasceu na cidade de Porto de Faro (Portugal) e adotou Santarém (PA) também como sua terra natal. Católico praticante, foi coordenador do Círio de N. S. da Conceição por décadas.

Círio de Santarém.

REPERCUSSÃO

Isaac Lisboa Filho, advogado e sobrinho de Machadinho.

“Das vezes que conversei com o tio Machadinho, a sua fala mansa e compassada chamava atenção. Esses traços marcantes também se percebia quando cantava. Ultimamente, já sem voz – devido a um AVC – se comunicava com gestos, mas ainda assim era cativante na sua simplicidade de gesticular. Socialista convicto e lulista, não aceitava a prisão de Lula. Que Deus conforte as primas, os netos e netas, e reserve ao tio Machadinho o descanso eterno.”

Edu Dias, cantor e compositor obidense.

” Garoto, em Óbidos, já ouvia falar do nome de Machadinho. Quando cheguei em Santarém, seu nome parecia uma lenda, e constatei quando o movimento Canto de Várzea lhe fez uma homenagem no Centro Recreativo. Ainda tive o privilégio de lhe ouvir cantar numa seresta de amigos, antes do ostracismo. Seu nome esta eternizado na música santarena, nos versos de Laudelino Silva. Vá em paz e que Deus o receba na sua misericórdia”.

Everaldo Martins Filho, médico e cantor santareno.

“Amigo Machado, como carinhosamente o chamava o Nilson Vieira, poeta da fotografia, da câmera. Continuamos pobres humanos. Amanhecemos em pranto e em lágrimas estamos . Por isso a chuva é muita. Todos esses anos sem voz , repercussão de uma doença nas cordas vocais. E o ouvimos em gravações, poucas, mas imortais. Ou nos LPs de Altemar Dutra. E nas serestas, tantas, que cantastes ao violão. Serenatas para a satisfação e o deleite das pessoas de Santarém, do governador Fernando Guilhon; dos jovens Antônio Von e João Otaviano, os colegas boêmios Armando Soares e Expedito Toscano, o cavaquinho do Laudelino, além também de minha mãe Selma Martins, admiradora do Machadinho e que cantava para ele dedilhar as cordas de embalar melodias, do seu violão. De nossa igreja Matriz e o arraial da Padroeira, Nossa Senhora da Conceição. Sua cantoria é oração, ao mesmo tempo que a sua voz é a roupa de baile da canção. Tem suas filhas, seus netos, sua bisneta. E está, nesse momento, nos braços de sua saudosa Áurea. Mas hoje o show noturno é no Teatro Celestial. O aguarda, a plateia. É a sua estreia. O paraíso ficou ainda mais divino. Canta, Machadinho, canta. Romântico, lindo, como dobra o sino.”

Aguarde mais informações.


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Uma comentário para

  • Pessoa de um simplicidade ímpar, amigo de cursilho de meu Pai (Domingos dos Anjos), que Deus console a família na sua ausência corporal, pois sua história e presença de espírito jamais passará em branco.

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