Cursos de Medicina: equívoco governamental

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Do leitor que se assina Marco Aurélio, sobre o post MEC autoriza novo curso de Medicina no Pará:

Essas vagas são fruto de uma POLÍTICA EQUIVOCADA do Governo Federal para educação e saúde!

Pesquisa realizada no ano passado pelo CREMESP indica que não há carência de médicos em número no Brasil, mas apenas sua má distribuição! E isso não se resolve criando vagas e abrindo as porteiras do país para médicos bolivianos e cubanos (de formação duvidosa!) como o Governo Federal planeja!

Precisamos oferecer plano de carreira, CONDIÇÕES MÍNIMAS DE TRABALHO! Não é suacatando o mercado que teremos saúde de qualidade!

Veja: os EUA têm quase METADE DO NÚMERO DE ESCOLAS MÉDICAS que o Brasil! E lá não “faltam” médicos, porque eles estão bem distribuídos! Se as prefeituras, principalmente da região oeste do nosso estado, não oferecerem condições para os médicos formados pela UEPA aqui ficarem, ELES VÃO EMBORA! E não vão ficar simplesmente porque se formaram aqui…

Acordem! O Governo Federal quer maquiar o problema da saúde no Brasil.


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7 Responses to Cursos de Medicina: equívoco governamental

  • Jeso,

    Na realidade é justamente nos centros menores que os médicos são melhor remunerados. O valor ofertado em concurso não é atraente. É baixo mesmo e nenhum médico se interessa. Um piso nacional num valor mais alto que os padrões atuais como tu sugere ia se tornar mais um atrativo para que se mantivessem nos grandes centros como ocorre hoje.
    Para os municípios de nosa região so entram no quadro através de contrato e vantagens cujos salários sempre ultrapassam em muito os R$ 15.000,00. Mesmo com esses valores os profissionais dos grandes centros dificilmente encaram o desafio de vir trabalhar na região.
    Portanto a oferta de novos cursos e novas vagas de medicina é saudável.

    adelson sousa

  • A graduação não segura o médico em uma cidade (Embora 6 anos seja o suficiente para criar raízes e afeto por um lugar), pois uma pessoa com 23-26 anos ainda não está decidida na sua vida. O que tende a fixar um médico em uma região é a residência médica. É geralmente nesse período que acontecem os casamentos e o médico se familiariza com a cidade, já que começa a desfrutar de uma vida melhor, ao contrário do “perrengue” do universitário. Também acontecem casamentos, namoros mais estáveis e necessidade de estabilidade para a vida adulta.
    Partindo desta premissa e concordando com o autor do tópico, vejo a solução na criação de vagas de residência médica no interior (como já está acontecendo em passos firmes na nossa cidade), pois aí os serviços de saúde tenderiam a se modernizar e a melhorarem e o médico ficaria na região.

    1. Concordo plenamente com o Sr João Alho, mas acrescento que tanto a graduação como as residências devem ser no interior. A profissão médica deve buscar principalmente o “interior” das pessoas, nunca o “o capital”. Todas as profissões e ciências devem ter uma finalidade social, medicina não é diferente. Está de parabéns o governo pela decisão de interiorização dos cursos de medicina, mas conforme o Sr Jão Alho já mencionou, o que fixa o profissional no local é a residência médica, para tanto é necessário esse ajuste pelo governo

  • Dizer que o aumento do número de vagas para medicina não é bem vindo e que isso vai diminuir a qualidade dos cursos é no mínimo não conhecer a realidade do interior do Brasil e o potencial dos brasileiros, pois não somos tão incompetentes como muitos pensam.
    Alegar que os médicos não vêm para o interior por falta de condições como se eles fossem uma classe superior como as implantadas na Índia é uma visão elitista, pois todas as profissões não gostam do interior seja ela agronomia, veterinária, Florestal etc… que deveriam ter este perfil de campo.
    No entanto os médicos juntos com os políticos e juízes são os melhores remunerados neste pais e falando em juízes se seu ponto de vista tivesse certo os juízes ficariam no município do interior felizes da vida, pois eles recebem tanto como juiz da comarca como juiz eleitoral, e ninguém possuem melhores condições de trabalho, porém eles não são da região e o sonho é ir embora para perto de sua cidade ou região.
    Devemos sim lutar por mais cursos seja ele de medicina, direito ou para carreira do magistério, pois todos devem ser respeitados como profissionais e não como elite já que a educação é um direito de todos inclusive a superior.

  • Os advogados criaram a prova de ordem, os médicos fazem LOB, para limitar o número de vagas nas universidades. Tudo isso para proteger o mercado da explosão de profissionais que derrubaria o valor dos salários. Isso pra evitar o que aconteceu com a enfermagem, que em nossa cidade forma em torno de 200 profissionais por ano e tem uma das piores remunerações do país.

  • Conforme a nota abaixo do Ministério da Educação, o número de médicos no Brasil em relação a população é inferior a essa mesma relação em outros paises como Argentina, Uruguai, França, Alemanha, Portugal, Espanha que superam a relação de 3 médicos por 1000 habitantes. No Brasil estamos em 1,8 médicos por 1000 habitantes.
    Encontrei na internet (https://www.cremesp.org.br/pdfs/medico_por_habitantes.pdf) o estudo divulgado pelo Cremesp. A ênfase é o número de médicos em São Paulo (proporção de 2,44 médicos por mil habitantes). O estudo tem uma tabela com o número por estado e a situação do Pará é crítica (0,75 médicos por 1000 habitantes), ficando pouco acima do Maranhão, que é o lanterna nesta proporção.Para atingir a proporção de São Paulo, tem que triplicar. E qual a proporção em Santarém? Para atingir a média brasileira (1,8 médicos/mil habitantes), teria que ter 540 médicos, sem considerar a população regional que é atendida também em Santarém.

    Quanto as condições de trabalho e remuneração é realmente um grave problema que deve ser enfrentado por todos níveis de governo (federal, estadual e municipal). Já ouvi até propostas de uma federalização do médico da família, visando uma política nacional mais uniforme e que proporcionasse uma maior atratividade e formação continuada a estes profissionais.

    A grande ênfase na década de 80 e 90 foi a municipalização de serviços públicos em saúde e educação. E com isso há uma necessidade de um maior acompanhamento e cobrança tanto dos órgãos públicos fiscalizadores como dos Conselhos Municipais de Saúde e Educação que foram criados com essa finalidade.

    https://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17827
    Educação superior Ministério amplia número de vagas em medicina em instituições de todo o país Terça-feira, 05 de junho de 2012 – As universidades públicas federais e instituições particulares de educação superior vão oferecer mais 2.415 vagas em cursos de medicina a partir do segundo semestre deste ano. A expansão autorizada pelo Ministério da Educação contempla todas as regiões do país. Nas instituições superiores do Norte e Nordeste serão abertas 1.365 vagas.

    Em universidades públicas federais, a expansão da oferta do ensino de medicina prevê a abertura de 1.615 vagas, sendo 1.040 em 18 novos cursos em 12 estados. Recentemente criadas, as universidades federais do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), do Sul da Bahia (UFSBA) e do Oeste da Bahia (Ufoba) vão ofertar 220 vagas. Os cursos já existentes nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste terão 355 vagas. Outras 800 vagas serão abertas em nove instituições particulares.

    O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou em entrevista coletiva concedida na tarde desta terça-feira, 5, que a qualidade na expansão do número de vagas será acompanhada pelo governo federal. “Nosso esforço é ampliar com qualidade a quantidade de vagas em cursos de medicina. Não estamos com pressa, queremos fazer bem feito”, disse.

    Até o final de 2013 todas as vagas já devem estar implantadas. Ele também ressaltou que a abertura de novas vagas seguiu critérios específicos, como a disponibilidade de uma rede hospitalar que possa acompanhar a formação do médico, além do chamado índice de leitos do Sistema Único de Saúde (SUS), que deve ser de cinco para cada profissional em formação.

    Sobre a concentração das novas vagas nas regiões Norte e Nordeste, o ministro destacou que este é um esforço que precisa ser complementado com ações que mantenham os médicos em suas localidades de formação. “Há uma dispersão muito grande quando analisamos médicos e vagas. Não basta apenas uma política de desconcentração, mas para fixação”, explicou.

    Para apoiar a expansão das vagas serão contratados 1.618 professores e 868 técnicos administrativos. Com 1,8 médicos para cada mil habitantes, o Brasil tem, proporcionalmente, pequeno número de profissionais nessa área, quando comparado a outros países da América Latina. A média de vizinhos como Argentina e Uruguai chega a 3,1 e a 3,7 médicos por mil habitantes, respectivamente. Alguns países europeus contam, proporcionalmente, com o dobro de médicos. É o caso da França (3,5), Alemanha (3,6), Portugal (3,9) e Espanha (4,0). “Temos uma oferta de médicos insuficiente para atender a sociedade brasileira”, ressaltou Mercadante, ao citar dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

    1. Estupenda contribuição para esse debate, Moacyr. Ou seja, faltam médicos sim no país. Assim como falta também uma espécie de piso nacional para categoria, para que ela possa também ser melhor remunerada, principalmente nos centros menores.

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