por Jorge Wanghon (*)
Andei lendo blogs e vendo vídeos de levantamento básico, o nosso conhecido powerlifting.
Minuciosamente, estudei os movimentos dos grandes levantadores no agachamento, supino e terra. Em busca de mais informações, encontrei também verdadeiros heróis treinando, competindo e sem muito aporte financeiro nos quatro cantos do país.
Alguns, privilegiados, nascidos em família de berço, bancam os próprios gastos com os treinos e competições; outros, treinam em academias que não possuem ‘gaiolas’ para o agachamento (que deveriam dar segurança na hora do exercício) e fazem verdadeiras estrepolias para poder ficar em pé na academia, sem um suplemento que lhes permitam progredir nos treinos.
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Para falar a verdade, não tenho muito estômago para ir atrás de patrocínio. Sinto-me como um mendigo pedindo esmolas. E é assim que os atletas são tratados pelos donos de empresas que olham para você, o seu empresário, o seu projeto e pensam que estão diante de um golpe.
Não procuram nem ao menos saber se o atleta é realmente promissor, se dá para descontar no imposto de renda, se possui capacidade para representar o seu Estado, sua empresa ou se realmente é um picareta, como eles pensam. Digo isto porque também existem os picaretas, aqueles que mancham o caminho dos que estão em busca de uma melhor performance e são competitivos, tem índices e não são meros atores dizendo que são isto ou são aquilo.
E engraçado que atletas picaretas, que falam muito e fazem pouco, às vezes tem sorte, muita sorte e um bom jogo de marketing. Tem patrocínio disto, daquilo, dizem que foram a tal parte, a tal lugar, venceram isto, aquilo, mas se formos fazer uma avaliação, uma investigação minuciosa das competições que este atleta participa, vamos constatar um verdadeiro fiasco.
Mas como em todo lugar, em toda instituição, existem os bem-intencionados. Conheço em minha cidade atletas que mereciam uma atenção mais especial. Citaria nomes, mas não é o caso. Tem levantador de peso, por exemplo, que vai para a academia e treina sério como os atletas do sul. Além de genética, possuem muita força de vontade.
Nosso Brasilzão é muito bom para morar. Não tem terremoto e nem tsunami, como no Japão. Temos muitos rios, terras férteis, somos o celeiro do mundo. Nosso problema não é geográfico ou climático, é mental mesmo.
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* Atleta santareno, campeão nacional em levantamento de peso. Treina para participar em junho do Campeonato Brasileiro de Powerlifting 2011. Até lá, vai escrever rotineiramente aqui neste espaço sobre o seu dia a dia. É patrocinado pelo blog.
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