por Jorge Waghon (*)
Que rufem os tambores! Esta é a frase que define todo um trabalho que desenvolvemos até agora para participar do Brasileiro de Powerlifting 2011. A pouco mais de 20 dias da competição, evitar lesões e manter o rendimento na academia, intensificando o trabalho em cima dos exercícios agachamento, supino e terra – que serão executados na competição – é o foco destes dias que antecedem o evento.
Ainda não tiramos cargas, que é a execução com uma repetição apenas, definindo quanto vamos levantar em cada exercício. Vamos realizar esses testes a 10 dias da competição. São 3 pedidas de cargas na barra.
Três tentativas que definiríamos da seguinte forma: a 1ª é aquela que o atleta realiza com folga na academia; a 2ª pedida é aquela em que se sabe que consegue como que chegando ao limite; a 3ª pedida é aquela que se baseia no dia da competição.
Na segunda pedida, o atleta já sabe com qual carga pode se garantir na terceira. Sem falar que se não conseguir a primeira, tenta o mesmo peso na segunda, ou na terceira. Pode-se repetir a mesma carga caso não consiga alguma tentativa, ou ainda aumentar, mas nunca diminuir. Se não conseguir as 3 tentativa o atleta está automaticamente fora da competição.
Em se falar de levantamento de peso, principalmente no powerlifting, que é um esporte de força bruta e em que se ergue mais pesos que no levantamento olímpico, acredito que possa existir alguém que ao ler este artigo pense: “Esse cara é doido”. E não deixa de ter razão.
Ir para a academia todos os dias para seguir uma rotina de exercícios em que a meta é levantar mais peso, dentro do limite pessoal de um atleta, é meio bizarro. Não é o perigo que me preocupa quando treino ou vou competir, mas a maneira como lidamos com o medo neste esporte. Sim, porque lidamos com o medo, também. Encarar uma barra e tentar tirar uma carga que para você ainda é desconhecida, se vai conseguir ou não, gera um pouco de “receio” e aí é que entra a adrenalina.
Depois que se consegue tirar as cargas e saber o quanto o atleta está preparado, qual as condições físicas para a competição, o “medo”, passa a dar lugar a adrenalina. Uma substância inerente ao ser humano que não se vende em lugar algum. Para muitos pode atrapalhar, para outros, funciona de forma positiva. Existem atletas que dizem que no momento de ir para a barra, não escutam e não veem mais nada, a não ser a barra à sua frente.
Competir no powerlifting é como a disputa nos pênaltis no futebol. São 3 exercícios, com a diferença que um jogador chuta apenas uma vez ao gol e não tem outra chance caso não faça o gol. No powerlifting, são 3 oportunidades que o atleta tem de melhorar sua marca e alcançar a superação de seu próprio limite.
– – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –
* Atleta santareno, campeão nacional em levantamento de peso. Treina para participar em junho do Campeonato Brasileiro de Powerlifting 2011. Até lá, vai escrever rotineiramente aqui neste espaço sobre o seu dia a dia. É patrocinado pelo blog e pela rede de farmácias Droga Mil.
Leia também:
Explosão e força bruta.
Agachamento: repetições com 200 kg.
Treino e finalizações.
Preparação de um master.
Treino, treino, treino.
Sementes.
Os passos de um atleta.
O voo da águia.
Deixe um comentário