por Moacyr Mondardo (*)
Creio que minha posição a favor do desenvolvimento sustentável é bastante clara. Aliás, encaro que a sustentabilidade depende do desenvolvimento econômico, sob pena de manter populações à mingua, afastadas dos benefícios que o progresso tecnológico e social tem trazido a humanidade.
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Nestes termos, entendo que hoje grandes questionamentos continuam existindo em Santarém quanto a porque sua infraestrutura de comunicações, em especial, internet, continua precária e isso causando uma grande perda econômica e social.
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Pergunta para a qual, não tenho resposta. Mas entendo deva ser cada vez mais questionado atrás de soluções efetivas.
Vi notícia recente sobre reunião nos Ministério dos Transportes questionando o fato da concessão da BR-163, no trecho do Mato Grosso até Miritituba, e isso não chegaria a Santarém. Essa concessão tem embutida a obrigação da duplicação da rodovia e está ligada ao transporte rodoviário das cargas agrícolas até Miritituba, onde serão colocadas em balsas e transportadas para os portos de Santarém, Macapá e Belém.
Vejo que essa duplicação assim também beneficia Santarém, visto que será um dos portos que serão movimentados e aqui em via fluvial. Santarém precisaria apenas de uma garantia de ter a BR-163 asfaltada, em condições de trânsito, para que outros produtos tenham facilidade no seu escoamento de/para Santarém.
Assim não colocaria como ponto nevrálgico estender a duplicação a Santarém. E sim tratar dos projetos tanto de outros terminais no porto de Santarém bem como a necessidade de outro porto a jusante da cidade.
Creio que uma grande questão está em avivar o interesse em uma ligação ferroviária do Mato Grosso a Santarém, que essa sim traria com muitas vantagens movimentação em especial a esse porto que está projetado a jusante da cidade.
Ano passado, uma comitiva de chineses esteve no Mato Grosso e até encontrou-se com o governador do Pará expressando o interesse neste ferrovia. Pergunto: quais são os desdobramentos desta questão?
Outra possibilidade está na construção das usinas hidrelétricas no Tapajós, que espero tenham eclusas que possibilitem o transporte fluvial. Esse transporte fluvial trará ainda maior movimento aos portos de Santarém e significará um transporte mais econômico, sustentável e tranquilo. E superará a necessidade de grandes movimentações de caminhões graneleiros.
Aproveito para questionar quando a Prefeitura de Santarém apresentará uma alternativa a Receita Federal de localização de sua nova sede, visto entender que não deva ficar na área para a qual está alocada desde 2008, e que seja adequada a seus contribuintes e porque continua a repetir propostas inadequadas.
Que tal um pouco mais de criatividade? Creio que precisamos aprender a entender que existem diversas demandas públicas, sociais, e que precisam ter respostas oportunas, sob pena de estarmos permanentemente lamentando o tempo passado. E para não dizer que não falei de soluções: que tal realocar a Seminfra e metade da área ser destinada a Receita Federal?
Entendo que a localização de garagens de caminhões e equipamentos já não é mais adequada aquela área e poderia significar a solução deste imbróglio.
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* Engenheiro e auditor fiscal da Receita Federal do Brasil.
Caro Moacyr,
Não há como otimizar uma logística de distribuição de mercadorias e de serviços em um país como o Brasil. Há insuficiência/sucateamento de portos, de ferrovias, de rodovias e de aeroportos. A comunicação (internet e telefonia) são sofríveis e a energia,além de cara, mostra-se insegura.
Mas podemos dizer, “yes, temos banana”. Ou seja, a Amazônia é a redenção para boa parte desses entraves. E Santarém está no meio dessas possibilidades de soluções.
Só não é possível admitir que a Amazônia sirva apenas como almoxarifado e corredor de acesso fácil a mercados consumidores.
Com relação ao entorno do Parque da Cidade, esse espaço seria melhor aproveitado para usos transitórios, de acesso público, como lazer, esporte e cultura. A atividade burocrática deve se instalar em outro espaço.