Engenheiro e auditor fiscal da Receita Federal do Brasil, Moacyr Mondardo comenta o post Universidade “condena” porto de Santarém:
A relação da cidade e o seu porto é uma questão que todos os grandes portos tem, se não vejamos: Rio Grande (RS), Itajaí (SC), Paranaguá (PR), Santos (SP), Vitória (ES) etc. Aliás, essas cidades devem seu crescimento aos seus portos.
Porto não é um simples ato de vontade, exige condições especificas. O porto de Santarém chega a um calado de 16 m, sua limitação é de 11,5 m devido a barra norte do rio Amazonas, que é a limitante para todos os portos amazônicos.
E seu calado é mantido em condições naturais, não necessitando de obras de dragagem como tantos outros portos precisam. E porto não é fácil de construir (qualquer dúvida pergunte para o Eike Batista ou lembrem-se do recente acidente num porto do Amapá).
Caro Leandro,
Sou obrigado a discordar, quando você diz que o porto não é um ato de vontade política.
Se hoje não temos portos com uma infraestruturanos moldes do portos europeus e asíaticos é por falta de comprometimento, interesse e força política.
O calado se não é determinante, é de extrema importância, por não necessitar de dragagem.
A dragagem de um porto e dispendioso e demorado, por conta de licitação e liberação de recursos federais.
Santarém se desenvolveu também, através do porto, que continua sendo determinante para a exportação e importação de cargas.
Portanto, o porto serve sim para a movimentação de navios cargueiros.
O que falta é infraestrutura.
Já está liberada a construção do pier 300. O projeto foi aprovado, licitado e a verba liberada.
A empresa que está fazendo a sondagem de solo, está em fase de conclusão.
Desde a inaguração que o porto serve a cidade e seus moradores, sendo como local de embarque e desembarque de passageiros e cargas, geração de empregos e rendas, PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA TODOS – PEAT. CONVÊNIO COM A ESCOLA SOFIA IMBIRIBA e outrora, área de lazer. Agora querem exterminar o porto de Santarém, como faz UM FILHO INGRATO, QUE DEPOIS DE AMAMENTADO, EDUCADO E CRIADO, INTERNA OS PAIS NO ASILO.
Quanto aosquestionamentos dos três últimos gerentes, seus conhecimentos do setor e como chegaram ao posto. Tenho a dizer que:
O primeiro administrador do porto de Santarém, foi o Sr. WILMAR FRAZÃO, funcionário de carreira, com uma experiência de 44 anos de empresa. Sendo substituído pelo Sr. INÁCIO CORREA, indicado politico, que ficou na função por um período de 12 meses.
Sendo substituído pelo Sr. CELSO LIMA, indicado politico que ficou na função por sete anos, sendo exonerado em outubro de 2012
Eu estava Supervisor do porto e fui convidado pelo Presidente da empresa para assumir interinamente a Administração por três meses e decorrido esse período fui efetivado na função de Administrador do porto de Santarém.
Sou funcionário de carreira, com 33 anos de empresa. Já tendo gerenciado o porto de Óbidos por um período de oito anos.
Vim transferido para Santarém em 1.998, cidade que aprendi AMAR E RESPEITAR.
Abraços fraternos.
Manoel,
Seus poucos argumentos técnicos confundem obras de engenharia para portos com gerenciamento portuário. O porto é uma instalação fixa, durável e faz parte de sistemas logísticos de transportes e distribuição. Enquanto o porto é fixo, a gerência é dinâmica.
Com relação aos administradores, está dois a dois: 2 políticos (que devem ficar mareados só de olhar água) e 2 funcionários da casa. Antiguidade na casa pode até ser posto, mas não é sinônimo de qualidade.
Quais são os maiores produtores de soja no país atualmente? Eles têm portos marítimos?
Tire as movimentações de madeira do porto de Santarém, ao longo do tempo, e veja o que sobra.
Essa malha viária fantástica, essa disponibilidade fabulosa de recursos naturais e essa paisagem exuberante são empecilhos ao desenvolvimento? Na verdade, falta competência. Atracar crescimento e desenvolvimento de Santarém a modelos de portos marítimos para finalidade única é a última saída.
Será que tudo que leva ao desenvolvimento de Santarém têm que esbarrar na polêmica de meio ambiente?o povo tem que decidir o que é melhor para le próprio, Desenvolvimento com algumas perdas para o meio ambiente ou a penúria que a cidade passa sem grandes projetos.
Prezado Jeso,
concordo com o professor Moacir Mondardo. Alem das palavras que ele menciona, cito ainda que temos outras opcoes dentro da area metropolitana de Santarem, area ja estudada, tanto pelo setor produtivo como pela academia, localizada proximo à boca do Ituqui, dispondo de suficiente area de estacionamento para as carretas vindas de outros locais da amazonia e do Brasil.
Saudacoes.
Caro Moacyr,
O porto não é um ato de vontade política, muito menos o calado é fator determinante. Os portos citados por você são todos marítimos e o de Santarém é um porto fluvial. Outra diferença gritante, em relação às cidades citadas (todas das regiões Sul e Sudeste), está associada à forte presença de uma malha hídrica na região Norte, naturalmente navegada por embarcações locais, regionais e cargueiras fluviais (comboios de chatas).
Você mata a charada ao notar que o fator limitante de calado ocorre na barra norte, na foz do Amazonas. Ora, se em Santarém o porto admite calados de até 16 metros, a barra norte limita a 11.5 metros. Então, seriam necessárias obras de dragagens na foz do Amazonas (distante cerca de 1.300 km) de Santarém para franquear o acesso de navios com calados com mais de 11 metros. Imagina só recomendar a dragagem da foz do Amazonas!?
Porto é infraestrutura permanente e duradoura (para mais de 100 anos) e por essa razão torna-se barato, caso seus custos sejam diluídos ao longo do tempo. Um investimento da ordem de R$ 1 bilhão daria um valor médio constante de R$ 100 mil por ano ao longo desses 100 anos.
O corporativismo político é o principal embargo ao desenvolvimento do transporte aquaviário no País. Verifique quais foram os três últimos gerentes do porto em Santarém, quais seus conhecimentos do setor e como eles chegaram aos postos.
Saudações aquaviárias!