Portos em Aramanaí: arquiteto refuta argumentos do prefeito de Belterra

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Para o Anísio Quincó, a APA de Aramanaí não pertence somente aos moradores que nela moram

Portos em Aramanaí: arquiteto refuta argumentos do prefeito de Belterra, Olhar do editor - Jeso Carneiro. Praia de Pindobal.Praia de Pindobal, em Belterra. Foto – Jeso Carneiro

 
Contraponto do arquiteto santareno Anísio Quincó ao post 5 verdades e 5 mentiras sobre a APA de Aramanaí, segundo o prefeito de Belterra:

Anísio Quincó

E o que nós entendemos.

Sobre as 5 verdades:

1 – A criação do porto de Pindobal se deu pela necessidade de transbordo de equipamentos e pessoas para o funcionamento das atividades da Companhia Ford. Tão logo foi criado o acesso rodoviário na região, esse porto se tornou obsoleto. Isso se confirma pelo fato de muitos dos municípios vizinhos terem atividade pujante na ‘frente’ de suas sedes, e Belterra usar sua orla só para fins de lazer.

2 – Para se preservar os recursos que estão ali ofertados, há de se ter diferente nível de controle. No caso de uma APA, toda e qualquer atividade mantida sob seus limites, tem que passar por um conselho gestor. É um preço a ser pago para mantermos nossa riqueza.

3 – A riqueza que está ali também é coletiva. Nada mais justo manter o nível de regularização desta forma.

4 – A alma da APA está ferida sim. O simples fato de prever atividades (portuárias) de risco ambiental elevado podem degenerar tudo o que foi construído pela natureza até agora.

5 – Como no item anterior, a permissão de atividades não previstas anteriormente conflita com a preservação da natureza.

Sobre as 5 mentiras:

1 – O termo ‘intocável’ não cabe. Fato. O que se almeja é se usar os recursos de maneira consciente e que não haja risco para o patrimônio natural.

2 – O que aconteceu com o mundo em 80 anos? Vimos uma Grande Guerra, uma Guerra Fria, novas tecnologias, etc. A partir de 34, quando foi fundada Belterra, os navios também mudaram: os de hoje nada se parecem com os que atracaram em Pindobal, desde capacidade de carga até calado. Não há vocação portuária em um lugar de preservação ambiental.

3 – Não há consulta popular. A APA não pertence somente aos moradores da área.

4 – E qual o modelo de desenvolvimento proposto?

5 – Como dito, toda e qualquer atividade exercida dentro da APA tem que funcionar em harmonia com pessoas e natureza. O importante é ter controle.


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7 Responses to Portos em Aramanaí: arquiteto refuta argumentos do prefeito de Belterra

  • Concordo Elyene. Inclusive a criação de uma pseudo cooperativa chefiada pelo cunhado do prefeito para monopolizar os serviços para a prefeitura. Sabemos o resultado disso em Santarem.

  • População de Alter-do-chão deve ser consultada em qualquer empreendimento de porto de combustível ou soja naquela área, ou seja, a questão não interessa somente a Belterra, viu Sr. Nélio Aguiar, vamos botar sua secretária de meio ambiente para agir.

  • Muito bom Anísio,
    A população belterrense deveria ver assim, com profundidade, mas o olhar raso, imediatista, fará muitos lamentarem a médio prazo…o tempo irá mostrar…

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