Cantor obidense fica em 3º lugar no 14º Servifest, realizado em Belém

Publicado em por em Eventos, Óbidos

Foto: Carlos Sodré/Agência Pará
Cantor Eduardo Dias. Foto: Carlos Sodré/Agência Pará

A música “Elegia Tupiniquim”, composta e interpretada pelo obidense Eduardo Dias (foto), conquistou o 3º lugar na final do 14º Servifest (Festival de Música do Servidor Público do Pará), realizado no teatro Margarida Schivasappa, em Belém, ontem á noite (12).

Edu Dias ganhou R$ 10 mil.

Leia também:
Professor do “Júlia Passarinho” participa pela 4ª vez da final do Servifest
.

O artista representou a Semed (Secretaria Municipal de Educação) de Santarém, mas deixou claro que suas canções representavam todo o povo do oeste, em especial Óbidos, sua terra natal.

No Leia Mais, abaixo, confira a letra de “Elegia Tupiniquim”.

O Servifest é organizado pela Escola de Governança Pública do Pará (EGPA) e elege as melhores composições, interpretações e arranjos feitos por integrantes do funcionalismo público.

Alfredo Reis, que interpretou a música “Pelas Tormentas”, conquistou o 1º lugar e levou o prêmio de R$ 15 mil.

Neste link, mais informações da Agência Pará sobre o Servifest.

ELEGIA TUPININQUIM

Tapajós! Eu aqui tão só.
Presente ilusão como espumas
Nas praias do Tocantins.
Salvaterra!
Quem te salvará?
E o amor que tanto navega,

Não chega a nenhum lugar
Mas o tempo não tem esperar,
O tempo não se faz em redondilhas,
E quem espera o meu retornar?
Esse filho Rompe Mato,
Esse rosto Kachuyana,
Essa raça cabocla,
Coração ação ara
çá.

Almerim – longe além – aquém de mim,
Aflora outras verdades
Mesmo verdade não se implora,
Fere e arde – nos devora,
Como a Cobra Grande que apavora,
Embaixo das colinas onde nasci,
As colinas dos Pauxis.

Monte Alegre,
Essa tristeza dói profundamente,
A de se assistir ao fogo – na devastação.
Em qual memória vamos habitar?
Talvez numa piracaia vadia
O brilho do luar lagrimando
Numa canção sem nome.

Marambiré, marabaixo,
Mari mari, Marabá, matamatá!
Doce harmonia palavrear.
Mas aliteracão não traduz
A palavra que me faz indignar.

E tu – Tapajós cristalino,
Doce rio menino
Na mira da encruzilhada maldita,
Sina do Xingu.
“Tanta riqueza indo meu lindo,
Ouro ferro bauxita manganês
Tudo sob a égide da cobiça sem limites.

E quem se importa com o poema,
Brindará um cálice de vinho?
A quem chegará a informação do Manuel Dutra, do Lúcio Flávio Pinto. ..
Avoé, Kaiapó, way way, Gaviões,
Como se levantar a gente que habita beiradãos.
Ah Tapajós, cá ainda estou tão só
Nesse lugar comum.
Mas a procura de um povo
que se chamava: Cabanos!
Em pleno século XXI.

(Poema publicado no livro Cantigas e Desencantos, do autor)


Publicado por:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *