Representantes de vários órgãos do Pará estiveram nesta terça-feira (7), em Barcarena, na Região de Integração Tocantins, para vistoria e perícia no empreendimento da Imerys e avaliar os danos após o incêndio ocorrido na mineradora na noite de segunda-feira (6), em Vila do Conde, no município.
A comissão do estado foi formada por técnicos da Sema (Meio Ambiente e Sustentabilidade), Sespa (Saúde Pública), do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPCRC), Polícia Civil (PC), Corpo de Bombeiros Milita e Coordenadoria Estadual de Defesa Civil.
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Equipes da Semas avaliaram os danos ambientais, inclusive à comunidade do entorno. Fazem ainda análises da qualidade da água dentro e fora da indústria. Durante a fiscalização foram aplicados 3 autos de infração ao empreendimento, por poluição do solo, poluição do ar e não cumprimento de comunicado de acidente ambiental.
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“As equipes estiveram no local para verificar a ocorrência e todas as ações complementares tomadas pela empresa após o acidente ambiental. Estamos coletando dados e informações para análises mais detalhadas. Durante a análise podem ser gerados outros autos de infração”, informou Jorge Silveira, diretor de Fiscalização da Semas.
A planta da empresa tem licenciamento ativo e está em processo de renovação sob condicionantes, que estão sendo analisadas pela equipe técnica em um prazo de 120 dias.
A Polícia Civil do Pará, por meio da Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa), deslocou uma equipe a Barcarena visando adotar as medidas legais no âmbito judicial. “Estamos neste momento apurando os fatos ocorridos, a fim de avaliar com detalhes a dimensão e os possíveis danos ambientais”, disse o delegado-geral de Polícia Civil, Walter Resende.
O CPCRC foi acionado pela Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa) para avaliar as causas e consequências da queima no depósito de produtos químicos da empresa.
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Segundo o perito criminal Rosywaldo Cantuário, a perícia envolve a área do foco do incêndio, para identificar as possíveis causas do acidente, e a área externa.
“A perícia também irá definir se a queima desse produto químico afetou ou irá afetar de alguma forma o meio ambiente e a saúde da população”, explicou o perito criminal do Núcleo de Crimes Ambientais (NCA). Os peritos Leonardo Paradela, integrante do NCA, e o perito Orlando Salgado, do Núcleo de Engenharia Aplicada (NEA), também integraram a equipe de perícia que se deslocou ao local do acidente.
De acordo com a apuração feita pelos peritos com os funcionários da Imerys, o produto queimado foi o hidrossulfito de sódio, pó cristalino branco, com odor de enxofre, usado para o branqueamento redutivo do caulim – principal mineral que a empresa extrai e beneficia.
Preliminarmente, as fortes chuvas e a umidade que ocorreram na noite de segunda-feira podem ter causado o incêndio, visto que o material químico que queimou é hidrofóbico, ou seja, tem aversão à água.
“Pouca água neste produto pode causar estas faíscas, até pequenas queimas, nada grandioso. Porém, esta reação química produz muita fumaça”, explicou o perito Rosywaldo Cantuário. A fumaça foi sentida pela população da Vila durante a noite, provocando inclusive reações respiratórias.
O laudo técnico definitivo do CPCRC deve sair no prazo legal de 10 dias, e será repassado à Demapa para ajudar na conclusão do inquérito policial.
Defesa Civil apoia vistoria
No local, as guarnições do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil Estadual apoiaram o combate às chamas utilizando técnicas de abafamento e expulsão da fumaça emanada pela queima do produto. Para evitar a propagação do fogo, também foi utilizada uma retroescavadeira para retirada dos galões que continham a substância química, que foram colocados na área externa da empresa.
Com o fogo extinto e a fumaça dissipada, funcionários da empresa receberam orientações dos militares quanto à retirada segura do material de combustão .
Na manhã desta terça-feira (7) foram iniciados os trabalhos de perícia de incêndio, por oficiais especialistas da corporação, para identificar as causas do sinistro. O prazo é de 30 dias para conclusão.
Com informações da Agência Pará
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