
O Conar (Conselho Nacional Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária) instaurou nesta segunda-feira (10) um processo ético para apurar a propaganda da Volkswagen que recriou a cantora de MPB (música popular brasileira) Elis Regina (1945-1982) usando técnicas de deepfake e de IA (inteligência artificial), segundo noticiou o site Poder360.
Intitulada “VW Brasil 70: O novo veio de novo”, a campanha produzida pela agência AlmapBBDO mostrou a artista que morreu em 1982 dirigindo uma Kombi enquanto canta a música “Como nossos pais” com sua filha, a também cantora Maria Rita, que dirige um ID.Buzz.
O filme foi feito em comemoração aos 70 anos da Volkswagen no Brasil.
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Em nota sobre o processo, o Conar mencionou “queixa de consumidores” que questionam “se é ético ou não” o uso de ferramenta tecnológica e inteligência artificial para trazer pessoa morta de volta à vida.
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“Adicionalmente, questiona-se a possibilidade de tal uso causar confusão entre ficção e realidade para alguns, principalmente crianças e adolescentes”, disse.
A propaganda foi denunciada pelo advogado Gabriel de Britto Silva e pede a interrupção da veiculação do anúncio e a advertência pela peça publicitária. Afirmou ser necessária “a limitação do uso da IA em publicidade e o estabelecimento de diretrizes para o seu uso”.
Segundo informou o Conar, a representação será julgada nas próximas semanas por uma das Câmaras do Conselho de Ética do conselho. O julgamento deve ser realizado em 45 dias depois da abertura da representação.
A Volkswagen e a AlmapBBDO não se manifestaram sobre o caso.
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