O porto da CDP (Cia. Docas do Pará) em Santarém bateu a casa de 1 milhão de toneladas de grãos, principalmente soja, exportados no primeiro semestre deste ano.
Foram exatos 1.103.038,972 quilos.
Isso representa cerca de 20% de que foi exportado no mesmo período no ano passado.
Segundo o número 1 do porto, Manoel Nascimento, a safra escoada de Mato Grosso pela BR-163 (Santarém-Cuiabá) é a principal responsável por esse crescimento na exportação.
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No vídeo abaixo, uma reportagem sobre esse assunto exibida essa semana no “TV Blog do Jeso”.
O programa é exibido todas às segundas-feiras, às 21h, com reprise às sextas-feiras, a partir das 12h40, na TV Encontro (Canal 26/Rede Nazaré).
Tem o patrocínio do Barrudada Tropical Hotel, Governo do Pará, Imobiliária Carlos Ribeiro e Prefeitura de Juruti.
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E o potencial na questão dos alimentos é imenso. Hoje no Valor Econômico, temos o artigo abaixo de um professor da USP de Ribeirão Preto. A população mundial atingiu 7 bilhões, deve se estabilizar em 9 bilhões em 2050, a melhor distribuição de renda permite um maior consumo de alimentos, e aí temos um mercado de alimentos para o Brasil se desenvolver como um grande fornecedor.E Santarém tem o seu papel neste mercado.
09/08/2013 às 00h00
9 questões para 9 bilhões
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Por Marcos Fava Neves
A Universidade de Purdue, nos EUA, lançou pesquisa mundial, contando com a participação da USP, chamada de “nove questões para nove bilhões”. O estímulo foi o nascimento do habitante de número sete bilhões, que representa um marco no desenvolvimento da humanidade. A população mundial deve atingir a marca de nove bilhões, e provavelmente se manter nesse patamar, por volta de 2050.
O agronegócio, e consequentemente a sociedade brasileira, tem se beneficiado desse crescimento do consumo mundial, pois pulamos de uma exportação de US$ 20 bilhões em 2000 para provavelmente mais de US$ 100 bilhões em 2013, com claras possibilidades de se atingir US$ 200 bilhões em 2020. A safra de grãos chega a 184 milhões de toneladas e a renda da agricultura e pecuária chega a R$ 450 bilhões em 2013, um recorde de geração e distribuição de renda.
Vivemos a era do consumo mundial de alimentos, puxado pelos fatores de principal impacto, que são o crescimento populacional, urbanização, desenvolvimento econômico, distribuição de renda, programas governamentais de acesso a alimentos, como os recém implementados na China e na Índia, o uso de terra para biocombustíveis e bioprodutos e para geração de eletricidade.
A questão logística, que causará um prejuízo de US$ 4 bilhões aos produtores em 2013, é só um dos problemas
Estima-se que a economia global crescerá 3,3% ao ano até 2022, puxada pelo mundo emergente, com média de 5,6% ao ano, com destaque para a China, 7,8%, e a Índia com 7,5%. Os emergentes se tornarão os grandes compradores dos nossos alimentos, pois em 2020 serão 82% da população consumidora (China e Índia serão quase 40%). África e Oriente Médio responderão por 50% do aumento da importação global de carnes e outros alimentos e a China deve importar 25 milhões de toneladas de milho e 100 milhões de soja, sendo a maior parte do Brasil.
Graças a este consumo viveremos décadas de enorme pressão em cima dos recursos produtivos, que são a terra, a água, as pessoas (recursos humanos), a tecnologia, a informação, a conectividade, o crédito, os governos e instituições, a capacidade de armazenagem, de transporte e, finalmente, a capacidade de gestão.
As sociedades que tiverem estes recursos, que é o caso do Brasil, com amplo estoque de solo, água e clima para colocar à disposição do consumo mundial, e souberem manejá-los melhor, estarão à frente na promoção de seu desenvolvimento econômico, social e ambiental, puxado pelas exportações de alimentos.
O Brasil passa por grande crescimento nos custos de produção, devido ao manejo insuficiente de alguns dos recursos citados acima. O problema logístico, que causará um prejuízo de US$ 4 bilhões aos produtores em 2013, é apenas um exemplo que preocupa não apenas a nós, mas ao mundo consumidor.
É fundamental que seja feita uma avaliação das principais preocupações que os sistemas de produção agrícola devem enfrentar no mundo, identificando nove dos maiores desafios que a agricultura e a indústria de alimentos enfrentam ou enfrentarão, avaliar sua situação e como o conhecimento está se desenvolvendo para guiar futuras pesquisas e estruturar discussões relacionadas a como alimentar, vestir e movimentar o mundo de maneira sustentável.
Herbert Spichtinger/Image Source/Folhapress / Herbert Spichtinger/Image Source/Folhapress.
Vamos às nove questões:
1- O crescimento econômico e aumento de renda vão permitir uma adequada distribuição de recursos, suficientes para comprar alimentos adicionais e melhorar sua ingestão nutricional?
2- Quais serão as características demográficas de saúde e exigências nutricionais da futura população?
3- Os recursos estarão disponíveis para suprir o esperado aumento de demanda por produtos agrícolas relacionados a alimentos, rações, combustíveis, fibras, plásticos, eletricidade, entre outros?
4- As políticas dos governos irão impedir ou impulsionar a produção e produtividade agrícola?
5- Qual será o aumento de produtividade e capacidade de produção agrícola mundial que as tecnologias e inovações proporcionarão?
6- Como estão os solos, recursos hídricos, para suprir alimentos de maneira sustentável sendo social e ambientalmente responsável e economicamente viável?
7- Como os transportes e logística e as políticas internacionais serão adequados e dispostos para levar a produção ao consumo?
8- Como as mudanças climáticas, incluindo o aquecimento global e maiores variações de pluviosidade e temperaturas, vão impactar na localização dessas produções agrícolas?
9- Quais serão as informações, conhecimentos, habilidades e competências necessárias para fazer frente ao aumento da demanda mundial?
Estas discussões e este grande crescimento das importações mundiais de alimentos abrem ao Brasil uma enorme oportunidade. Trata-se provavelmente do único setor ou negócio produzido no país que apresenta, após os nossos portos, chances tão claras de exportações, de venda de produtos e de colocar nossa sociedade no primeiro mundo.
Para aproveitar esta oportunidade o Brasil deve agir para melhorar o uso dos seus recursos, seja na remoção dos entraves logísticos, de armazenagem, tributários, trabalhistas, financeiros, ambientais, de governança, de pesquisa, de seguros, de segurança no campo, entre outros há muito tempo apontados.
Quanto mais cedo o Ministério da Agricultura, num país onde o agronegócio representa mais de 35% do PIB, receber do governo federal o devido holofote, sendo blindado, fortalecido e ocupado por técnicos qualificados, coordenando todos os esforços desta área de alimentos, bioenergia, mais cedo a sociedade brasileira conquistará esta renda do consumo mundial para ser aqui amplamente distribuída.
Precisa-se sair do Brasil para ver que a capacidade do agronegócio brasileiro de responder a essa demanda mundial é internacionalmente reconhecida. Falta o reconhecimento nacional, não apenas em palavras, mas em ações efetivas, em prioridade e capacidade de implementação de estratégias. É uma chance única que se abriu a nossa sociedade.
Marcos Fava Neves é professor titular da FEA/USP Ribeirão Preto e professor visitante da Purdue University (EUA) em 2013. (mfaneves@usp.br)
Leia mais em:
https://www.valor.com.br/opiniao/3227550/9-questoes-para-9-bilhoes#ixzz2bWSuItZ5
Se foi mais de 1 milhão de toneladas,como pode ser “exatos” 1.103.038,972 quilos.