A esquerda no Pará se esfacelou. Centro domina o cenário municipal. Por Dornélio Silva

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A esquerda no Pará se esfacelou. Centro domina o cenário municipal. Por Dornélio Silva
Nas eleições de 2024, direita e esquerda sofrem uma queda acentuada. Foto: Reprodução

A Doxa apresenta mais um estudo sobre a competiça o política no Para . Hoje, vamos falar sobre espectro “Direita/conservadora”, “Centro” e “Esquerda/progressista” no estado. O estudo se baseia desde a eleição de 1996.

Naquele ano, via-se a predominância de partidos que ganharam a eleição ligados a direita/conservadora. 58,8% dos prefeitos eleitos eram da direta/conservadora. O Centro representava 27,5%. A esquerda, por sua vez, abrangia apenas 13,7% dos prefeitos eleitos.

Leia também de Dornélio Silva: O eleitor preferiu o continuísmo em vez da alternância de poder.

Em 2000, primeiro ano da reeleição de prefeitos no Brasil, a direita permaneceu predominando as prefeituras do Pará, representando 57,3%. Os prefeitos representantes dos partidos de centro somavam 26,6%. A esquerda deu uma subida, passando para 16,1%.

Já em 2004, a direita deu uma arrancada, passando para 62,9% dos prefeitos eleitos naquele ano. O centro sofreu uma queda, chegando a 18,9%. Ja a esquerda continuou subindo, somando 18,2% naquela eleição.

O que se verifica que ate esse período a predominância era do PSDB e partidos aliados que dominavam a política paraense. Em 2008, o quadro começa a mudar. O PT estava governando o Pará. A direita sofre uma queda espetacular, saindo de seus 62,9% e passando para 41,3% dos prefeitos eleitos naquele ano.

Os partidos de centro e de esquerda são impulsionados, chegando os dois espectros a 29,4% de prefeitos eleitos. Em 2012, já com a derrota do PT e a volta do PSDB ao poder no estado, a direita dá uma recuperada, chegando a 45,1%. Os partidos de centro continuam subindo, chegando ao patamar de 33,3%.

Já os partidos de esquerda começam a ter uma baixa, caindo para 21,5%. Em 2016, ainda na predominância do PSDB e aliados, os partidos de direita alcançam 52,1% de participação nas prefeituras. Os partidos de centro continuam subindo, somando, agora, 38,9%.

Enquanto isso, a esquerda vai desmoronando, chegando a apenas 9,0% de participação. Em 2020, já com o governo do MDB e seus aliados, o quadro muda substancialmente.

Os partidos de centro acumulam 61,1% das prefeituras no estado. Enquanto isso, a direita vai caindo, chegando nesse ano a 32,6% de participação. A esquerda, por sua vez, continua desmoronando, somando em 2020 apenas 6,3%.

Nas eleições de 2024, direita e esquerda sofrem uma queda acentuada. A direita cai sua participação para 25,7%; enquanto a esquerda estaciona nos seus 3,5%. Já o centro chega ao patamar de 70,8% de domínio das prefeituras paraenses.

Os espectros em votos

Agora vamos analisar o tamanho de cada espectro de poder no Pará , isto é, a quantidade de votos que cada um tem hoje. O centro soma 2.750.782 eleitores no estado, ou seja, 55,5%. A direita ficou com 1.641.201 eleitores, o que equivale a 33,1%.

A esquerda governa para 563.364 eleitores no estado do Pará, equivalendo 11,4%.

Ao fazer um recorte apenas de Belém (baseado na quantidade de votos que os partidos obtiveram no primeiro turno), vamos obter o seguinte resultado: o número de eleitores ligados aos partidos de centro soma 399.708, o que equivale a 49,8%.

Já os eleitores ligados aos partidos de direita são 321.672, significando em termos percentuais 40,1%. Já a esquerda, em Belém, reduziu-se para 80.454 eleitores, o que representa apenas 10,0%.


➽➽ Dornélio Silva é cientista político e dono do instituto Doxa. Escreve regularmente no JC.

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