Após dois dias de debate, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, por 8 votos a favor e 2 contrários, que não é crime a interrupção de gravidez no caso de fetos com comprovada anencefalia.
Os votos contrários foram proferidos pelos ministros Ricardo Lewandowski e Cezar Peluso.
O ministro Dias Toffoli não votou por ter se considerado impedido, já que se manifestou sobre a ação enquanto advogado-geral da União.
Último a votar, o ministro Cezar Peluso defendeu que o feto anencéfalo tem vida intra e extra-uterina, mesmo que dure apenas alguns segundos ou dias. “Não é possível pensar em morte do que nunca foi vivo”, disse.
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Ainda no primeiro dia de julgamento, o ministro Ricardo Lewandowski foi o primeiro a votar contrário a ação. Para ele, só o Congresso Nacional poderia mudar a lei e permitir o aborto nestes casos.
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O Brasil, que sempre foi presa fácil dos preconceitos religiosos… finalmente começa a “evoluir”.
Mesmo que essa descriminalização de interrupção de gravidez seja extremamente limitada, sua institucionalização não deixa de representar um grande passo rumo á autodeterminação das pessoas e principalmente das mulheres sobre seus direitos.
Até na Itália, apesar da pressão obscurantista do vaticano, a legislação sobre interrupção de gravidez é mais avançada.
Por isso é preciso avançar ainda mais.
Tiberio Alloggio
ABORTO EM FETOS ANENCÉFALOS: No que pese toda a polemica do assunto, e por ser delicado demais a decisão, entendo que por motivo algum, a gravidez deva ser interrompida, e se o resultado final, for o óbito, que o seja, entendo que a vida, seja ela concebida, ou gestacional, assume proporções gigantescas, pra, mesmo respeitando a vontade e o arbítrio daquela mãe, venha a ser interrompida, seja qual for o motivo. SIM A VIDA, e NÃO A QUALQUER FORMA DE ABORTO.
Se o resultado final for o óbito? Com certeza será o óbito.
Se essa situação, que Deus me proteja, acontecesse comigo, não sei, sinceramente, qual seria minha atitude.
Entretanto, se resolvesse manter a gestação até o final, seria uma decisão minha, como ficou decidido e não de um juiz distante que não conhece todo o trauma que a gestante está passando. Assim, o mais acertado é deixar essa decisão para quem está vivendo e não para estranhos que acham que é muito simples decidir por uma vida inviável e se esquecem da vida e suas sequelas da gestante, que também tem direito à vida DIGNA.
Será que se você, Alma Cabocla, fosse a gestante, você iria pensar assim????
A Vida fecundada no útero, já é vida, e mesmo que seja pra morrer assim que nascer, essa direito, o de nascer e morrer, o feto tem. Eu gravida de feto anencéfalo, iria ate o final, mesmo sabendo que meu filho, iria morrer assim que nascesse, mas ele iria nascer. É doloroso, sim é doloroso, mas a decisão, de conceber é unica, e nem uma forma de agressão a esta vida deve ser tolerada. DIGNA, é a mulher que mesmo sabendo da anencefalia de seu bebe, o concebe, esse sim e um ato de amor, o que mantem a vida daquele ser, é o conforto do útero materno, e naquele momento, MÃE E FILHO, são um só.
Essa é uma situação delicadíssima, cabe a cada família e a cada pessoa que vivê-la tomar a decisão.
O que não cabe é a nós decidirmos o que o outro deve ou não deve fazer segundo a nossa maneira de pensar, e a criminalizá-lo por não agir conforme o nosso entendimento.
Só mais uma coisa, a mulher que tomar QUALQUER decisão continuará sendo DIGNA.
Sem duvida, ninguém esta julgando a posição alguma. Algumas pessoas vivem essa situação de uma forma, e outras de outra forma, diferente do que penso. Mas quando penso na possibilidade do “aborto terapêutico” , não vejo dignidade, em ceifar a vida, protegida pelo conforto do útero materno, UNICA CHANCE DE VIDA, QUE AQUELE SER TEM.
Você confundiu tudo.
1. Qualquer que seja a decisão deve ser respeitada e deve ser tomada por quem está vivendo o problema e a dor. Não é por que a pessoa tomou essa ou aquela decisão que deixará de ter dignidade, mas cabe unicamente a ela a decisão.
2. Não falei em pessoa digna, mas em vida digna, o que é bem diferente.
Pelo que entendi, se as pessoas agem diferentemente de seus conceitos, elas deixam de ser dignas. Pelo pouco que eu entendo de dignidade, mais digno é exercitarmos diariamente a tolerância, para aceitarmos opiniões diversas das nossas.
Diz o ditado: “Posso até não concordar com você, mas lutarei até a morte para que você possa defender suas ideias.”
Você não entendeu meu ponto de vista, quando digo DIGNA, estou me referindo a condição de plenitude do ato de maternidade, do ato de gerar e parir uma vida. Qualquer decisão tomada pela mulher, seja a favor de interromper a gravides, seja em mante-la, concordo plenamente, não a torna menos ou mais digna, mas o ato de não interromper a gravides, a tona mais plena, em uma plenitude conceitual que amplia o conceito de DIGNA.