Poetas amazônicos. Ser ébrio

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Poeta

Não peça ao poeta o impossível:
De ser passível ao sentimento
Que aflora de qualquer momento
E se transforma num poema
Ou num soneto

A palavra é a expressão do sentimento
Que o poeta extrai de cada tormento
De cada dor, de cada sofrimento
De cada cor, de cada lamento
De cada amor e entretenimento

Por que o poeta não é irascível
O poeta não é crível
Apesar de sua verve incrível
Resvalar na esfera do possível
Não exija do poeta a palidez
Do indelével

Pois o poeta é um ser ébrio
Que se embriaga do próprio ser
E transborda de modo débil
Como se seu poema fosse
Um desejo prévio
De viver de modo sóbrio…

Não queira entender o poeta
Como um ser inteligível
Pois expressa seu amor
De um modo não plausível
A palavra do poeta
Nem sempre é verossímil
Pois sua magia está
Na fantasia do impossível

O poeta é sensação
Que se faz sem sanção
E rima caos com harmonia
Na palavra que nos contagia…

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De Jota Ninos, poeta amazônico nascido em Belém e naturalizado tapajônico.

Leia também dele:
Prece do ventre.
Inverossímel.
Latitudes.
Soneto macarrônico.
Diálogos de mim mesmo.
Corpoesia.


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One Response to Poetas amazônicos. Ser ébrio

  • Que beleza de poema. Fascinante encontrar pessoas com a mesma facilidade e qualidade para escrever.

    Te felicito amigo poeta.
    Se quiser trocar idéias,estou em http://www.paipoeta.com.br

    Tenho meu curso próprio de desenvolvimento humano e poesias também. Vamos trocar idéias!

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