
O empresário Dirceu Frederico Sobrinho, dono da FD Gold, confirmou, neste sábado (7), que os 78 quilos de ouro — de valor estimado de R$ 23 milhões — apreendidos pela Polícia Federal na tarde de quarta (4) em Sorocaba, interior de São Paulo, pertencem de fato à sua empresa e defendeu que tudo tem origem legal.
“Esse ouro pertence, sim, à minha empresa”, afirmou o empresário, em vídeo enviado pela assessoria de imprensa da FD Gold. “Todo ele foi comprado sob permissão de lavra garimpeira concedida, que não pertence a área indígena, que não pertence a garimpos ilegais.”
Dirceu Sobrinho, que foi filiado ao PSDB e, em 2018, chegou a concorrer como primeiro suplente do senador Flecha Ribeiro, pelo estado do Pará, afirma ainda no vídeo que o garimpo precisa de mudanças.
“Principalmente na questão ambiental”, diz. “E nós fazemos parte desse trabalho, buscando sempre a parte educacional e orientativa. A minha empresa recolhe todos os tributos, todos os encargos. E vai continuar trabalhando de forma correta, digna e séria.”
— ARTIGOS RELACIONADOS
Apoio ao empresário da PM de SP
O carregamento de ouro apreendido pela PF era escoltado por policiais militares paulistas, dois deles lotados na Casa Militar, unidade da Polícia Militar de São Paulo instalada dentro do Palácio dos Bandeirantes e responsável pela segurança dos governadores.
No vídeo, o empresário nada fala sobre a escolta. Os PMs estavam em dois veículos registrados em nome da FD Gold. Integrantes da cúpula da Segurança Pública de São Paulo afirmam que os PMs relataram aos superiores que estavam a serviço dessa empresa.
Em mensagem enviada a colegas, o tenente-coronel Marcelo Tasso, que participava da escolta, disse que estava lá a convite do dono de uma DTVM (distribuidora de valores), “devidamente legal”.
Em nota tornada pública na quinta-feira (5), a Polícia Federal afirma que agentes da instituição monitoravam a aterrissagem de um avião particular King Air no aeroporto estadual de Sorocaba e que, com o apoio da Polícia Militar Rodoviária, eles abordaram dois carros após o pouso.
Dentro dos veículos foram achadas três malas com barras de ouro e uma quarta com documentos. “Seis suspeitos foram conduzidos à delegacia da PF em Sorocaba, e instaurado inquérito policial para apurar a possível prática dos crimes de usurpação de bens da União e receptação dolosa”, diz a nota.
Segundo a PF, os documentos apontam que o ouro seria proveniente do Mato Grosso e Pará. “O metal foi encaminhado para realização de perícia em laboratório específico da PF.”
A PF afirma, ainda, que o avião usado para transportar o ouro foi apreendido por ser objeto de sequestro criminal em outro inquérito policial. “As circunstâncias da utilização proibida da aeronave serão apuradas.”
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, foi elaborado um boletim de ocorrência para averiguar a extração irregular de minério. A Corregedoria da Polícia Militar acompanha a investigação.
Em 2018, a PF e o MPF (Ministério Público Federal) realizaram a Operação Levigação, para tentar combater a lavagem de ouro clandestina no Pará, que resultou no bloqueio judicial de R$ 187 milhões de bens dos investigados
Um deles era o empresário Dirceu Frederico Sobrinho, proprietário da D’Gold. Na época, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão nos escritórios da D’Gold em Itaituba e em São Paulo. O transporte de ouro possui regras próprias, que mudam de acordo com a classificação do metal.
Neste link, a íntegra da reportagem. E neste outro link o vídeo de Dirceu Sobrinho.
Com informações da FSP
- O JC também está no Telegram. Siga-nos e leia notícias, veja vídeos e muito mais.
Os caras são funcionários públicos, mas estavam a serviço de uma empresa particular. O Ouro é de origem “legal” que eu duvido muito, se é ou era legal, por que estava sendo transportado em um avião irregular, e não por uma transportadora de valores legalizada para esse fim?? Com a resposta a PF.