Fortuna e vida luxuosa de El Chapo são reveladas em julgamento nos EUA

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Fortuna e vida luxuosa de El Chapo é revelada em julgamento nos EUA, EL CHAPO
Joaquim Guzmán, o El Chapo, preso por policiais norte-americanos do DEA

Uma casa em cada praia, quatro jatos particulares nos quais transportava milhões de dólares, um iate batizado de “El Chapito”, um zoológico em particular, entre outras coisas, faziam parte da fortuna quase incalculável de Joaquim “El Chapo” Guzmán , o traficante mexicano apontado como líder do Cartel de Sinaloa. É o que informa O Globo nesta quarta-feira (28).

Todos esses bens, que demonstram a opulência em que vivia o traficante no início dos anos 90, foram listados em detalhes nesta terça-feira por Michelangelo Martínez, o “Tololoche”, ex-braço-direito de Guzmán, durante mais um dia de julgamento no bairro nova-iorquino do Brooklyn.

Além disso, a testemunha, que trabalhou com Guzmán de 1986 a 1998, assegurou que o líder do Cartel de Sinaloa passou por um método de células rejuvenescedoras na Suíça.

Martinez também afirmou que as operações do cartel se tornaram tão lucrativas que El Chapo chegou a dar mais 50 carros para seus funcionários em um Natal.

A testemunha explicou que cada um daqueles que trabalharam para o traficante poderia escolher um veículo entre três modelos diferentes e a um valor individual de US $35.000: Thunderbird, Cougar ou Buick.

“Era o melhor (negócio) do mundo”, testemunhou Martinez. “Ele se agarrou ao boom da cocaína”.

US$ 10 MILHÕES

Se condenado, Guzmán pode ser sentenciado à prisão perpétua. Seu julgamento, agora na terceira semana, pode durar quatro meses.

Martinez contou que os milhões que entravam no cartel eram muitos, mas os que saíam também. El Chapo “tinha quatro ou cinco mulheres diferentes, várias famílias para manter e funcionários para pagar”, contou Martínez.

MULHER DE EL chapo
Emma Coronel Aispuro: mulher de El Chapo, que tinha várias famílias


A testemunha relatou que um de seus trabalhos era coletar entre US$ 8 milhões e US$ 10 milhões que chegavam todos os meses à Cidade do México em cada jato que Guzmán possuía. O dinheiro era colocado em malas Samsonite e levado para serem depositados em bancos.

Ele poderia trocar dólares por pesos mexicanos sem problemas porque El Chapo havia subornado funcionários do banco, segundo Martinez. Quando perguntavam a Guzmán se estava lavando dinheiro, ele respondia que exportava tomates.

O dinheiro que sobrava era guardado em compartimentos secretos projetados pelo arquiteto de Guzmán em casas que ele comprou por todo o México. Esses depósitos podiam acondicionar até US$ 20 milhões em dinheiro, de acordo com Martinez.

O acusado, de terno e gravata, ouviu com rosto sério a testemunha, sem tirar os olhos dela. Segundo Martinez, ele e Guzman viajaram por todo o mundo, por países da Europa, Hong Kong, Estados Unidos e Japão, além de toda a América Latina. E El Chapo lhe pagava US$ 1 milhão a cada mês de dezembro.

Tololoche admitiu que nessa época consumia de um a quatro gramas de cocaína por dia e que chegou a perfurar o septo de tanto aspirar drogas.

Martinez disse que entre 25 e 30 toneladas de cocaína foram transportadas em latas ao ano para os Estados Unidos, o que equivalia a lucros entre US$ 400 milhões e US$ 500 milhões. Como no restante das operações, os fornecedores colombianos ficavam com mais ou menos a metade dos lucros e Guzmán com a outra metade.

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