General Castelo Branco, o 1º presidente da ditadura militar
por Sidney Augusto Canto
1º de abril
Na Amazônia
1680 – Rei autoriza transporte de escravos
Provisão Régia que estabelece que sejam transportados todos os anos negros da Costa de Guiné para o Maranhão e Grão Pará. A medida visava suprir a mão de obra, tendo em vista que fora proibida a mão de obra escrava indígena. O transporte ficaria por conta da Fazenda Real e cada colono pagaria o preço de 160$000 réis por “peça”. Houve protestos com relação ao preço, ao que o governo da metrópole retrucou que se não o aceitassem que iria por em praça pública ao preço de 180$000.
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No Brasil
1964 – Golpe militar leva Brasil à ditadura
O presidente João Goulart é informado do apoio dos Estados Unidos ao levante militar. Castelo Branco é recebido pelas tropas e aclamado como novo ministro do Exército. Ele informa ao embaixador Americano no Brasil, Lincoln Gordon, que dispensa o apoio militar da operação “Brother Sam”, que dá meia volta e retorna aos EUA. Isolado e sem apoio das tropas, Jango deixa Brasília e se dirige para Porto Alegre. A Presidência da República é declarada “vaga”. O golpe militar venceu.
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Nunca é demais falar do golpe de 1964 e a ditadura instalada neste país (1964/1985) que infelicitou toda uma geração e ainda deixou resíduos que nos incomoda a todos.
Até a globo que foi uma das maiores beneficiadas desse período já fez mea culpa (lágrimas de jacaré). Hoje mesmo sua “comentarista econômica” enfatizou o estrago que os militares fizeram na economia, só omitiu qual o governo democrático pagou a dívida externa deixada por eles
Dia desses aqui neste blog um advogado historiador em um texto disse que todos os lados estavam errados, quando foram reclamados os crimes (assassinatos e torturas) da ditadura. Longe de não levar a sério o historiador, claro, todos tem o direito de escrever suas histórias, mas a teoria de mais de um demônio é uma farsa utilizadas para justificar os excessos. Embora não queira polemizar vou transcrever abaixo dois depoimentos testemunhas: um de um do torturador o outro de uma torturada:
TORTURADOR: “Pergunta: “Quantas pessoas o senhor matou?”
Coronel reformado Paulo Malhães: “Tantas quantas foram necessárias.”
P: “Arrepende-se de alguma morte?”
Malhães: “Não.”
P: “Quantos torturou?”
Malhães: “Difícil dizer, mas foram muitos.”
TORTURADA – “Sobe depressa, Miss Brasil’, dizia o torturador enquanto me empurrava e beliscava minhas nádegas escada acima no Dops. Eu sangrava e não tinha absorvente. Eram os ‘40 dias’ do parto. Na sala do delegado Fleury, num papelão, uma caveira desenhada e, embaixo, as letras EM, de Esquadrão da Morte. Todos deram risada quando entrei. ‘Olha aí a Miss Brasil. Pariu noutro dia e já está magra, mas tem um quadril de vaca’, disse ele. Um outro: ‘Só pode ser uma vaca terrorista’. Mostrou uma página de jornal com a matéria sobre o prêmio da vaca leiteira Miss Brasil numa exposição de gado. Riram mais ainda quando ele veio para cima de mim e abriu meu vestido. Picou a página do jornal e atirou em mim. Segurei os seios, o leite escorreu. Ele ficou olhando um momento e fechou o vestido. Me virou de costas, me pegando pela cintura e começaram os beliscões nas nádegas, nas costas, com o vestido levantado. Um outro segurava meus braços, minha cabeça, me dobrando sobre a mesa. Eu chorava, gritava, e eles riam muito, gritavam palavrões. Só pararam quando viram o sangue escorrer nas minhas pernas. Aí me deram muitas palmadas e um empurrão. Passaram-se alguns dias e ‘subi’ de novo. Lá estava ele, esfregando as mãos como se me esperasse. Tirou meu vestido e novamente escondi os seios. Eu sabia que estava com um cheiro de suor, de sangue, de leite azedo. Ele ria, zombava do cheiro horrível e mexia em seu sexo por cima da calça com um olhar de louco. No meio desse terror, levaram-me para a carceragem, onde um enfermeiro preparava uma injeção. Lutei como podia, joguei a latinha da seringa no chão, mas um outro segurou-me e o enfermeiro aplicou a injeção na minha coxa. O torturador zombava: ‘Esse leitinho o nenê não vai ter mais’. ‘E se não melhorar, vai para o barranco, porque aqui ninguém fica doente.’ Esse foi o começo da pior parte. Passaram a ameaçar buscar meu fillho. ‘Vamos quebrar a perna’, dizia um. ‘Queimar com cigarro’, dizia outro.
ROSE NOGUEIRA, ex-militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), era jornalista quando foi presa em 4 de novembro de 1969, em São Paulo (SP). Hoje, vive na mesma cidade, onde é jornalista e defensora dos direitos humanos.”
Lembra-se que Rose Nogueira trabalhava na Folha de São Paulo, estava de licença maternidade e foi demitida por “abandono do serviço”.
Vou ficar por aqui!
Nazareno Lima