
“DEM não cumpre cota para mulheres em Santarém e é intimado pela Justiça” foi o título do artigo que li semana passada aqui no blog e vem demonstrar algo pelo qual escrevo desde o meu primeiro artigo: mulheres têm preferências e tendências naturais, nós queremos fazer coisas pelas quais temos afinidades.
A lei eleitoral 9.504/97 foi alterada para atender o sistema de cotas em função de cada sexo. Ou seja, o partido para disputar as eleições não pode ter menos de 30% de candidatos de cada gênero e ainda assim muitos não conseguem atingir esse percentual quando se trata das vagas destinadas ao sexo feminino.
Já pararam pra pensar por que isso acontece? Será discriminação por parte dos partidos ou falta de interesse das mulheres?

Não vejo a assimetria na representação política como um problema. Há mulheres disputando o pleito eleitoral que eu jamais votaria, bem como, há homens também. Isso acontece porque a representação política não se dá pelo sexo, nem pela raça, nem por orientação sexual ou gênero. Ela acontece no campo das ideias.
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A redução da disparidade entre homens e mulheres na política não foi mitigada pelo sistema de cotas e este, por mais bem intencionado que seja, pode se mostrar inócuo e não imune a fraudes.
O problema é de tal monta que muitos partidos tem que sair por aí praticamente caçando candidatas mulheres para atender a demanda. E esse desinteresse nada tem a ver com discriminação de gênero, mas porque muitas de nós não quer fazer parte da política mesmo.
As políticas de ações afirmativas e a menina de seus olhos, as cotas, são causa de acalorados debates nas redes sociais e no ambiente acadêmico e são fruto de pesquisas há mais de trinta anos do economista Thomas Sowell, com dados empíricos e estatísticos comparados ele mostra no seu livro Ações afirmativas ao redor do mundo, um estudo empírico sobre cotas e grupos preferenciais – como tais políticas podem causar prejuízo aos seus supostos beneficiados.
Em seus escritos ele oferece informações valiosas sobre as divisões que polarizam nossa cultura política.
“Uma sociedade que coloca igualdade no sentido de igualdade de resultados – diante da liberdade não terá nem igualdade, nem liberdade. O uso da força (que neste caso é a da lei) para alcançar a igualdade destruirá a liberdade, e a força, introduzida para gerar bons propósitos, acabará nas mãos de pessoas que a usam para atender seus próprios interesses”.
Quer um exemplo aqui no quintal de casa?
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, nas eleições de 2016, 16.131 candidatos não receberam nenhum voto. Destes candidatos, 14.417 eram mulheres. Ou seja, em cada dez candidatos fantasmas, nove eram mulheres que entraram no pleito para fraudar o sistema. E tanto é verdade que elas sequer se auto representavam, uma vez que não chegaram a votar nem em si mesmas.
— * Célia Ilma Carneiro, santarena, é historiadora, conservadora, cristã e não feminista. Mora em Florianópolis (SC) e escreve regularmente neste blog.
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