
Uma das mais tradicionais festas amazônicas da região oeste do Pará, o Çaíré, iniciou hoje na vila de Alter do Chão, em Santarém. As duas noites de disputa entre os botos Cor de Rosa e Tucuxi (sexta e sábado) serão transmitidas pela Cultura Rede de Comunicação, com exclusividade, pela TV, Portal e também aplicativo, a partir das 21h.
O tradicional evento folclórico, que combina elementos religiosos e da cultura local, possui mais de três séculos de história e, em 2023, celebra 50 anos de retomada, trazendo como tema “Tradição e Arte em Alter”.
Neste ano, novamente, as apresentações dos botos serão em dias diferentes. Na noite de sexta-feira (15), o Boto Tucuxi vai defender o tema: ‘Yandê, o Çairé’.
“O Çairé sempre foi feito por nós. Yandê em Borari significa ‘Nós’. Então, vamos levar para o Lago dos Botos os indígenas boraris, os ancestrais, a aldeia, a nossa tradição. São as mãos da coletividade, que juntas mostram que sempre será: ‘Nós, o Çairé! Yandê, o Çairé'”, enfatizou o presidente da agremiação, Toninho Araújo.
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Já na noite de sábado (16), será a vez do Boto Cor de Rosa, com a apresentação do tema “A Grande Festa”, em comemoração à retomada do Çairé, que em 2023 completa 50 anos.
“Vamos levar muita alegria e mostrar ao público a importância de se manter nossa cultura. São 50 anos que a festa do Çairé foi retomada e a cada ano que passa recebemos mais visitantes que se apaixonam pela nossa história. É uma justa homenagem aos nossos antepassados”, destacou o presidente da agremiação Miguel Wanghan.
Grafia
Sairé, atualmente grafado “Çairé”, é a mais antiga manifestação de cultura popular da Amazônia. Acontece há mais de 300 anos na Vila de Alter do Chão, na cidade de Santarém, mantendo-se fiel à sua essência e ao seu simbolismo.
A origem da festa remete às missões evangelizadoras feitas por padres Jesuítas, aos índios da Amazônia. Foi interrompido durante alguns anos e neste ano completa 50 anos da retomada.
O símbolo da festa é representado por um semicírculo de cipó torcido, envolvido por algodão, flores e fitas coloridas. No centro do semicírculo encontram-se três cruzes e, acima desse, outra cruz.
Durante todo o período da festa, esse estandarte permanece fincado na areia da principal praia de Alter do Chão, certamente repetindo o que os índios faziam para saudar os portugueses.
Com informações e foto da Ag. Pará
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