O plenário do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Pará, reunido na manhã desta sexta-feira (13) tomou decisões importantes, que asseguram a manutenção do partido Solidariedade na coligação do prefeito Daniel Santos (PSB), que disputa a reeleição em Ananindeua. Uma queda-de-braço entre aliados do prefeito, de um lado, e defensores do governador Helder Barbalho, de outro, que já está parecendo uma novela mexicana.
A primeira decisão foi uma preliminar.
Por 5 votos a 1, o TRE decidiu manter a Ação Anulatória impetrada pelo presidente da Câmara de Ananindeua e do Solidariedade, vereador Rui Begot, que pedia a revogação da mudança na comissão provisória do partido no município, a partir de uma decisão da nova comissão executiva estadual.
Nessa primeira votação, os adversários de Begot argumentavam que a ação anulatória não poderia ter sido decidida pelo juiz de primeira instância, como ocorreu. Os membros do TRE decidiram que o juiz singular poderia sim tomar a decisão.
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6 a 0
Em seguida, foi votado o mérito da matéria. Begot argumentou que a decisão da Executiva Estadual era arbitrária e ilegal, pelo fato dele não ter exercido o direito de ampla defesa e do contraditório, antes de ser afastado do comando do partido. Nesse caso, a votação foi unânime. Seis votos a zero a favor de Begot.
Por último, o TRE julgou o mandado de segurança que havia sido concedido liminarmente, impedindo que Rui Begot pudesse realizar a convenção eleitoral do partido sob o seu comando. A votação foi de 5 a 1, a favor do atual presidente da Câmara Municipal.
Com essas decisões, o TRE assegura que o comando do partido continue sob a direção de Rui Begot, garantindo assim que chapa de vereadores escolhida em sua convenção possa disputar as eleições. Nada menos que 4 vereadores de mandato filiados ao partido poderão agora concorrer à reeleição.
Vice de Daniel
Ao mesmo tempo, a decisão assegura a candidatura do ex-secretário de Planejamento, Ed Wilson, a vice de Daniel Santos.
O maior derrotado é o deputado Antônio Doido (MDB), que desejava retirar o Solidariedade do arco de alianças do atual prefeito e incorporá-lo à sua coligação, ao mesmo tempo em que pretendia impedir que os 4 vereadores de mandato pudessem concorrer à reeleição e que Ed Wilson pudesse ser candidato a vice.
João Salame
É jornalista, ex-deputado estadual, ex-prefeito de Marabá, onde nasceu. Tem 61 anos e é o editor-chefe do site Opinião em Pauta, onde o artigo acima foi publicado originalmente. Ele pode ser encontrado também no…
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A derrota do governador Helder Barbalho para o prefeito no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) é um sinal claro de que ele precisa reavaliar sua abordagem política e suas relações com os líderes locais. A vitória do prefeito, especialmente ao lado do Partido Solidariedade, mostra que há um descontentamento crescente em relação à gestão do governador.
Helder Barbalho tem se mostrado distante das reais necessidades da população e dos prefeitos, o que pode ter contribuído para essa reviravolta. Sua falta de diálogo e a percepção de que não está ouvindo as demandas locais podem ter gerado um clima de insatisfação que se reflete nas urnas.
O governador deve se lembrar de que a força política vem da capacidade de unir, ouvir e agir em prol do bem coletivo. Se ele deseja reverter essa situação e recuperar a confiança da população e dos gestores municipais, é hora de mudar sua postura e se comprometer efetivamente com os interesses da comunidade.