Apontado pela Polícia Federal (PF) como um dos maiores fornecedores de drogas do Brasil, com laços estreitos com o grupo libanês Hezbollah, o foragido da Justiça Federal Norval Rodrigues dos Santos, 60, atualmente é o único amazonense que consta na lista de procurados da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). A informação é do jornal Em Tempo, do Amazonas.
Segundo investigações da PF, Norval também tem ligações diretas com a organização criminosa Suri-Cartel, que fica no Suriname.
De acordo com informações da Polícia Federal, Norval tem conexão com a facção criminosa Comando Vermelho (CV), que tem sede no Rio de Janeiro, e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs).
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Os investigadores da PF suspeitam que o foragido da Justiça comanda sua rede de distribuição de cocaína no Suriname, que também mantém uma rede com o terrorismo islâmico internacional.
É um esquema de tráfico de drogas e armas muito grande envolvendo vários continentes, entre eles as Américas do Sul, Central e do Norte, Europa e Ásia, conforme a Polícia Federal.
ENTREPOSTOS
A rede tráfico de drogas à qual Norval Rodrigues pertence ocorre, pois uma das principais fontes de financiamento do Hezbollah é o tráfico de drogas.
De acordo com a PF, o Suriname, que faz divisa com os Estados brasileiros do Pará e do Amapá, é um dos principais entrepostos da cocaína que sai da Colômbia e da Venezuela com direção à Europa, principalmente à Holanda.
A PF chegou até o nome de Norval após prender 62 pessoas em duas operações simultâneas de combate ao tráfico internacional de drogas anos atrás.
Norval também é associado ao traficante brasileiro Leonardo Dias Mendonça. A organização dos dois, conhecida como Suri-Cartel, envia aviões brasileiros carregados com cocaína da Colômbia para o Suriname e para a Guiana.
Entre seus quadros, também está o megatraficante brasileiro “Fernandinho Beira-Mar”.
GROSSO CALIBRE
A moeda de troca desse grupo, conforme a Polícia Federal, é a cocaína e armas de grosso calibre. A droga é oriunda da Colômbia e vai para o terrorismo. Em troca, esses criminosos enviam armas para o Suriname, que revende para vários países da América do Sul, inclusive o Brasil.
Os delegados Paulo Mavignier, do Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc), e Guilherme Torres, do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), disseram à reportagem do EM TEMPO, por telefone, desconhecer investigações da Polícia Civil do Amazonas contra Norval Rodrigues.
“Procuramos na Justiça do Amazonas e no no Sistema de Segurança Pública do Estado informações, mas nada consta contra esse amazonense”, disse o delegado Paulo Mavignier.
A reportagem também tentou entrar em contato com o secretário de Segurança Pública do Amazonas, delegado da PF Sérgio Fontes, mas o mesmo não quis se pronunciar sobre o assunto.
DITADOR
O foragido da Justiça Norval Rodrigues é procurado pela Interpol, pois responde a um processo de tráfico internacional de drogas na Justiça Federal de Goiás. Ele é natural de Benjamin Constant.
Durante as investigações da PF em 1998, o surinamês Bernardus Nanhu, afirmou ter servido de intérprete do traficante Leonardo Mendonça nas negociações de troca de armas por droga, de 1993 a 1996.
O depoimento associa o brasileiro ao ex-ditador do Suriname, Desi Bouterse. Segundo Nanhu, o filho do ex-ditador, Dino Bouterse, era sócio de Mendonça no cartel de drogas.
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Reproduzida do jornal Amazonas em Tempo, conforme consta no material.