Decifrando o enigma: por que o 1º programa na TV de Márcio Miranda não foi ao ar

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A propaganda eleitoral no rádio e TV começou ontem

por Carlos Boução (*)

Não tá fácil para as coligações partidárias e para os candidatos, sejam a presidente, governadores, senadores e deputados, tantos federais como estaduais. Quanto menor o cargo mais difícil e caro fica. Até os grandes passam por problemas.

Aqui no Pará, no primeiro dia de campanha política no Rádio e na TV, se observou problemas, no primeiro horário.

O candidato a governador Márcio Miranda (DEM) não foi para o ar por “problemas técnicos” e o de Paulo Rocha (PT) foi ao ar, mas com um áudio como se vazado fosse, repetindo a voz principal do vídeo.

O que será que aconteceu nestes dois casos?

Apesar do problema não ser financeiro, a fita contendo o programa do candidato DEM/PSDB ter sido produzida finalizada e ter sido enviada para o SBT, responsável pela emissão das imagens do horário eleitoral, não continha o áudio descrição, com a narração da cena, expediente que permitia que a mensagem fosse captada pelos cegos, o que é uma exigência legal para garantir o direito de acesso à informação ao eleitor, sendo ele portador ou não, de deficiência visual ou auditiva. Lei de n° 23.551.

As fitas têm que ter obrigatoriamente áudio com descrição, intérprete de libra e legendas.

Parece que o problema foi reparado e no horário noturno o candidato apoiado pelo Jatene foi ao ar. O de Flexa Ribeiro (PSDB), candidato a senador, teve o mesmo problema.

Os partidos são obrigados a deixar na emissora exibidora a mídia até 6 horas antes da exibição, e me parece que contornaram.

Já a do PT, observou a legislação, no entanto, houve um problema de compatibilidade ou leitura da fita XDCAN, compatível com os aparelhos da emissora.

O problema foi no áudio descrição e, por isso, uma voz repetindo o que era dito e ainda a descrição das características físicas do candidato e do ambiente em que ele estava falando vazou para todos. Foi mal.

Agora soube que uma fita desta XDCAN, que vamos chamar de mídia compatível com o equipamento do SBT, custa em torno de 200 reais. Ela não se encontra no mercado daqui, tem que se importada, e as coligações e os partidos precisam de grande quantidade, pois precisam para a divulgação centralizada, e uma mídia para cada emissora, por candidato, nas inserções avulsas divulgadas em horários diversos.

Custo da mídia, mais produção e logística para essas fitas chegarem as emissoras de Belém e dos diversos municípios do estado e a tempo de exibição. E olha que estas mídias precisam ficar na emissora por pelo menos 30 dias, portanto não podendo ser reutilizadas.

XDCAM é a série de produtos para gravação digital, introduzida pela Sony em 2003. Quatro linhas de produtos diferentes — o XDCAM SD, XDCAM HD, XDCAM EX e XDCAM HD422 — diferem nos tipos de codificação utilizado, tipo de recipiente, tamanho do quadro e em mídia de gravação.

Mas o problema não acaba ai. A próxima emissora escolhida no rodízio, 10 dias para cada uma, será as Boas Novas, que está exigindo uma “mídia descontinuada”.

O P2, que não é mais usado, é um cartão que, além de não ter aqui no mercado local, custa em torno de R$ 1.500. Comparando: é como se escolhesse levar uma correspondência de bicicleta em vez de motoboy.

Várias Coligações partidárias estão peticionando para que a Boas Novas, se não mudar a exigência, seja retirada do rodízio e a TV reserva seja acionada. A TV reserva é a TV Nazaré, que aceita DVD.

A TV Liberal encerra o rodízio determinado pelo TRE. Inclusive, existe um movimento para que todas as coligações façam conjuntamente à Justiça Eleitoral esse pedido. Pelo menos para reclamar, eles se juntam. Que Boa Nova!

O cartão de memória P2 Panasonic E-Series é composto de sofisticada tecnologia, resultando em baixo custo de investimento e altas taxas de velocidade de transferências quando comparadas a série anterior, A-Series.

Baixo custo? Mil e quinhentos vezes 1 governador, vezes 2 senadores, vezes “x” deputados federais, vezes “n” deputados estaduais, cópias paras todas as emissoras em Belém e demais municípios nas inserções por emissora.

Alguém faz a conta pra mim. O meu HD não aguenta.

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— * É jornalista e reside em Belém.

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