Poetas amazônicos – Tessitura têxtil

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Intertexto

Tessitura textual
É tal e qual
Tessitura têxtil
Terra sempre fértil
Onde ideia
Traduz imagem
Linguagem,
Onomatopeia!

A textura do meu texto
Há de contestar
O contexto
Inconteste!

Atestará o pretexto
Que apetece
O hipertexto
Constante
Em minha estante
De poetas delirantes
E bissextos

Haverá em meu sextante
Um sexteto navegante
Das terras de Camões…

Haverá em meu semblante
O incesto degradante
Da guerra entre irmãos…

Mas cada trecho
Terá um apetrecho
Desconexo
Sem nexo
Sem sexo
Sem eco

Pois meu texto
É hipertexto
É metatexto
É super-texto
Que não aceita
O cabresto
O arresto
De quem acha
Que meu texto
É “textículo”…

———————————————

De Jota Ninos, poeta amazônico nascido no Pará (Belém) e naturalizado santareno.

Leia também dele:
S.O.S.
Soneto de um filósofo armagurado.
Simbioese.
Na tal idade.
Volúpia tropical.


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14 Responses to Poetas amazônicos – Tessitura têxtil

  • Jota, deveria ser obrigatório desta forma, assim como aulas sobre o meio ambiente em todos os anos do jardim de infacia ao colegial. Lembrei-me do querido Eduardo Fonseca, quando citava Castro Alves no CDA.

  • J.Ninos, vc brinca com as letras , com as palavras. Vc se diverte c/ as palavras rsrsrs, sai uma anedota poética. Fico imaginando se vc ministrasse aula, isso mesmo, se fosses professor, tuas aulas certamente seria em versos e prosas rsrsrs… e eu ía fazer um filme em cima rsrsrsrs

    1. Se tudo der certo, espero estar dando aulas no próximo ano…
      Essa é uma boa idéia, aulas com poesia… minha inspiração para ser professor é o nosso inesquecível John Keating, o professor magistralmente interpretado por Robin williams, num dos grandes filmes sobre poesia e liberdade de expressão da década de 1980: Sociedade dos Poetas Mortos.

  • Caro anônimo, não posso deixar de escrever para você, observe novamente o poeta:

    Que não aceita
    O cabresto
    O arresto
    De quem acha
    Que meu texto
    É “textículo”…

    E antes que eu me esqueça, respeito o que achas, mas você é um b…

    Jota, mande mais e mais, e estarei sim na fila, mas sou a Amazonas do Tapajós! ah, o Celson querido meu, está recheado de inspirações, não vejo a hora desse reencontro de vocês, criadores e produtores do melhor para a nossa cidade, educação e cultura!

    Telma Amazonas

  • Jeso, por favor faça uma pequena correção ortográfica que acabou passando despercebida, depois que lhe enviei esse texto. Assim como a palavra “ideia”, antes escrita com acento e agora sem, pela reforma ortográfica “onomatopéia” segue o mesmo caminho: leia-se “onomatopeia”.
    Esta poesia foi escrita em 2006, antes da reforma. Ao fazer a correção estes dias, tirei o acento de “ideia” , mas esqueci o de “onomatopeia”…
    E dá-lhe “peia”, no poeta descuidado…rsrsrs

  • Gosto do ritmo, da simplicidade, do brincar com as palavras, é simplesmente único o jeito do poeta.

    Um texto mais bonito que o outro,
    Parabéns!

    1. Obrigado Isadora. Como já disse à Telma, sei que você estará também na fila quando eu lançar meu livro de poesias (espero que seja ainda este ano). Será o encontro poético do Amazonas (Telma) com o Tapajós (Isadora)….rsrsrs

      1. Uau! será maravilhoso! Tomara que seja lá pela metade do ano quando planejo voltar e matar a saudade da minha terra querida.. Estarei lá,sem dúvida alguma. rsrs.

  • Jota,

    Então, eu sem nexo, mas com sexo e com eco, adorei e não tenho o que contestar do teu texto desconexo, do poeta delirante que arrasa delirando sempre.
    Parabéns poeta!

    Telma Amazonas

    1. O brigado, Telma. Sei que terei você na cabeça da fila, quando eu lançar o livro com minhas poesias…rsrsrs

  • Gosto de alguns de seus versos, mas poesia nãe é quantidade. Chega a ficar cansativo. Talvez a diminuição da produção traga uma melhora na qualidade.

    1. Infelizmente não vou poder atendê-lo, anônimo.
      A profusão de textos que têm sido por mim produzidos, ou melhor, aqui publicados, faz parte de uma coletânea de poemas, sonetos e outros tipos de poesia que produzo desde a adolescência (já se vão mais de 35 anos de produção…).
      Estou organizando tudo para um livro que pretendo lançar (talvez este ano) e de nada vale produzir um texto e guardá-lo ou “diminuir a produção”, como você sugere.
      Espero que continue gostando de “alguns dos meus versos”. Só não espere que eu não os publique, se houver onde publicar. O artista precisa da ribalta para brilhar, ouvindo críticas positivas ou negativas, para que sua obra fique mais encorpada.
      Se meus versos o cansarem, por favor não os leia. É um direito seu não fazê-lo, assim como é um direito meu continuar escrevendo-os, até um dia em que todos me digam: “para, cansamos!”.
      Obrigado.

  • Jota, poeta ‘ajato’:

    Arte Pura. Simples. Sem mistura!

    Aos leitores (nós todos), cabe-nos apenas adicionar nossa enorme vontade de apreciar a arte do Jota! Hiperarte! MAGISTRAL, Jota!

    Grande abraço,
    Celson

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