Poetas amazônicos

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Unanimidade

Emudeço umedecido
E me desço adormecido
E me decido pela noite fria
De teus lençóis…

Te aqueço com meu frio
Enrijeço teu apreço
E obedeço ao teu preço
No calafrio dos arrebóis…

Amanheço tuas noites
Com açoites em tua languidez
Escorrego em tua tez
E me transbordo
À tua bordo

E me rebordo
De bombordo à estibordo
Dessa tua insensatez…
Nau desgovernada, desfaçatez
De corpos intumescidos
Sudorese divina, embriaguez…

Unânime “anima” na umidade!

E, despudorado, exploro tua nudez
Com ardor enfurecido
Obedeço teu começo
Mas me esqueço do meu fim…

Emudecido umedeço
Até o céu de tua boca
Esmaecer enternecido
Da umidade do meu prazer…

————————————————

De Jota Ninos, poeta amazônico nascido em Belém (Pará) e naturalizado santareno.

Leia também dele:
Intertexto.
S.O.S.
Soneto de um filósofo armagurado.
Simbioese.


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5 Responses to Poetas amazônicos

  • rssss….olha, pra te dar um desconto com essa confissão de desvirginar as páginas em Branco, vou usar novamente Mário Quintana.

    “Toda confissão não depurada pela arte, é uma indecencia”.

    Só lendo Mário Quintana para ter argumentos aos genios poetas santarenos, o outro te escreveu melhor que ninguem, depois de dar aquela bicada certeira no nosso coração… rsss

    abs no coração e boas inpirações.

    Telma

  • Jota,

    O que eu aprecio é a tua facilidde em fazer as palavras “dançarem” um balé de imagens e sentimentos!
    NOTA 1000! Muito muito bom, mesmo!

    Grande abraço,
    C.

  • Jota,

    Disse Mário Quintana. “Uma página em branco, é a virgindade mais desamparada que existe”.

    Continue amparando as páginas em branco, tens muito talento pra essa missão.

    Telma

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