Se por acaso
Se acaso um dia,
olhando meus olhos
notares a paixão
que ainda tenho por ti,
não te assusta.
Se ao contrário
te fazer rir
o faça com sorriso
pra dentro
fingindo soluço.
Se acaso a pessoa
com quem vives, perceber,
e comentar contigo
meus gestos,
simula surpresa.
Diga-o não se importar.
Que já sou
como essas folhas mortas
diluídas no tempo
das tardes quentes
e ensolaradas de setembro.
Mas, se um dia, por ventura,
fitando novamente meus olhos,
perceberes-os desnudos
de qualquer afeição,
dissimula, por favor,
incontida alegria.
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Não tentes mais
iluminá-los novamente
dizei a si mesma:
dessa vez morrera o amor.
Se fora decantado, sóbrio,
como as flores de maio.
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De Edwaldo Campos, poeta amazônico nascido em Alenquer e naturalizado santareno.
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