Certa vez, a deusa germânica da fertilidade, chamada Eostre, encontrou um pássaro ferido na neve. Para ajudar o animal, ela o transformou num coelho. Mas a transformação não foi bem-sucedida e o bicho continuou sua antiga habilidade: botar ovos.
Como forma de agradecimento à deusa germânica por ter salvo a sua vida, o coelho presenteava-lhe com ovos coloridos. E Eostre, maravilhada com tamanha criatividade, partilhava essa alegria com todas as crianças do mundo.
Será que com esse resumo conseguimos minimizar a dúvida do porquê de coelhos, animais mamíferos, botarem ovos e na Páscoa? Aliás, esse é um detalhe mínimo no mundo em que vivemos.
A mitologia germânica, tão antiga, tem suas originalidades, assim como as antigas religiões gregas, romanas, nórdicas, judaicas, cristãs, entre outras, que também têm também suas essências históricas.
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Independentemente de religião, muitos fiéis santificam-se em épocas especiais de suas crenças – em muitos casos, somente nessas épocas. Uma dessas religiões é o cristianismo. Uma dessas épocas é a Páscoa.
Qual foi de fato a origem pascal? Qual seria a forma correta de agir? O que de fato seguir? Atentamos a situações e pensamentos insignificantes, quando perdemos a atenção de uma mensagem que a Páscoa cristã repassa a seus seguidores: renascer! Mas esse renascimento acaba não sendo feito corretamente e muitas pessoas se comportam sem o mínimo do espírito pascal.
Acabamos por priorizar religiões e doutrinas e não levamos em conta o que deveria de fato ser feito. Não preciso ser somente católico, evangélico, judaico, celebrar apenas Jesus Cristo ou celebrar apenas Eostre para ter espírito pascal e levar seu significado a todas as pessoas.
Acredito na importância do respeito entre os diferentes religiosos para que possamos renascer entre um e outro. Acredito que a Páscoa está dentro das pessoas, na forma como trata o outro sem se importar com as diferentes culturas. O abraço entre um e outro precisar ser sem preconceito e sem se importar com as diferenças.
O coelho da Páscoa é apenas vítima do capitalismo, assim como Jesus Cristo também chega a ser essa vítima. As narrativas originais na verdade são esquecidas ou ignoradas, especialmente por comunidades conservadoras. E nós, desinformados de muitas narrativas ocultas ao longo da história da humanidade, fazemos declaração sem qualquer referência confiável, especialmente nestas épocas de redes sociais, onde a mentira se fortalece.
Eu acredito sim na Páscoa, mas não unicamente como um evento religioso e muito menos como uma exclusividade cristã.
Eu acredito na Páscoa como um sentimento humanitário, necessário no dia a dia, em que renascemos, cuidamos e amamos de forma verdadeira, num mundo contaminado por comunidades de pessoas que distorcem as verdadeiras histórias e semeiam a maldade e o preconceito em qualquer canto de qualquer lugar.
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