1ª turma de Medicina: convém comemorar?

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O post Governador desembarca nesta 5ª em Santarém anda com a caixinha de comentários fervendo. Eis 4 dos mais de 40 ali postados hoje (27):

De Evaldo Viana:
Elogiável a ação do governador em criar a faculdade de medicina no Campus da Uepa em Santarém pensando, talvez, que essa medida pudesse trazer algum benefício a Santarém e municípios da região. A realidade, porém, mostra que se a intenção era boa, o resultado é inócuo, sem nenhuma utilidade prática para a nossa região que vai continuar com um médico para cada grup de 6.000 habitantes, pois dos 16 formandos apenas 3 ou 4 são da região e os demais, que gostariam até que a formatura fosse em Belém, são da capital ou de outros estados da federação.

Que significa? Qua amanhã ou até mesmo hoje esse médicos formados à custa do imposto pago pelo paraense, que deveriam servir ao povo paraense, todos, sem falta de nenhum tommarão o rumo de casa e nos deixarão com o eterno problema de falta de médicos.

E que solução o governo do Estado poder para esse problema, que muito bem poderia ser anunciado pelo governador hoje?
Medicina
A reserva de 80% das vagas da área de saúde oferecidas pelo Campus de Santarém para estudantes que residam há mais de 5 anos na região e que tenham cursado (nesse caso 50% dos 80%) o ensino médio em escolas públicas da região.

Semelhante proposta encaminhei em fevereiro do ano passado ao deputado Alexandre Von e ao vice-governador Helenilson Pontes que até hoje nunca se pronunciaram a respeito.

Caso o governador não adote esta necessária e oportuna medida, já nos preparamos para apresentar um projeto de Lei de iniciativa popular a fim de corrigir essa odiosa distorção.

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Da leitora que se assina Lindeuza:
Acalmem-se caríssimos conterrâneos santarenos. Essa fato não é para comemorar. Não vou ser ceticista neste comentário, contudo realista. Du-vi-de-o-dó que esses neo-médicos fiquem por tanto tempo nesta região, que desejem servir no Lago Grande, por exemplo, e pior, que cobrem menos que R$ 120,00 por um consulta ou que olhem nós olhos do paciente quando estiver no setor público, se é que trabalharão nele. Ser médico, ainda é uma profissão de status que exclui aquele já nasce excluído.

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Do professor João Renato Aires De Mendonça:
Comentários movidos pela inveja que é oriunda das incompetências pessoais. Os médicos desta turma, não interessando, não sendo da conta de outros, podem comemorar, exercer suas profissões onde bem entender e cobrar o valor que acharem justo. Se desejarem trabalhar aqui ou no citado Lago Grande, olhar nos olhos (risos) dos pacientes, cobrar 240, 480… por uma consulta, PROBLEMA DELES. Quanto ao fato de ter um governador de Estado como paraninfo… é uma honra. Se alguém nasce se sentindo excluído, que tente melhorar suas condições de vida, façam um vestibular para Medicina; por exemplo.

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Do médico Telmo Moreira:
Sempre tem agourento e negativista, sempre existiu lunáticos e pessimistas. O momento é para comemorar, se a maioria não são santarenos é porque esta é a primeira turma e o pessoal de Belém e outros lugares estava mais preparado e passou no vestibular com nota mais alta. Nas turmas subsequentes é notável o aumento de alunos santarenos.

Se não forem para o interior é porque o governo não oferece condições adequadas, tanto que não existe esse problema com juízes e promotores. Ofereçam as mesmas condições com a mesma segurança e não com enganação de prefeitos e secretários de Saúde corruptos, que vai encher de médicos no interior. Agora elogiar Che Guevara como médico é muito para minha paciência.

Parabéns jovens, vocês venceram! S são livres para trabalhar onde quiserem, vocês não devem nada a ninguém. Os pais de vocês pagam impostos como qualquer cidadão e eu nunca vi ninguém reividicando que recem formados em Administração, Economia ou Veterinária, vá trabalhar de graça ou ganhando esmola como forma de pagamento pelo curso.

Quanto à Sra. ou Srta. Lindeuza, digo, ainda dá tempo, faça o vestibular de Medicina, enfrente o que estes jovens enfrentaram e daqui há seis anos a senhora será médica.


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45 Responses to 1ª turma de Medicina: convém comemorar?

  • Sou nascido e criado no interior de SP. Fiz medicina na Cidade de Ribeirão Preto. Havia dois ou três colegas de Ribeirão Preto Sou de outro município Leme/SP. Muitos de meus colegas que era, de outros estados, em sua grande maioria, ficaram por Ribeirão Preto. Eu, hoje estou na Bahia e estou de malas prontas, mudando para Santarém. Não há necessidade de ser de Santarém para ficar por lá e oferecer servicos melhores a populacao. Por sinal, Ribeirao Preto é a cidade com mais medicos percapta no mundo e nem poristo é sinonimo de melhor saúde do pais.

  • Bem sou a favor de cotas para alunos que vieram de escolas públicas, pois a discrepância do ensino público e particular se reflete dentro das universidades públicas, envés de descobrir a origem demográfica dos estudantes de medicina pesquisem a origem educacional que é muito significativo é mostra que mais de 90% vieram da rede particular de ensino. Ou seja, o problema não está na região é sim no ensino público. Cotas para alunos de escolas públicas já.

  • Sou aluna do 5ª ano de medicina da UEPA Campus Santarém e sou mocoronga da gema. Ao contrário do que muitos colegas desavisados disseram nos comentários acima, o número de alunos santarenos que ingressam na Academia é cada vez maior. Eu sou de Santarém e sempre estudei aqui. Fiz uma boa pontuação, estudei dias a fio e conquistei minha vaga por MÉRITO e por DIREITO, assim como muitos outros colegas que hj estudam aqui. E, mesmo eu que sou filha de Santarém acho um tremendo absurdo a idéia de criar um sistema bairrista que garanta determinado número de vagas a vestibulandos desta terra. A idéia não só me parece equivocada quanto um tanto quanto inconstitucional. Se não me falha a memoria, todos somos iguais perante à Lei e todos temos direito à saúde, lazer e EDUCAÇÃO. Partindo desses direitos que nos são básicos, como “vetar” a estudantes de outras localidades a oportunidade de ingressar no ensino superior? A meu ver vestibular existe é p/ isso mesmo: p/ selecionar aqueles que tiveram melhor desempenho. Vaga de Universidade merece quem tem COMPETÊNCIA.

  • Sou acadêmica de medicina da UEPA Santarém nascida em Belém e com orgulho inestimável de fazer parte dessa Universidade que com recursos reduzidos formou e forma alunos responsáveis, éticos, humanistas,e com conhecimento.Fazer medicina é abdicação e nós jovens forasteiros abdicamos de nossas famílias, nossos conforto, para buscar um sonho…E foi nessa linda terra, com pessoas dignas e acolhedoras posso citar meu “pai” Dr telmo moreira Alves, Ivone Duarte, entre muitos outros.Hoje estou indo para o sexto ano, fazendo alguns módulos em Belém e levanto a bandeira do Oeste do Pará, sou sim Santarém também,como qualquer outro que ama essa cidade.E tendo contato com os alunos da UEPa Belém percebo que fomos igualmente preparados apesar das diferenças metodológicas.Acredito que antes de falar algumas aberraçoes deveríamos conhecer mais essa Universidade, esses alunos, essas estórias.Tenho certeza que depois disso não haverá mais comentários pessimistas desse tipo.

    1. Nossa!!

      Se formos tomar como base o seu português, estamos “fritos”!!

      Acadêmico de medicina que escreve desse jeito….

      Que Deus nos abençoe!!!

  • Só para lembra os críticos no último vestibular da UEPA aproximadamente 50% das vagas para o curso de medicina em Santarém foram preenchidas por alunos região (Santarém e Oeste do Pará).

    1. Job, muito bem lembrado! No último vestibular, assim como no penúltimo (entrada da minha turma), metade dos alunos é de Santarém e não passa só quem faz cursinho em Belém não. Tenho colegas daqui, que estudaram em escola pública a vida inteira, fez cursinho aqui (uns até nem fizeram) e conseguiram as primeiras colocações. É óbvio que é bom saber que temos colegas daqui passando cada vez em maior proporção, mas nossos colegas que são de fora passaram por seus méritos e merecem suas vagas.

      Muita gente perde seu tempo condenando os forasteiros e se esquecem que, durante anos, nunca houve curso de Medicina aqui. E que, até anteontem, antes da formatura da primeira turma de médicos formados nesta terra, todos os médicos que trabalham aqui, mesmo os santarenos da gema, tiveram de fazer sua faculdade fora.

      Um recadinho aos desavisados: Assim como tem muito forasteiro que quer fixar residência aqui, tem muito santareno da gema que quer se formar e se mandar. Colocar cotas não vai resolver nada. Se querem fazer aumentar a proporção de santarenos em nossas universidades, o ideal é melhorar a educação de base, fortalecer o sistema de ensino público e dar condições decentes de trabalho e aprimoramento a todos os professores e funcionários da educação que, em geral, são mal remunerados e trabalham com uma infra-estrutura mínima insuficiente para que seja oferecida uma educação digna aos nossos meninos.

      Cota não torna ninguém inteligente. Isso não vai melhorar a educação da nossa gente. É tentar resolver um problema criando uma medida que não traz resolutividade.

  • Acho que devemos comemorar sim, afinal não é porque nesta turma tem gente de fora que não vamos ficar contentes pelos jovens médicos.
    Estes mesmos formandos poderão até em um futuro próximo se especializarem e retornarem pra nossa cidade. E independente disso eles estarão salvando vidas.
    Parabéns aos formandos e a todos que os ajudaram nesse caminho.

  • Unica chance dos novos medicos se fixarem no municipio de Santarem sera quando o governo do PT acabar… Calma gente, falta muito pouco.. ate final do ano, essa corja toda rasga!!
    ai, vai dar pra pensar em fazer saude publica com qualidade!!!
    acredito em vcs, novos formandos!!!
    responsabilidade com humanizacao…

    1. Você não tem coragem nem de se identificar… Se esconde no anonimato para achincalhar os outros. Assim é fácil meu caro. Crie coragem, saia do armário!

  • Jeso, é possivel saber a origem dos m[edicos que atuam hoje em santarém? Só para saber se é verdade que fica aqui quem é da região ou tudo depende de oportunidades, aventuras, propostas generosas etc…
    grato

  • VIVEMOS NUM PAÍS DEMOCRÁTICO, ONDE O ENSINO, TAMBÉM, É DEMOCRATIZADO. HOJE TEMOS PROFISSIONAIS, DE VÁRIOS RAMOS, FORMADOS EM FACULDADES PÚBLICAS DE VARIOS ESTADOS BRASILEIROS EXERCENDO SUAS ATIVIDADES, E COM LOUVOR , AQUI EM SANTARÉM. ASSIM COMO TEMOS VÁRIOS SANTARENOS E PARAENSES ESTUDANDO E SE DESTACANDO EM TODO O PAÍS E ATÉ NO EXTERIOR. DECULPEM, MAS PENSAR EM COTA É RETROCESSO POLÍTICO E DEMOCRATICO.

  • Desejo parabéns a todos meus companheiros formandos.
    Agradeço ao governo do estado pela iniciativa de formar médicos no interior.
    Gostaria de salientar que todos nós formandos estudamos muito para conquistar nossas vagas no curso e não só isso, passamos madrugadas em claro estudando, acordando cedo para aprender com nossos tutores a atender pacientes em posto de saúde, consultórios e emergência de hospitais. O povo esquece que durante seis anos fomos serventes gratuitos da população e sempre servimos com muita alegria, satisfação e prazer. Nossa profissão será sempre para servir o ser humano, porém médico também é gente (precisa dormir, comer, de lazer e de um digno salário), temos o direito que a constituição brasileira dar a todos os cidadãos, o direito de ir e vir.
    Obrigada Santarém, eu amo essa cidade, meus amigos sabem disso, tenho imensa vontade de retornar a essa cidade, trabalhar e somar, porém o meu sonho é construir conhecimento, quero ser médica radiologista e p-ara isso vou precisar ir em busca desse conhecimento em outras terras.
    Agradeço imensamente a todos os médicos, enfermeiros, tec de enfermagem e o administrativo, sem vocês a saúde e a construção do nosso curso nao seria possível, obrigada é com lágrimas nos olhos que hoje recebo meu diploma de médica santarena.

  • JESO, BOM DIA

    TENS AÍA FOTO DA TURMA QUE TÁ SE FORMANDO HOJE??
    S. O. S. URGENTE!!!!!

    CHAGUINHA AD

  • Eu entendo que uma Faculdade de Medicina irradia muitos resultados, seja na atuação dos seus alunos nos seus internatos, seja na criação das residências médicas, na necessidade de um hospital que faça a atividade de hospital universitário, na atração de professores médicos para residir em Santarém.
    Além de formar mais médicos tão necessários nos estados mais carentes de atenção.
    Creio que seria oportuno aproveitar a estada do governador e reinvidicar um projeto para ampliação de vagas do curso de Medicina em Santarém.
    Este ano Santarém formou a sua primeira turma de Engenharia Civil e agora Medicina.

  • O que me chateia nessa discussão, Jeso, é fazerem dos estudantes de Medicina apenas números demográficos: só quantificar quantos são ou não de Santarém. Ok, já sabemos que a maioria são forasteiros. Também sabemos que desses forasteiros muitos têm o desejo de permanecer aqui.
    Não somos só números. Somos pessoas que sonharam estar onde estão. Lutamos muito para conseguir estar onde estamos.
    Temos muita qualidade. Somos muito bons. Nosso ensino é pautado no atendimento humanizado. No olhar o paciente como uma pessoa e não uma doença. Isso deve ser mensurado.
    Por óbvio, ainda falta-nos conhecimento durante a graduação que alcançamos no decorrer dos semestres que avançam. Veja onde estamos: Hospital Regional, Hospital Municipal, Ueasba, posto de Alter-do-Chão, posto de Aparecida, posto do Livramento, posto do Mararu, UBS da FIT, Casa da Mulher e muitos outros lugares tendo AULA periodicamente. Aula de como atender, como diagnosticar, como interpretar exames, como prescrever, como dar seguimento no tratamento, como orientar. Isso é o que todo aluno de medicina aprende. Isso é que deve ser levado em consideração. O que os novos médicos farão por aqui. Quais serão as condições de trabalho, quais serão as propostas e atitudes deles para melhorar a gestão em saúde.

    1. No início eram apenas 12 médicos que acreditaram no sonho de fazer Medicina no interior da Amazônia ser possível. Hoje temos 60 professores: bons, competentes, dedicados ao ensino! Eles inclusive estão indo mais longe para nos acompanhar: mestrado, doutorado, mais cursos, mais especializações.
      Os estudantes de medicina fazem uma espécie de TCC, a qual chamamos de Trabalho de Conclusão Anual no final de cada ano letivo, com apresentação para banca e tudo. Temos quase 200 trabalhos. Desses muitos já estão publicados. Nós participamos de congressos regionais e nacionais nos quais nossos trabalhos são muito elogiados. Temos uma medicina diferente aqui. Temos manifestações de doenças de uma forma inusitada por aqui.
      Muitos dos nossos alunos fazem estágio fora: Sírio Libanês, Hospital das Clínicas de São Paulo e muitos outros lugares. Eles são elogiados lá. Nossa prática clínica é muito boa.
      Dessa primeira turma que se forma hoje tem até quem queira ser professor na nossa Uepa.
      Estamos no início da mudança.

      1. Qual foi a nota do ENADE?
        Não foi das melhores!!!

        Como o curso pode ser bom, se os professores não entendem sobre aprendizagem?

        1. Antes de falar, peço que veja as notas das outras faculdades de medicina do norte do país e verifique que as notas foram semelhantes. São notas que refletem um problema não local, mas regional! E que não é o foco da discussão aqui. Quanto ao não entendimento sobre aprendizagem pelos professores. Procure na internet a respeito do PBL ou ABP, e veja sobre o que se trata e a transição que as faculdades de medicina do Brasil estão atualmente passando, assim como os seus docentes. É natural que toda transição gere conflitos, falhas, “falta de entedimento” até que se obtenha o ideal. E só pra constar, não foi uma escolha da UEPA implantar o PBL aqui, foi uma determinação do MEC. Vamos ler, entender e compreender antes de criticar sobre o algo, principalmente quando não se tem o conhecimento a respeito.

  • Eu me admiro que o preço da comida aumenta e todo mundo compra. Os impostos estão acabando com nossas economias e todo mundo paga. Àquele que passa dias e noites (às vezes mais noites do que dias, até…) estudando e se dedicando a salvar vidas, julga-se o fato de cobrar o preço justo para fazê-lo. É de se entender tanto retrocesso cultural e intelectual, que atravanca o desenvolvimento de tudo, inclusive da saúde, na região.

  • Melhor que os formados em medicina não fiquem por aqui. São péssimos os cursos de medicina do Norte.

    1. Pois seu hipócrates, espero que um dia você não precise da ajuda desses médicos para você ou sua família, porque se precisar vai ter que mudar essa comentário aqui. Parece que é muito fácil falar de médicos, mas um recadinho para os agorentos que ficam de plantão. Só julga médico quem é outro médico, então por favor você que está muito entusiasmado para dar uma tesourada em médicos, por favor enfrente, se você conseguir, a concorrencia de 76 candidatos para 1 vaga do vestibular da UEPA em Santarém e depois de 6 anos venha falar alguma coisa, repetindo, se você conseguir,

    2. Hipócrates, voce não deve falar o que não sabe. O bom profissional se faz por si só. E os acadêmicos do campus de Santarém são excelentes alunos, que tem assitência dos professores, tanto na sala de aula como dentro dos hospital. Du-vi-de-o-dó que um formando na capital do estado, tem a mesma esperiência que os formandos daqui. Em turmas com numero reduzido de alunos, estes tiveram muito mais atenção dos professores que qualquer outro formado na capital do estado ou mesmo na USP. Não é a toa que acadêmicos de grabdes universidades não sabem responder perguntas elementares de saúde, que nossos alunos aqui, respondem e sabem como qual

  • Até parece q quem se forma em medicina hj esta fadado a riqueza, status, etc. A começar pelo péssimo ensino de medicina no Pará, ainda mais em Santarém. Neguinho vai ter q ralar muito p ganhar experiência e nome pra aí sim ter moral de cobrar quanto quiser numa consulta. Sucesso aos novos médicos.

  • Jeso, a reserva proposta por Evaldo é perfeitamente aceitável, sem que isso implique em reconhecer despreparo dos nativos, inclusive o Amazonas já o faz, pois somente dessa forma podemos ter as pessoas com rapizes na terra ficando na região, pois quem é oriundo de outros Estado certamente deverá retornar, com uma ou outra exceção. Não podemos esquecer também que esse recurso é estadual, pois assim é coerente que se pense que os que tiveram custeado o curso de medicina com nossos impostos tenham as raizes na terra e aqui possam trabalhar. Mas sem perder também que os municípios precisam ter plano de cargos e salários mais atrativos, senão vamos ter o câncer das organizações sociais e cooperativas no sistema público de saúde.

  • Quando o governador Simão Jatene, lá no seu primeiro governo, anunciou a criação e implantação do curso de medicina em Santarém, houve uma reação dos profissionais da medicina da capital, que tentaram de todas as formas impedir esse desejo do governador. Lembro que houve movimentos de protestos na capital do Pará tendo à frente o sindicato da catedoria. Nós, na época ocupávamos uma cadeira na Câmara Municipal de Santarém e juntamente com a também vereadora na época, Beth Lima enfrentamos a fúria dos contrários de Belém, mas Jatene também não recuou e hoje temos que agradecer a Deus e parabenizar a todos que lutaram para que o curso fosse instalado aquí. Parabenizar aos formandos e formados. Quanto ao retrógrado pensamento e sugestão de estabelecer cotas para quem mora aquí ter facilidade para ingressar no curso, gostaria de contra por, para que reflitam, pois o Brasil é um só, por isso eu pergunto: Quantos médicos(as) que atuam aquí há tanto tempo vieram pra cá depois de se formarem em outros estados? e não só médicos. Quantos filhos daquí, se formaram estudando em outros estados e estão trabalhando pelo Brasil a fora, inclusive aquí? Não é melhor pensar como o Dr Telmo e tantos outros que aquí estão, embora tenham cursado a medicina em outros centros. A recíproca é igual e o que vai atrair bons profissionais para o interior são salários dignos e extrutura. Temos que deixar de bairrismo exagerado e mesquinho, temos que ter discernimento, inteligência, sabedoria e acima de tudo respeito para com as pessoas de bem e, que com suas boas intensões agem pensando no seu semelhante. O Governador Jatene instalou? parabens. A primeira turma está formada? parabens. Os estados brasileiros que recebem em suas Instituições de ensino superior, acadêmicos daquí, constitucionalemte tem o direito de mandar pra cá também seus acadêmicos. Qualquer ação contrária a isso é mero retrocesso. Precisamos evoluir, progredir, inclusive aperfeiçoando e extruturando melhor a UEPA e todas as demais Instituições de Ensino Superior e principalmente melhorar a qualidade do ensino Fundamental e Médio nos Municípios, nos estados e em todo o Brasil. Me perdoem se exagerei, mas esse é o meu pensamento e do qual jamais abrirei mão.

  • Dr. Telmo, com com todo respeito, eles são livres para trabalhar onde quiserem, mas foram prestar vestibular em santarém porque não conseguem passar na concorrencia da capital, outro ponto é que médico apenas de Belém não querem trabalhar no interior, nas demais capitais do Brasil não é assim. Médico de Belém, é da capital para Miami, nesse caso essa análise não cabe.
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    1. Sou de Belem, e na época em que prestei vestibular pra santarem, passei em segundo lugar geral no estado, fui aprovada em medicina na ufpa e em outras faculdades de outros estados, todas no curso de medicina. Pq eu escolhi aqui? Pelo potencial de conhecimento que eu pude adquirir, pq sem outra faculdade nesta cidade, a demanda de casos que pude ver foi dedicada apenas para os alunos desta universidade, alem dos nossos professores terem se dedicado exclusivamente ao nosso ensino e ao trabalho nos hospitais. Um curso que tem como política pedagógica o PBL simplesmente traz muito mais oportunidade de aprendizado do que qualquermoutro tradicional, pois desde o inicio instiga o aluno ao raciocínio medico, tão logo chegue dentro da academia. Vim para ca, e por esta cidade me apaixonei. Se tiver residência de clinica medica, daqui não saio. Mas se não, vou me especializar e depois volto, pq acho que aqui tbm merece meu aprimoramento. E que eu me lembre, mesmo que eu não quisese voltar, a liberdade é um direito que me assiste. E antes de criticar o curso, simplesmente compare a grade curricular deste com qualquer outro curso, pq medico ruim, se forma em qualquer lugar, aqui ou na uso, assim como o bom medico. O que faz a Universidade é o aluno. Abaços

  • Fascinante a proposta do Evaldo Viana.
    Ficam, porém, os seguintes questionamentos, Evaldo:
    1) Esses alunos de escola pública, com sua carga horária habitualmente prejudicada em função de greves, conseguiriam assimilar o conteúdo programático de uma faculdade de medicina?
    Observe que não estou questionando a capacidade do alunado, mas a qualidade do ensino base que estão recebendo.
    2) Caso haja a reserva de cotas, esses alumos atingiriam pontuação necessária para passarem no vestibular de medicina?
    3) Uma vez formados, por acaso esses alunos não seriam, da mesma forma, obrigados a deixar Santarém em busca de fazerem residência médica ou doutorado em grandes centros especializados, no caso, SP ou RJ?
    4) após conclusão do seu curso de medicina, esses alunos que entrariam na faculdade através de cotas, por acaso, mas só por acaso, aceitariam trabalhar por qualquer salário? Afinal, o problema não está no quanto recebe um médico, mas o quanto as prefeituras estão se propondo a pagar.
    5) Demagogias a parte, Evaldo, se fosse vc formando-se agora, no auge dos seus 24 ou 25 anos de idade… Ao sair da faculdade, iria se candidatar a médico (sem preconceito, apenas citando o mesmo local que você citou) na cidade de Aveiros?

    PARABÉNS aos formandos!!! Sucesso em sua carreira profissional e que a ética, a sabedoria e a misericórdia nunca se afaste de seus corações.

    1. Dr. Junior Chaves,

      Muito agradecido pelas perguntas a mim dirigidas e pela oportunidade de expor com mais clareza minha proposta a cerca da premente e inadiável necessidade que a nossa região tem de, via adoção da regionalização de cotas ofertadas pela faculdade de medicina do Campus de Santarém, reduzir o déficit de médicos nos municípios da região do Tapajós (em sentido amplo.
      Inicialmente, se o Dr. Me permitir, gostaria de contar uma breve história/testemunho, que, por coincidência, tem esse humilde escrivinhador como, digamos, protagonista.
      Quando me entendi por gente (com 14 ou 15 anos), residindo em Alenquer, que à época contava com pouco mais de 50 mil habitantes, descobri que a minha cidade contava com apenas seis médicos e se falava muito que aquele número era insuficiente para atender, mesmo que de forma precária, à população alenquerense.
      Por essa época, decidi que prestaria vestibular para medicina, mas ao meu propósito logo começaram a levantar-se intimidadoras muralhas a desafiar as pretensões de um jovem humilde, que não contava com absolutamente nada a lhe estimular, além da vontade.
      Após concluir o 2º ano do 2º grau, decidi ir para Manaus onde prestei vestibular para medicina na UFAM e, ( perdoe-me a gabolice, pois necessária para mostrar a uns tantos cretinos apressados que fingem acreditar que só defendem o regime de cotas os retardatários com déficit neuronal) passei em 3º lugar disputando 80 vagas com mais de 1.700 candidatos.
      Cursei a faculdade de medicina por quatro anos, tempo que levei para convencer-me do meu desencanto e desvocacionamento com a medicina e também para conhecer e descobrir um pouco as motivações de meus colegas para seguir a profissão de Hipócrates.
      Uma descoberta foi sobre a qualidade de ensino: péssima, sofrível.
      Quanto às motivações para cursar medicina, pertencíamos a três grupos: 1) Os vocacionados; 2) os que buscavam status e escolheram a profissão para se associarem aos pais nos seus consultórios e 3) os que pretendiam fazer fortuna, mesmo a custa de muito trabalho ( 16 horas/dia de labuta).

      O primeiro grupo era minoritário. (Não consegui identificar meia dúzia entre meus 79 colegas de faculdade).
      Agora vamos ás suas perguntas:
      1) Se os alunos cotistas conseguiriam assimilar o conteúdo curricular em razão das constantes greves? Imagino que você seja um dos formandos da 1ª turma e deve ter enfrentado as greves a que alude. Ora, se você conseguiu aprender e apreender os conhecimentos da grade curricular, por que então o cotista não aprenderia? Ou vocêe se acha melhor do que os nossos irmãos nortistas?
      2) Pela minha proposta, inspirada na sistemática da universidade estadual do |Amazonas, se o número de vagas de um determinado grupo (proponho reserva na reserva, ou seja, cotas para a região do Xingu, Tapajós e Baixo Amazonas, segundo o critério populacional) não se completar em razão do não atingimento da pontuação mínima, as vagas remanescentes serão ocupadas pelo grupo seguinte.
      3) È possível que os médicos formados em função do sistema de cotas migrem, sim, para outros centros a fim de especializar-se ou fazer residência, mas o vínculo afetivo com a sua terra certamente será um poderoso ímã a atrai-lo de volta, à exemplo do que ocorreu em Alenquer onde metade dos médicos nasceram no município.
      4) O equívoco dos que se posicionam contra a adoção das cotas regionais é o pensamento focado e centrado no próprio umbigo, á semelhança do que pensa o Dr. Telmo Moreira, que elege como o centro do problema a figura do médico. A proposta visa a diminuir a carência de médicos na região. Confesso que não tenho a menor, a mais longínqua preocupação com a figura do médico. Quero, sim, que eles estejam presentes em número suficiente em Alenquer, Santarém, Óbidos, Prainha, Jacareacanga e nos demais municípios da região. Mas que ao médico seja pago, sim, um bom salário, entre 15 a 20 mil por oito horas de trabalho e não três ou quatro mil por 20 minutos diários como freqüentemente acontece com algumas figuras que tem um contrato de quatro horas/dia e sequer esquenta a cadeira por meia hora.
      5) E para responder à 5ª pergunta, retomo o que disse no início; decidi fazer medicina para retornar a Alenquer e realizar e exercitar a maior ambição que tenho: a de ser útil. Isso é demagogia? Não. É puro egoísmo. Querer o melhor pra minha cidade, pra minha região. Se não conseguiste entender, fique com o pensamento de Frederico Wernek, que bem explica esse estado de espírito:

      “Quase diria, se não fosse o pudor de parecer exagerado, que o principal sintoma de estar vivo é ser útil. Mas ser útil, é uma obra que exige paixão. Até porque, no meu entender, o amor ao próximo é a mais alta forma, a mais requintada, do amor próprio; é o máximo de perfeição que o egoísmo pode chegar”.

      1. Prezado Evaldo Viana,

        Honroso o seu testemunho. Pena haver desistido em função da falta de qualidade do ensino à sua época. Poderias ter se engajado à luta por melhor qualidade.
        Bem provável que hoje, tais dificuldades persistam pir lá, e por cá, imagina-se o quanto mais, valendo-se do fato de que este curso é complexo.
        Quanto ao mais, agradeço ao tratamento por Dr.
        Mamãe muito quis, mas fui teimoso (risos) .
        Será um grande prazer recebê-lo em nosso restaurante, Temaki Jr.
        Cordial e sincero abraço!

        Junior Chaves

  • Estimado Jeso, gostaria de fazer um pequeno comentário a respeito das declarações da Reitora da UEPA a Sra Marilia Brasil Xavier, e da Coordenadora do Campos da UEPA em Santarém a Sra Rosineide Bentes sobre a Formatura da primeira turma de Medicina do Oeste do Pará.
    .
    “Só assim conseguiremos reduzir indicadores de saúde insatisfatórios do nosso Estado”
    ” Isso consolida o propósito do curso e já vai diminuir a carência de médicos nos municípios do oeste do Estado.”
    .
    Infelizmente Sra. Reitora e Sra. Coordenadora, vocês estão EQUIVOCADAS. Não é dessa forma (aumentando o numero de médicos) que vamos reduzir os péssimos indicadores de saúde do nosso estado. O aumento do numero de vagas dos cursos de medicina, ou a criação de mais de cursos não resolve os entraves da saúde publica deste pais, já que o problema esta na INFRA-ESTRUTURA PRECÁRIA NO SUS como por exemplo a falta de leitos nos hospitais, a carência de medicamentos nas unidades de saúde, os laboratório defasados , e sucateamentos das Urgências. Nossas emergências estão lotadas, mas não é pela falta de médicos, mas sim pela pouca valorização e incentivo de profissionais na atenção básica, causando o afastamento do médico dessa modalidade de atendimento e obrigando o usuário do SUS a implorar atendimento nas já precárias emergências.
    Entenda que a ausência do médico no interior é resultado de uma política pública pouco atraente, sem a criação de um plano de carreira, que concentra o profissional nas capitais, como acontece hoje no Pará, estado que possui mais de 6.300 médicos, mas apenas pouco mais de 150 fixam residência em Santarém (2ª ou 3ª maior cidade do estado). Precisamos fortalecer o SUS, pagando de forma justa os médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e todos os profissionais que atuam na atenção básica. É essencial estruturar a Estratégia de Saúde da família através da implantação de uma rede básica com condições mínimas de funcionamento, onde possamos ter laboratórios equipados, medicamentos de qualidade na farmácia básica, melhorando o Espaço Odontológico e fortalecendo os programas de atendimento do ministério da Saúde. Assim sra Reitora e Sra Coordenadora, vamos mudar DE VERDADE os índices de saúde do nosso estado, atraindo e fixando o médico e outros profissionais nos municípios mais interioranos do Pará.

  • Caríssimo e Amigo Dr.Telmo, comungo com sua idéia! Acho que reserva de vaga é um atestado de incompetência àqueles a quem as vagas são destinadas e uma nivelação do ensino acadêmico por baixo. Também advogo em causa própria quando defendo que o profissional deve se estabelecer onde lhe for mais agradável, financeiramente ou emocionalmente ou os dois juntos. Já pensou se os profissionais de curso superior fossem obrigados a trabalhar nos estados onde se formaram? Perderia a oportunidade de ter Dra. Nádia e Dr. Telmo como amigos. Também, a considerar o número de conterrâneos que se formam em outros estados e voltam para o Pará e especificamente para Santarém, teríamos prejuízo nessa matemática. Assim, eu particularmente pelo ganho de amizade que cito, como no geral, todo nosso povo perderia. Quanto ao preço da consulta isso não é um privilégio de Santarém. No Rio uma consulta médica sai na faixa de R$400,00. Parabéns aos formandos e que Deus abençoe suas mãos e mentes no trato com os pacientes e coloque doçura e muito amor, pois todos os remédios que a ciência já desenvolveu nenhum se compara a estes dois. TAPAJOARAMENTE,

  • Ratifico que acompanho o pequeno mas grande homem: TELMO .
    Parabéns e muito sucesso aos FORmandos , Deus acompanhe cada um de vcs seja aqui em Santarém-PA, seja no Rio de Janeiro , seja no Canadá ou na China, enfim, em qualquer lugar sejam EXCELENTES PROFISSIONAIS, SE DEDIQUEM LOGO SERÃO UM SUCESSO AOS OLHOS SAGRADOS DE DEUS.

    E VIVA O JATENE!!!!!!!!!!!!!!!!!

    1. Gostei CRI-CRI! Todos somos filhos de Deus, não importa a cor, descendência, nacionalidade ou seja lá o que for. Que sejam médicos cujas fronteiras sejam marcadas unicamente pelo amor de servir e que levem seus préstimos aonde o coração chegar como uma mensagem de amor de Santarém.TAPAJOARAMENTE,

    2. Para o Jatene, NÃO e Não!
      VIVA O FUTURO ESTADO DO TAPAJÓS!
      (que aliás o Jatene ajudou a impedir a sua criação já)

      1. OK seu Pedro! As portas da minha casa estão escancaradas para o JATENE e , nosso Estado do Tapajós vai sair SIM e Sim, daqui a um tempo ou daquia a 50 anos , isso vai DEPENDER 95% DE NOSSA ATITUDE COM OS NOSSOS IRMÃOS PARAENSES.
        Bando de abestado esqueceram q/ quem quer pegar a galinha ou o galo não diz xô!! Mulas quadradas q/ insistem em ir na corda de gente diabólica que quer TUDO SO P/ SI E P/ OS SEUS ,O RESTO Q/ SE EXPLODA, não é mesmo bando de anta !!!
        Quem chegou aqui em Santarém nu com a mão no bolso e, entrou p/ política local e ficou rico do dia p/ noite enrolando e enganando os imbecis q/ se acham espertos daqui??????
        Qual o deputado federal q/ tinha um vida classe média antes de entrar p/ política e hoje tem um império pq desviou dinheiro do Fundef e etc e etc e tal??
        PIOR CEGO É O Q/ INSISTE EM NÃO ENCHERGAR!!!!!
        BANDO DE MULA SEM CABEÇA!!! ABRAM OS OLHOS DO RESTO DO CORPO SE NÃO VAI CONTINUAR SANTARÉM-PA PELO MENOS UNS 50 ANOS!!!!!

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