Depois de Belém e Ananindeua, Santarém é o terceiro maior colégio eleitoral do Pará e promete mais uma disputa emocionante, a exemplo do que foi a anterior, a de 2020, entre Nélio Aguiar e Maria do Carmo.
Preocupado com a disputa na importante cidade, o governador Helder Barbalho (MDB) teria dito ao atual prefeito e sua principal oponente, do PT, que lidera as pesquisas, que eles têm que se unir para impedir a vitória das forças de direita. Vale lembrar que a disputa pela Prefeitura em Santarém tem segundo turno.
A deputada Maria do Carmo desponta novamente nas pesquisas como primeira colocada. Mas tem dito a amigos que não deseja ser candidata, só em último caso. Se isso se confirmar e mesmo assim o PT decidir lançar candidato, o nome mais provável é do deputado federal Airton Faleiro.
Governista
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Nas hostes governistas, o prefeito Nélio Aguiar, que não pode mais se reeleger, já sinalizou que o nome do ex-vice-prefeito e ex-deputado estadual José Maria Tapajós (PP) tem sua simpatia para liderar o bloco governista, apesar de enfrentar problemas de saúde.
Com as chuteiras calçadas, no banco de reservas, prontos para entrar em campo, estão, entre outros, o deputado federal Henderson Pinto (MDB) e o vereador licenciado Ronan Liberal (MDB). Ambos podendo ser candidatos apoiados pelo prefeito e o governador.
- Leia também de João Salame: Os polos políticos para sucessão de Helder em 2026.
Em Santarém, as forças de direita mostraram sua força nas últimas eleições gerais. Jair Bolsonaro (PL) teve 92.736 votos contra 78.380 de Lula. Mario Couto (PL) foi o senador mais votado com 50.316 votos. Em segundo lugar ficou o Delegado Jardel (Podemos), com 47.193, e só depois o senador eleito, Beto Faro (PT), com 45.713 votos.
Expoente
Dos possíveis candidatos a prefeito pela oposição, reunindo essas forças de direita, desponta o vereador JK do Povo (PSDB), que tirou 24.932 votos para deputado estadual, sendo superado no município apenas pela esposa do prefeito, Celsa Aguiar (MDB), que emplacou 26.076 votos.
O irônico em toda essa história é que JK, que pode reunir essas forças de direita, já foi filiado ao PDT e presidente do PCdoB em Santarém. Um político que tem pedigree. É filho do ex-prefeito Ronaldo Campos.
A disputa em Santarém, por sua importância, passa a ser fundamental no tabuleiro de xadrez rumo a sucessão estadual. Por isso, Helder Barbalho insiste na aliança entre MDB e PT. Já o prefeito de Ananindeua, Daniel Santos (MDB), articula apoio ao vereador JK do Povo. Tem tudo pra ser emocionante.
A direita se articula fortemente em toda essa região. Em Itaituba, o deputado estadual Wescley Tomaz (PSC) se destaca na disputa pela prefeitura. O farmacêutico José Filho (PP) larga na frente em Rurópolis.
O jogo vai ser pesado.

João Salame
É jornalista, ex-deputado estadual, ex-prefeito de Marabá, onde nasceu. Tem 61 anos e é o editor-chefe do site Opinião em Pauta, onde o artigo acima foi publicado originalmente. Ele pode ser encontrado também no…
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O quadro sucessório está difícil! O eleitor vai ficar para escolher a mesmice, seja de direita ou de esquerda!
Problema vejo não é que nao deixam novas lideranças crescerem e nem surgirem .Tem um pessoal antigo mantém radicalismo, e nao se abrem aos entendimentos e ficam como donos, preciso mais clareza local e abertura,não pra corruptos .
Maria….
Sou mais Maria
Não vamos aceitar em Santarém esse atraso chamado extrema direita representada na pessoa do JK que de povo só tem o apelido.
Espero, sinceramente, que o PT e a esquerda tomem juízo e comecem a planejar a renovação dos seus quadros. Seja no plano estadual ou no plano local, especialmente a nível de Oeste do Pará, onde alguns nomes já estão calejados. Torço para que surjam novas lideranças, capazes de fazer frente ao cipoalismo (hoje representado pelo Henderson Pinto), ao bolsonarismo (representado pelo JK e pelo próprio cipoalismo) e aos velhos caciques da capital. Nomes como o de Auricélia Arapiun, líder indígena e estudante universitária e tantos outros que estão por aí a espera de uma oportunidade.