
Prefeito Tião Miranda (PSD) acusando o golpe da queda de arrecadação dos municípios. A interlocutores tem dito que a diminuição de receita afeta a capacidade de investimento da Prefeitura de Marabá.
O seu projeto de construir uma nova ponte sobre o rio Tocantins, de alto custo, tensionou ainda mais os cofres públicos diante desse quadro.
Os royalties, ICMS e FPM tem acusado baixas significativas, ao passo que o funcionalismo não dá trégua na reivindicação por melhorias salariais. Uma equação que tem tirado o seu sono.
Já se viu esse filme
— ARTIGOS RELACIONADOS
Como em eleições anteriores, Tião Miranda pode repetir o roteiro de um filme já conhecido. Se o cenário não mudar, na reta final do seu governo vai procurar fechar as contas e brecar quaisquer pressões por gastos excessivos em período eleitoral.
Nada de colocar a máquina em campanha. No máximo vai usar seu prestígio para pedir votos para seu candidato à sucessão, provavelmente o seu vice, Luciano Dias, que já enfrenta as dificuldades naturais de ser um técnico que vai enfrentar as urnas pela primeira vez. Um baita desafio.
- Leia também de João Salame: O nome do MDB a prefeito de Santarém e os 3 cenários avaliados pelo PT.
Grandes municípios não conseguem tocar grandes obras sem financiamento. É o caso de Belém, Ananindeua, além do próprio Governo do Estado. Marabá não é diferente.
O município teve crescimento desordenado nas últimas décadas, sobretudo após a explosão humana verificada com a construção da rodovia Transamazônica e a implantação do garimpo de Serra Pelada.
Ocupações urbanas explodiram na cidade, gerando demandas por saneamento, pavimentação, mobilidade urbana, escolas e unidades de saúde. Mas a oposição se aproveita do momento de crise para criticar esses empréstimos.
Capacidade de financiamento
A oposição critica um empréstimo de 70 milhões de reais feito por Tião Miranda para construir uma ponte sobre o rio Itacaiúnas, fundamental para melhorar o trânsito da cidade, e outro de 40 milhões de reais que está no forno para investimento em infraestrutura.
Até mesmo uma operação com juros favoráveis e prazo de pagamento em 360 meses, de 52 milhões de reais, feito na administração João Salame, para pavimentação de ruas, que melhorou em muito os bairros da cidade, está sendo criticada. Empréstimos que só são liberados, evidentemente, porque o município tem capacidade de pagamento. A política é para quem tem estômago!
Sonegação
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada pela Câmara Municipal de Marabá para apurar a atuação da Companhia Vale no município terá seus trabalhos finalizados no próximo dia 18.
Mas já se sabe que uma das conclusões é que a Vale teria sonegado cerca de 400 milhões de reais em impostos, num período de dez anos, em virtude da exploração do ouro que sai agregado ao cobre no projeto da Mina do Salobo.
Os vereadores farão uma reunião com o prefeito Tião Miranda e executivos da empresa para debater uma solução para esse tema. A CPI é presidida pelo vereador Ilker Moraes (Podemos) e tem como relator o vereador Marcelo Alves (PT).

João Salame
É jornalista, ex-deputado estadual, ex-prefeito de Marabá, onde nasceu. Tem 61 anos e é o editor-chefe do site Opinião em Pauta, onde o artigo acima foi publicado originalmente. Ele pode ser encontrado também no…
— O JC também está no Telegram. Siga-nos e leia notícias, veja vídeos e muito mais.
Deixe um comentário