
Vivemos um momento em que o coronavírus é unanimidade. Flamengo, Lava Jato, água da Cedae, queimada na Amazônia, Concílio no Vaticano, tudo perdeu o interesse e só se fala no dito vírus.
É uma preocupação geral e pouquíssimos estabelecimentos funcionam. Shoppings fechados, praias desertas, trânsito reduzido – tanto de pessoas quanto de automóveis -, prédios em silêncio, áreas de lazer fechadas, as pessoas se evitam.

Há uma tristeza pairando no ar, uma sensação de “não sei o que fazer”.
Novos costumes e formas de combate ao inimigo comum, o coronavírus, são repetidas à exaustão: sapatos deixados no tapete do lado de fora; água, sabão e álcool gel nas mãos a toda hora; sol na varanda e caminhadas nas ruas preferencialmente em horários desertos.
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O Rio parece uma cidade fantasma!
Nos meus 49 anos já vivenciei alagamentos, queda de viaduto, deslizamentos, briga de gangues e nunca vi o Rio tão triste e abatido. O carioca que faz piada de tudo, até de desgraça, desta vez perdeu o gosto pelo riso.
As pessoas não conversam, não há mais abraço, não há finais de semana, não há almoço em família.
Mercadores do pânico, a desgraça entra nas casas pelas antenas de TV, com o maior estardalhaço que for possível. A cobertura se resume a isso e com a desculpa de melhor informar a população, horários de jornais foram alongados.
Há uma sensação de inimigo oculto, sem rosto e sem corpo, que não se sabe onde está e nem de que lado atacará.
Mas tudo tem um propósito e dentro desta visão, penso que o Criador está dando uma chacoalhada geral no que foi criado para ser “a morada do sopro de Deus”, esquecido ou relegado a um segundo plano.
O carnaval e o completo desrespeito com o divino foi a gota d’água e, de deslize em deslize, chegamos ao fundo do poço!
A vida passou a ser compartilhada à distância – metro e meio no mínimo -, um abraço virou perigo, o aperto de mão risco de vida. Doentes são isolados e carinho não mais é remédio. Velhos são apartados da família.
Então o Criador decidiu: “minha morada” precisa ser rearrumada.
Vocês sabem aquele dia que do nada a gente resolve rearrumar a nossa casa e, lá pelas tantas, está com tudo fora do lugar?
De repente o sofá está num canto, as cadeiras e a sala de jantar noutro, a coisa está toda desarrumada que você olha e diz: meu Deus do céu! E agora o que eu vou fazer?
Não há volta!
E de repente você coloca o sofá pra cá, as cadeiras pra lá, a cama mais pra lá e ao final dessa rearrumação você percebe que a casa ficou mais bonita, mais aconchegante, mais gostosa de morar e é esta comparação que faço com o momento que vivemos.
Nossa porção divina cobrou o desleixo, o esquecimento, o isolamento que nos impusemos e agora estamos vivendo esse momento de rearrumação.
Assim, meio que do nada, começou uma rearrumação para tirar as coisas que estavam acomodadas, mas há ainda muita coisa para ser mudada de lugar.
Esse isolamento internético que vivíamos por opção e que neste momento é obrigatório, está nos fazendo ver como precisamos um do outro.
Que saudade de abraçar aquele velho amigo, irmão em Cristo, com o qual cruzava e dava um simples aceno de mão, ocupado que estava ao celular!
Que saudade de cumprimentar o vizinho, de cumprimentar o gari, de cumprimentar o feirante, a caixa do supermercado!
As pessoas que não se falavam mais, não conversavam mais, não se abraçavam mais, andavam que nem malucas olhando compulsivamente a telinha sem olhar por onde iam e dirigiam carro, moto, falando ao celular, hoje sentem a falta que faz um abraço.
Mas há luz no final do túnel e já começa a brilhar!
No final dessa rearrumação a “morada” estará mais bonita e nós estaremos mais próximos da nossa conceituação espiritual, “Feitos à imagem e como semelhança de Deus”.
Tudo tem um propósito e tudo está nos planos de Deus. Tudo, por mais absurdo que pareça, tem um lado bom, mesmo que às vezes não seja tão fácil enxergar. Nenhuma folha cai de uma árvore sem que seja do conhecimento e permissão d’Ele.
Passada essa rearrumação teremos um mundo mais humano, mais participativo e seremos mais cuidadosos com tudo que Deus criou e colocou à nossa disposição para sermos felizes.
A estrada está aí! Vamos dar as mãos e feliz tempo novo!
— * É advogado e economista santareno residente no Rio de Janeiro. Escreve regularmente neste blog.
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“Passada essa rearrumação teremos um mundo mais humano, mais participativo e seremos mais cuidadosos com tudo que Deus criou e colocou à nossa disposição para sermos felizes”.
Você acredita realmente nisso ou é uma aposta sua?
Grandes filósofos escreveram que vivíamos num “estado de natureza”, no qual imperava o conflito, a ganância, o salve-se quem puder. Numa tentativa de mudar esse “estado”, aderimos ao que hoje se convencionou chamar “sociedade” por força de um “contrato social”, achando que alcançariamos o “estado da arte”, como seres humanos.
Ocorre, que esse “contrato social” vem sendo deturpado desde o início porque é da natureza humana tudo deturpar. Quem bem observa consegue perceber que, todo santo dia, o ser humano inventa um esquema para “rescindir” esse “contrato social”. Ainda vivemos, por meio de velhas e novas formas, no “estado de natureza” e dificilmente sairemos dele. Quando localizamos o que chamamos “ser humano” na linha da evolução histórica, constatamos que ainda tendemos mais para o macaco do que para o ser civilizado que a gente acha que é.
“Passada essa rearrumação teremos um mundo mais humano, mais participativo e seremos mais cuidadosos com tudo que Deus criou e colocou à nossa disposição para sermos felizes”.
Você acredita realmente nisso ou é uma aposta sua?
Grandes filósofos escreveram que vivíamos num “estado de natureza”, no qual imperava o conflito, a ganância, o salve-se quem puder. Numa tentativa de mudar esse “estado”, aderimos ao que hoje se convencionou chamar “sociedade” por força de um “contrato social”, achando que alcançariamos o “estado da arte”, como seres humanos.
Ocorre, que esse “contrato social” vem sendo deturpado desde o início porque é da natureza humana tudo deturpar. Quem bem observa consegue perceber que, todo santo dia, o ser humano inventa um esquema para “rescindir” esse “contrato social”. Ainda vivemos, por meio de velhas e novas formas, no “estado de natureza” e dificilmente sairemos dele. Quando localizamos o que chamamos “ser humano” na linha da evolução histórica, constatamos que ainda tendemos mais para o macaco do que para o ser civilizado que a gente acha que é.
Helvécio meu Amigo do Colegio Dom Amando, são palavras sábias das quais comungo 100%
O seu atual Rio de Janeiro passa por momentos muito difíceis, enquanto nosso Rio Tapajós nos dá ainda uma tranquilidade e padrão de vida invejável!
Com um grande abraço!
Culpar o Carnaval pela pandemia??? A China, Itália, França, o EUA, nesses países não tem Carnaval, e até o momento são os mais afetados.
Carnaval é desrespeito mas pastores fazendo arminha com a mão dentro da Igreja não? O número de mortes aumenta exponencialmente e a culpa é dos meios de comunicação por divulgar? Temos a ciência de um lado e falastrões de outro. O grande problema é que temos um presidente incompetente, que só pensa em reeleição e nos filhos paranóicos e por isso não consegue unir esforços com todos para combater este inimigo. Isso que dá votar em pessoas despreparadas. O Povo é que sofre.
Muito bom o artigo, bem fundamentado e reflexivo.