Santarém (PA) pode voltar a ser comandada por um militar, a partir de janeiro de 2021 — 52 anos após o cargo de prefeito ser ocupado por um capitão, escalado como interventor pela ditadura militar após o município ser incluído em “área de segurança nacional”.
Desta vez, diferente do ex-prefeito Elmano de Moura Melo, os oficiais aposentados da PM Anderson Mardock e Héldson Tomásio podem dirigir o Palácio Jarbas Passarinho (outro militar) pelo voto direto da população.
Os dois são pré-candidatos a prefeito pelo PSL e Patriota, respectivamente. Como Elmano Melo em 1969, Mardock e Tomásio são estreante na política. E tentam tirar proveito da onda conversadora, anti-PT e de direita que inundou o país em 2018 com a eleição de Bolsonaro.
Residente em Belém, o capitão Elmano de Moura Melo foi o primeiro prefeito interventor de Santarém, numa linhagem de ocupantes do cargo sem o respaldo das urnas.
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E que teve como sucessores Everaldo Martins, Osvaldo Aliverti, Paulo Imbiriba Lisboa, Antônio Guerreiro Guimarães, Ronan Liberal e, por fim, Adelerme Cavalcante.
Essa era de interventores começou no dia 21 de setembro de 1969, quando o então governo militar, através do Decreto-Lei 866, incluiu Santarém como “Área de Segurança Nacional” (ASN).
As cidades relacionadas nessa lista passaram a ser regidas pela “Doutrina de Segurança Nacional”, em que os princípios constitucionais e a legislação civil foram ignorados.
Um dos causadores da inclusão de Santarém como “ASN” foi a vitória, em 1966, do candidato do MDB Elias Ribeiro Pinto sobre o da Arena, Ubaldo Corrêa, nas eleições para prefeito.
Em 1985, o decreto lei que oficializou a intervenção foi revogado. Em novembro de 1985 foi realizada novamente eleição para prefeito, sangrando-se vencedor o então deputado federal Ronaldo Campos.
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É estúpido avaliarmos candidaturas pela origem profissional militar dos candidatos. Se temos exemplos de honestidade e retidão de caráter nas corporações militares, temos também milhares de exemplos de corrupção, abuso de autoridade e agressões ao Estado Democrático de Direito, nas mesmas corporações Brasil afora.
O que importa são as propostas de governo, sua viabilidade e a capacidade de gestão/execução do candidato a Prefeito. Parte da sociedade vem fazendo confusão entre gestão pública e gestão de quartel.
Política exige habilidade na gestão dos mais variados interesses e capacidade de convencimento. É a arte de fazer convergir reivindicações diversas e conflitantes em prol de um objetivo maior, de interesse da coletividade, a mais abrangente possível. Não me parece ser essa uma característica de comandantes militares.
O problema da política não é a falta de autoridade, isso é papel das instituições militares, que devem exercer o controle social dentro das regras estabelecidas pela Constituição, Código Penal e Militar.
O grande infortúnio da política, produzido por seus agentes desonestos, é a falta de credibilidade e a dependência do dinheiro para promover campanhas viciadas. E dos gestores, é a falta de sensibilidade política para identificar prioridades e as fragilidades do tecido social.
O Estado deve realizar políticas que promovam o desenvolvimento econômico. Mas também ter como prioridade políticas que gerem oportunidades de inclusão como acesso a moradia, educação de qualidade, segurança alimentar e difusão de bens culturais para a grande maioria da população, hoje, à margem e cada dia mais exposta a barbárie e a manipulação religiosa, um grande negócio, fora do controle do Estado.
Elmano e outros interventores foram grandes gestores, esses outros são seguidores da seita de malucos
De ex- militar maluco, psicopata, sem noção, mentiroso, miliciano, já bastam as “cagadas” diárias que o BozoNero e os aloprados malucos que o cercam, protagonizam diariamente.
Coronel Tomaso, nesse cidadão eu confio pra por ordem na casa e romper com a velha política. Melhor ainda, de forma democrática 🙌🏻🇧🇷
Esse Mardock pode ser prefeito do estábulo. O cara é a personificação da arrogância. Tomaso eu não conheço. Que Deus livre Santarém de aventureiros
Concordo que devemos fazer uma ruptura total com o que vem se apresentando ha anos em nossa cidade e eleger um militar, hoje é a melhor opção, um candidado vindo de uma corporação bem vista aos olhos dos civis. O povo clama por ordem, por competência e por honestidade na administração pública. Eu sigo um ciclo de confiança no momento, e por isso também tenho preferência pelo pré candidato Coronel Tomaso. Espero ter mais candidatos militares para outros cargos.
Meu apoio total é ao Coronel Tomaso . Homem de caráter reto e idôneo.
Tive o privilégio de conhecer ambos militares, Tomaso e Mardock, pessoas de grande competência pelos quais tenho grande respeito e apreço. Santarém merece não uma intervenção, mas uma ruptura na alternância já conhecida entre os mesmos grupos políticos tradicionais. Declaro minha preferência ao Coronel Tomaso, na torcida por uma dobradinha com o Mardock. Uma nova oportunidade para Santarém!