No AM, pastor faz campanha em culto. “Nosso deputado precisa de 50 mil votos”

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No AM, pastor faz campanha em culto.
Silas Câmara, deputado federal do AM: aliado de Bolsonaro na Câmara. Foto: Reprodução

O pastor e vice-presidente da Igreja Assembleia de Deus no Amazonas, Moisés Melo, pediu, durante culto no sábado, o voto de fiéis para o deputado federal Silas Câmara (Republicanos-AM), para o irmão dele, coronel Dan Câmara, e para Joelson Silva, pré-candidato à Assembleia Legislativa.

A Lei 9.504/97 proíbe propaganda em templos religiosos no Brasil, e resolução do TSE impede propaganda eleitoral no período da pré-campanha, segundo revelou O Globo.

Na quarta-feira, o Comitê Amazonas de Combate à Corrupção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AM) pediu que o crime fosse investigado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE). 

“O nosso deputado Silas precisa, em Manaus, de pelo menos 50 mil votos. Mas nós podemos chegar a dar 80 mil se nós quisermos, ou até mais. Os homens creem assim, amém? Em Manaus, fora o interior do Estado”, pediu o pastor em pregação que foi transmitida ao vivo pelo canal de televisão Rede Boas Novas (RBN), que pertence ao pastor Samuel Câmara, irmão de Silas e Dan.

Em relação aos candidatos a deputado estadual, o pastor também disse que a eleição seria uma graça divina.

“Os nossos queridos Dan e Joelson, só Manaus pode elegê-los, o que vier do interior será uma bênção”, disparou.

Em culto fechado para apenas homens, o pastor diz que o quórum de cerca de três mil fiéis pode contribuir nas disputas eleitorais.

“Quantos creem que isso é possível, queridos, diga ‘Glória à Deus’. Agora se você levanta a mão, e se você abre a boca e se isso não é realmente algo verdadeiro, você não é homem de verdade”, afirmou.

Silas Câmara é um dos maiores apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso. Em março de 2020, o deputado que era presidente da Frente Parlamentar Evangélica foi o principal apoiador da reabertura dos templos.

“Cremos que a fé é uma grande aliada neste grave momento da Nação, por isso não podemos limitá-la”, escreveu em nota.

O parlamentar em exercício e que busca a eleição já foi acusado e julgado pelo STF em um processo de 2003 por esquema de Rachadinha — suspeita de embolsar parte dos salários de seus funcionários na Câmara.

Os ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin votaram a favor da condenação a 5 anos e 3 meses de prisão, perda de mandato e devolução de 248 mil reais.  O julgamento foi suspenso por Kássio Nunes Marques, nome escolhido por Bolsonaro que pediu pediu vistas do processo.

Em fevereiro deste ano, o ministro Luiz Fux, presidente do Supremo, retirou a retomada da pauta.

Com informações de O Globo


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