As inúmeras denúncias de irregularidades que recaem sobre a atual gestão municipal em Almeirim (PA) também revelam um racha entre a prefeita Lúcia do Líder (MDB) e seu vice Karol Sarges (PTB). A parceria entre os 2, eleitos em 2020 com mais de 6 mil votos, parece não estar nos seus melhores dias.
É o que fica patente na defesa do vice-prefeito enviada ao Ministério Público do Pará (MPPA) sobre o inquérito civil que investiga possíveis gastos irregulares na aquisição de combustível, documento ao qual, o portal JC teve acesso.
Nele, Karol Sarges alega não ter nenhuma gerência sobre aquisição de combustíveis questionados pelo MP, e ainda reforça que a ordenação de despesas fica exclusivamente a cargo da prefeita e que desde o início da gestão, e janeiro de 2020, não participa dos processos licitatórios.
“Pois bem Excelência, a gerência administrativa não recai sobre o Vice Prefeito, que tão pouco participou da elaboração de Edital, assinatura de contrato, conversas com empresários, datas, MUITO MENOS TRÁFICO DE INFLUÊNCIA(…) Desde o início da gestão não me fora dado TOLKEN, acesso de Contas, acesso bancário nas agências, TÃO POUCO GERÊNCIA DE PROCESSOS LICITATÓRIOS. Logo, importa saber que qualquer transação efetivada, concluída ou etc, ou se dar pela Gestora [Lúcia do Líder] ou se dar por alguém de sua confiança, que no caso não é o Vice-Prefeito.”, destaca Karol Sarges em um trecho do documento.
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Ele lembra como teve acesso ao combustível e de que forma foi utilizado pelo seu gabinete, que chegou a receber uma cota de 1 mil litros por mês. A retirada era dada através de notas devidamente assinadas, as quais iam sendo usadas conforme necessidade e que foram suspensas, segundo ele, por ordem da própria prefeita.
“Contudo também cabe esclarecer ao MP que este Vice Prefeito NÃO É ORDENADOR DE DESPESA tão pouco comete tráfico de influência, vez que a principal ordenadora despesa me mantém distante de suas atividades e gabinete, a exemplo de ataques em cadeia nas redes sociais (…) Ainda, ao que pese a PETROGÁS ter tido seu pai como sócio fundador entre eles não há qualquer nexo na relação que investiga o caso”, descreve o vice.
Os gastos com combustíveis da Prefeitura de Almeirim, que chegaram a R$ 4,5 milhões, chamou a atenção do Ministério Público do Pará, que abriu um inquérito para apurar o caso.
Os supostos envolvidos no novo escândalo político da cidade foram notificados pelo MP sobre a abertura do inquérito, entre eles a prefeita e o vice-prefeito.
Ao todo, foram expedidas 9 notificações por prática de suposto danos ao erário do município por conta do contrato fechado entre a prefeitura e a Petrogas Comércio Ltda., fornecedora de combustível desde o início da atual gestão.
Karol Sarges é filho do ex-vereador Cleto Caldeira, que não está mais à frente dos negócios, mas foi um dos fundadores da empresa. Os recursos pagos à Petrogas seriam oriundos de verbas federais destinadas à Saúde.
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