
No momento em que Zé Maria Tapajós deveria estar planejando as ações de seus primeiros meses de governo, esteve desassossegado, administrando a sede da mantilha e a fome das piranhas. Zé caminha para um impasse ou vira uma esfinge ou chuta o pau da barraca. Se optar pela passividade, a hidra irá devorá-lo.
Como Zé Maria irá lidar com essa hidra de sete cabeças: Lira Maia e sua República do Cipoal, a trinca de ouro do ocaso do PT; Nélio e associados, Partidos do Consórcio, Empreiteiras dos Padrinhos, Legislativo Faminto e, ainda, cuidar dos interesses do governador, lustrando sua imagem política na região?
Como conter o ímpeto dessa fome por cargos? Como saciar a sede por benesses do município? O que não faz um orçamento de 1 bilhão e 800 milhões de reais?
Não fosse suficiente, surge denúncia de abuso do poder econômico que pode cassar sua chapa e tornar inelegível Helder Barbalho.
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Fosse uma disputa olímpica, a candidatura de Zé Maria Tapajós estaria desclassificada por dopping. A estrela do time, o histriônico governador, segundo a denúncia, usou do cargo e suas prerrogativas para favorecer uma candidatura, em acintosa afronta à legislação eleitoral.
Os céus de Santarém viram os aviões oficiais do Governo do Estado e do Governo Federal cruzarem frenéticos em um indo e vindo constante. Helder, o ministro Jader Filho, assessores, a pretexto da estiagem, cumpriam intensa agenda política promovendo o candidato parceiro, enquanto Zé Maria propalava aos quatro ventos, “eu tenho parceria!”
Jader Filho e Helder prometeram 3000 novas casas do programa Minha Casa, Minha Vida, investimentos em um polo industrial, hospitais, recursos para grandes obras de infraestrutura. O paraíso seria aqui, não fosse ele promessa divina.
A ostensiva publicidade do Estado à véspera da eleição, anunciava obras, inaugurações e uma parceria que precisava continuar, leia-se: só possível com a eleição do Zé. E a propaganda eleitoral do Zé afirmava ser ele o cara das parcerias.
Era uma simbiose cínica e descarada, a propaganda política do Zé e a massiva publicidade personalista do governador.
Foi a eleição da centena de milhão. Da cesta básica com o número 15 e aperto de mão do governador, do asfalto correria há 30 dias da eleição, dia e noite, sem descanso de domingo; do título de terra com santinho do Zé no Juá, do voto de duzentos plecos, da sórdida milícia digital denegrindo a imagem do opositor.
Durante todo o processo eleitoral as torneiras jorraram generosas. E tantas foram as promessas feitas na milionária campanha publicitária do Governo do Estado, subliminarmente de apoio ao Zé, que se viram obrigados a estender a campanha até dezembro para dissimular o crime eleitoral.
A massiva publicidade do Estado foi um excelente negócio para as agências de publicidade e veículos de comunicação. Em contrapartida, esses veículos abriram generosos espaços para o histriônico se auto elogiar e exaltar a parceria com o Zé.
Em um momento que precisamos com urgência de campanhas publicitárias educativas sobre violência no trânsito, emergência climática, vacinação, legislação ambiental, o governo do Pará desperdiça milhões em publicidade personalista de caráter eleitoreiro.
Havendo um judiciário fazendo justiça, Helder poderá ter seus direitos políticos cassados por abuso do poder econômico. Provas da acintosa interferência no processo eleitoral existem, basta querer vê-las. Isso é fato inconteste para a maioria da população de Santarém.
Foi a eleição da festa envergonhada, pois sabem o que fizeram para vencer.
Se comparado os recursos financeiros, foi um Alemanha x Arapiraca vencido no último minuto graças ao deferimento de uma liminar autorizando Zé Maria a usar golpe baixo no debate final, com a estória de um cadeado que ele, sua megacoligação e o juiz, sabiam ser fato esclarecido, sem imputação criminal ao candidato opositor.
Helder Barbalho é um personagem que precisa ser observado muito de perto pelo judiciário e pelo eleitor. Seus arroubos autoritários, cada dia mais frequentes, são uma ameaça às liberdades democráticas.
Do Tapajós foi possível observar sua tentativa de extinguir a Funtelpa atingindo a Rádio e TV Cultura, veiculo de fundamental importância para a comunidade artística, científica e cultural. Não por acaso, o setor da sociedade mais critico a atuação política dos Barbalhos.
Ou seria a extinção da Fundação Cultural tentativa de apagar as denúncias de desvios de recursos de emendas parlamentares? Novo escândalo de seu governo.
Daqui vimos a polícia em ação. Dava para ver a mão de Helder suja de sangue, lançando bombas e agredindo professores, a quem ele havia prometido, não cumpriu e como solução desceu a porrada.
Agora no raiar de 2025 anuncia nova campanha midiática com mentiras e promessas. Quando sabemos que o Pará é um dos piores IDH do país, tem o maior percentual de população vivendo em favelas. O sistema de saúde em colapso, a educação pública é precária e lidera o ranking dos crimes ambientais.
Acena com a COP30, segundo ele, a maior de todos os tempos, deixando um grande legado. É previsível prever uns poucos ficando mais ricos, elefantes brancos, obras inacabadas e denúncias de superfaturamento.
Com a COP30 embaixo do braço, a partir do carnaval carioca, Helder pretende dar início a sua escalada rumo ao panteão nacional. Que fiquem atentos Governo Federal e ministérios afins, para que a COP30 não se torne um fiasco e mico internacional maior que a COP29.
De legado ficará o maravilhoso samba e o enredo da Acadêmicos do Grande Rio em homenagem a exuberante, rica e original cultura paraense. Enredo que por sorte ou premonição deixou de fora o Tapajós. Nosso futuro é grandioso e nos reserva um lindo enredo.
P.S. Após melancólico desempenho que decretou o nanismo do PT no município, os Martins poderiam fundar o PPB, Partido do Pragmatismo Burguês, um nanico que pode funcionar como linha auxiliar do centrão.

Paulo Cidmil é diretor de produção artística e ativista cultural. Santareno, escreve regularmente no portal JC. Ele está no YouTube e no Instagram. Siga-o nessas plataformas! Leia também dele: Votar em JK é derrotar um bando de político oportunista, viciados na máquina pública.
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Direitistas Bostanarista, a cada derrota, viram cada vez mais rabugentos🤣😂🤣🤣🤣😂🤣🤣
Pior mesmo seria entregar a prefeitura nas mãos do sujeira JK.