Zolpidem: como o remédio para sono virou moda entre jovens e pode levar à morte

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Zolpidem: como o remédio para sono virou moda entre jovens pode levar à morte
O zolpidem, usado para insônia, foi capturado pelos jovens como droga alucinógena. Foto: Reprodução

O zolpidem é um medicamento usado no tratamento de insônia, classificado como hipnótico, o remédio tem efeito indutor do sono, pelo seu forte efeito, seu uso é indicado por no máximo quatro semanas.

Recentemente, porém, o medicamento virou moda entre os jovens pelos seus efeitos alucinógenos e tem sido usado para fins recreativos e sem prescrição médica, o que não é indicado e pode gerar uma série de problemas de saúde e podendo levar à morte.

O zolpidem é um remédio que atua diretamente no centro do sono no cérebro, o que causa uma sedação instantânea no indivíduo, função essa muito bem aproveitada em tratamentos de insônia, ele só pode ser comprado sob prescrição médica e há limite de tempo de uso devido aos seus fortes efeitos.

Além disso, ele pode ser usado para “restaurar a função cerebral em pacientes em estado vegetativo após lesão cerebral, especialmente para aqueles cujas lesões cerebrais são principalmente em áreas não-tronco cerebrais”, como conclui o estudo “Zolpidem desperta pacientes em estado vegetativo após lesão cerebral: avaliação quantitativa e indicações”, publicado pela National Library of Medicine.

Os riscos do uso

O consumo de zolpidem só pode ser feito sob prescrição médica para que ele não afete funções importantes do organismo, no entanto, a fama sobre seus efeitos alucinógenos fez com que vários jovens começassem a usar a droga de forma recreativa, o que traz diversos riscos à saúde, como explica o pós PhD em neurociências e biólogo Fabiano de Abreu Rodrigues.

“Os efeitos adversos mais frequentes associados ao zolpidem são náusea, dor de cabeça, tontura, sonolência, alucinação e perda de memória de curto prazo. Além disso, este medicamento pode causar visão dupla ou outros problemas de visão, ou lesões graves”, destaca Fabiano.

“Os efeitos colaterais a longo prazo do zolpidem podem incluir, comportamentos anormais relacionados ao sono, lesões relacionadas a acidentes ou quedas, câncer, risco de overdose, risco de transtorno por uso de substâncias (SUD) e morte”.

Fabiano Rodrigues: “O consumo de zolpidem só pode ser feito sob prescrição médica”. Foto: Arquivo pessoal

Os cuidados com o zolpidem

Além de ser consumido apenas sob prescrição médica e respeitar o prazo máximo de utilização, existem alguns cuidados que devem ser tomados com o uso do zolpidem, como deitar-se imediatamente após ingeri-lo e não ingerir outras substâncias como bebidas alcoólicas juntamente com ele.

Fabiano de Abreu ressalta a importância de tomar os devidos cuidados ao utilizar o medicamento e de não utilizá-lo com fins recreativos.

“Todo medicamento deve ser tomado sob prescrição médica, o profissional de saúde determina o uso de medicamento quando não há um bom funcionamento/produção de certos neurotransmissores, de forma que possa organizar o organismo para uma melhor homeostase”, pondera.

“Quando tomamos medicamentos sem necessidade, causamos uma perigosa disfunção podendo desorganizar essa produção acarretando em doenças e/ou riscos de morte seja em curto ou longo prazo. Assim como desencadear processos como demência, câncer, entre outros, todo medicamento causa dependência, principalmente quando não há necessidade de tomá-lo”.

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