
por Joan de Jesus Azevedo (*)

Santarém, como cidade polo no oeste do Pará, recebe cumulativamente pacientes das cidades vizinhas. Seja qual for a necessidade ou ocorrência, o município abriga nossos circunvizinhos, dando-lhes saúde desde a atenção primária até a terciária.
Inúmeros e diversos casos são registrados por dia no Niop e Samu que demandam transportes de pacientes das regiões mais longínquas da região. Esses casos vêm sendo, na medida do possível, sanados com a logística precária que Santarém dispõe. São usados ambulâncias para via terrestre e “ambulanchas”, para fluvial.
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No que tange ao paciente que mora no interior e que a saúde pública não lhe é habitual, o doente só se tem contato quando o caso já é grave e demanda celeridade no transporte até a cidade.
Independente da logística usada para remoção desse paciente, a demora no atendimento e no transporte até o destino final (PSM) vem resultando em óbitos.
Sob uma ótica diferente e atual, Santarém vive status de metrópole e precisa estar de acordo com as necessidades que lhe são elencadas. O transporte de pacientes do interior para a cidade dever-se-á de maneira mais célere e efetiva. Eficiência esta que está ligada a padronização dos procedimentos relativos a transporte médico no âmbito aéreo.
A adequação dos hospitais e órgãos da saúde pública se faz necessária para que a aeronave passe a fazer parte do sistema de urgência e emergência do serviço médico.
O obstáculo até o momento para que isso se efetive está na impossibilidade dos locais em receber aeronaves por falta de estrutura. Os voos, por enquanto, ocorrem da comunidade até o aeroporto de Santarém, sendo que este poderia ser feito da comunidade até o hospital, diminuindo assim o tempo no transporte de vítimas quando acidentadas ou até mesmo transplante de órgãos.
Cabe a gestão municipal buscar um elo com o poder estadual, usando a aeronave que o Estado possui e atualmente se encontra em Belém, para que fixe se em Santarém a fim de solucionar essa grande demanda.
A permanência desta ferramenta na região requer logística nos hospitais e instituições como helipontos (área homologada e demarcada para pouso de helicópteros), para o caso do Hospital Regional do Baixo Amazonas, HRBA, e o auxílio e treinamento de pessoal da SMT, fechando vias onde a aeronave possa pousar (Tv. Silvino Pinto esquina com Av. Marechal Rondon), delimitando espaço para pousos e decolagens, impedindo assim a presença de pessoas e veículos.
Essas mudanças vão interferir diretamente na ampliação do atendimento.
O intuito é despertar os profissionais para mais este campo de atuação, mais do que isso, para que eles possam orientar pacientes e familiares dessa possibilidade que eles podem usufruir, potencializando um número maior de pacientes de outras regiões, pois uma grande parte das ocorrências são vítimas de traumas, e demandam socorro especializado e com o destino para as unidades de terapia intensiva.
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* É piloto, policial e diretor administrativo do Aeroclube de Santarém.
Vai ver lá não existe nem ambulâncias sequer pra trafegar em terra transportando pacientes…
Parabéns pelo artigo. Já tivemos uma aeronave baseada permanentemente em Santarém. Uma grande vantagem de operar as aeronaves do GRAESP nesse tipo de missão é que elas podem realizar pousos e decolagens em área não homologada, diferente de outras aeronaves civis. Isso reduz o tempo total da logística para transporte do cidadão que necessita de atendimento médico emergencial.
Raul Zenio – Tenente Coronel PM e Piloto GRAESP