
por Wallace Carneiro de Sousa (*)
Yone Sanchez, Cuba, ditadura, democracia, liberdade. Parece que um Brasil crítico, dotado do mais sensível sentimento de liberdade e democracia resolveu florescer. Que bom!
No entanto, toda essa discussão que gira entorno da vinda ao Brasil da blogueira Yone Sanchez, que ao decorrer dos últimos anos, após o seu regresso da Suíça a ilha caribenha, tem sido “meteoricamente” (e se foi catalisada deve ter um catalisador) umas das mais divulgadas vozes destoantes do Regime Castrista, levando, assim, muitos intelectuais (profissionais ou de Facebook) a baterem no peito avocando uma defesa retumbante a liberdade e a democracia e, o mais incrível, por meio de um posicionamento contra o a favor de Yone.
Acredito que a discussão sobre ditadura, democracia, liberdade e cia passa primeiramente por um aspecto conceitual, do contrário essas palavras viram apenas palavras e não se solidificam para depois se dissolverem no ar.
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Porém, poderia aqui mais uma vez falar dezenas de palavras a respeito da blogueira (contra ou a favor), mas que no final em nada alteraria o status quo de nossa liberdade – continuaria entre aspas – sem ter direito a ter direitos, com dezenas de brasileiros encarcerados por sua condição de indignidade humana, com muitos direitos a ter, mas sem condições de tê-los.
Continuaríamos tendo uma democracia de fachada, assistindo a discussão inútil do momento, ao mesmo tempo em que um corrupto sobe a presidência de nosso Senado e milhares de jovens se movimentam pelo “FORA RENAN”, ansiosos por uma discussão que quem sabe poderia levar a rediscussão de nosso modelo eleitoral e até mesmo de nossa democracia indireta.
Enfim, continuaremos na cegueira branca, discutindo a natureza de mocinha ou bandida de uma blogueira que descumpre o que prega, vendendo suas “informações” e nós, sentados em um coliseu de grandes novidades, vendo a banda passar.
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* Santareno, é servidor público federal e militante do PSOL.
Não esquerdista que que defende que as leis sejam aplicadas com rigor não defende essas, posto que, pela leis cubanas essa já deveria estar presa vivendo de comer ratos. Por outro lado, os esquerdista carvalianos cumpriram duas missões: a) ajudaram o embaixador cubano em defender que não precisa de mais punições já que essa quase apanhou por aqui b) vendeu a imagem de que o governo Dilma tá querendo levar o país para uma ditadura a la cubana, coisa que Sarney e turma ter muito do que temer, para fortalecer os petista que querem a volta de Lula em 2014,
todos esses que hostlizam a blogueira deverima passar uma temporada em cuba não como turistas mas como cidadão cubanos e dirvegirem do regime facista instalado lá !!! seriam ” gentilmente convidados ” a irem para o predón ou para um canavial cortar cana !!! vão prá lá galera prá cver o que é bomprá tosse !!!! e o coma andante fidel é contra o capitalismo mas hoje é tgristemente o garoto propaganda da adidas!!!! égua siri !!! é melhor cair em contradição do que do oitavo andar !!!!
A pergunta é, o que a ‘blogueira’ veio fazer pelo Brasil?
A blogueira cubana e o fracasso da diplomacia da desintegração.
Não é casual que a blogueira tenha iniciado sua gira pelo Brasil, país que tem participação decisiva no mais importante projeto de infraestrutura em construção em Cuba hoje, o Complexo de Mariel. Será o maior porto de todo o Caribe.
Por Beto Almeida
A gira da blogueira cubana Yoani Sanchez pelo Brasil tem se revelado, até o momento, uma exitosa campanha de ‘over’ exposição midiática dela, numa tentativa de distorcer a gigantesca função histórica libertadora da Revolução Cubana e, também, numa fracassada operação da diplomacia da desintegração. Trata-se de uma ação geopolítica da direita para tentar impedir a crescente presença política de Cuba na América Latina e Caribe por meio de vários projetos de cooperação, mas, sobretudo, pela criação da Celca (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), da qual Cuba é hoje presidente e onde foram derrotados pelos povos da região todos os esforços da agressiva política dos EUA para isolar a ilha caribenha. Começo por reivindicar 1% do espaço midiático dado a ela, para discutir este outro ponto de vista.
Era previsível que a blogueira tivesse ampla cobertura da mídia. Esta cobertura é marcada pela repetição de uma única tese e, na proporção inversa, pela negativa em informar sobre o que é exatamente a realidade Cuba, a começar pela informação de que Cuba exerce a presidência da Celac, o que, para um país que foi bloqueado, expulso da OEA, atacado militarmente pelos EUA, impedido de ter acesso pleno ao sistema financeiro internacional, representa exatamente uma vitória de Cuba e da causa da integração latino-americana e caribenha. Obviamente, representa um fracasso de todos os países imperiais, de seus meios de comunicação e de personagens como Yoani Sanches, que, observa que seu discurso é de absoluta sintonia com os polos mais conservadores da sociedade brasileira, discurso que tem sido derrotado. O discurso dela e da mídia brasileira que o exalta, é o discurso que quer o fracasso da política externa brasileira de prioridade à integração com a América Latina.
Quem quiser ler mais sobre o assunto esse é o link : https://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=09d7de7eb33cc3b65f4e19b43f8bc81e&cod=11031
Ohhhhh… Ohhhhhh… Quanta lenga-lenga… Se os EUA são realmente imperialistas, por que diabos se queixam do pais não querer nada com a Ilha? Se os EUA não prestam, então é ótimo para Cuba não ter relações com ele, não é? Se Cuba é comunista, para que precisa ter pleno acesso ao sistema financeiro capitalista? O que a blogueira veio fazer no Brasil? Boa pergunta. Como esta outra: o que o Battisti veio fazer no Brasil? Quem financia a vida de nababo que ele leva no bairro dos Jardins, o mais caro e rico da capital paulista?
Transcrita do Espaço Aberto
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Mas que coisa, hein, meus caros?
No país da democracia, no país da liberdade, no país em que a divergência deveria ser um sinal de inteligência, no país em que o confronto de ideias deveria ser a luz para consensos e não para unanimidades, execra-se quem sonha com a democracia, com a liberdade, com a divergência e com o confronto de ideias.
Esse país é o Brasil.
A execrada é Yoani Sánchez.
Yoani Sánchez, sabem vocês, é a blogueira e jornalista cubana que execra as ditaduras, que sonha com a liberdade, que anseia pela transparência, que não se intimida em denunciar a violação dos direitos humanos em Cuba, onde, acreditem, ainda há presos políticos por delitos de opinião (ceús!).
Yoani Sánchez, com edita o blog Generacion Y, está no Brasil.
Já ouviu chamarem-na de “mercenária”, de “vendida”, de “instrumento do imperialismo”, “de representante dos interesses yanques” – essas baboseiras todas.
Abram-se, no entanto, passagem para as baboseiras.
Até para elas.
Abram-se alas para as os bordões d’antanho (huuu!), para os lugares-comuns pré-queda-muro-de-Berlim.
Até para eles.
A democracia acolhe, é claro, os protestos, as divergências, as insatisfações externadas pública e tonitruantemente (huuu! – outra vez).
Democracia sem contrastes não é democracia, né?
Pois é.
Uma coisa é a liberdade de protestar até contra quem, como Yoani Sánchez, luta pela liberdade e contra a ditadura.
Outra coisa é, no país da democracia, cercear o debate e impedir, mais ou menos à força – força bruta, vale dizer -, que eventos se realizem.
Ontem à noite, a blogueira estava em Feira de Santana (BA), para o lançamento do documentário Conexão Cuba-Honduras, razão primeira de sua vinda ao Brasil.
Houve protestos contra ela.
Até aí, nada demais.
E aí?
E aí que grupos de manifestantes impediram a exibição do documentário.
Mesmo assim, Yoani permanecia, até o final da noite de ontem, tentando conversar com os manifestantes.
Ela e o intrépido senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que a acompanhava e chegou a discutir com um manifestante.
Grande Suplicy!
Pelo menos ele para mostrar à blogueira cubana, sonhadora das liberdades, que no Brasil da democracia há gente tolerante.
Tão tolerante que até cultiva o dissenso.
Mas a maior lição foi mesmo a de Yoani.
Em vez de ser avessa a protestos, ela os acolhe com a naturalidade do maior dos democratas.
Yoani Sánchez já foi presa e torturada em Cuba simplesmente por denunciar violações execráveis dos direitos humanos. Ela sabe o que é viver sob um regime ditatorial.
Os manifestantes que bradam contra a blogueira e a execram só sabem o que é viver em liberdade. Que bacana, não é?
Esse é o país da democracia.
Esses não os nossos democratas.
Putz!
Postado por Poster às 2/19/2013 07:00:00 AM
A “democracia” petista se superou, neste caso. Um assessor do governo foi pago pelo erário – viagem, hospedagem – para ir a Cuba buscar material para hostilizar a blogueira. Ou seja, mesmo os que não concordam com isso, pagam a conta dessa gente que acha que é dona do Brasil. Eu não entendo como tem tanta gente que acredita que estamos numa democracia.
Felizmente, no Brasil, temos liberdade de expressão. Muito embora o art. 5º, inciso IV, da C.F. estabeleça que “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”, muita gente manifesta seu pensamento, por escrito, e muitas vezes se escondendo atrás do anonimato. A blogueira tem minha solidariedade. Viva a democracia.
Isso não garante que o cara fique livre de levar uns tapas se alguém não gostar da sua opinião.
Falar de democracia no Brasil é muito difícil. Que democracia é esta, onde os tiranos e torturatores do golpe militar nunca foram julgados e condenados pelos seus crimes. Neste ponto os Argentinos e o Chilenos nos ganham de goleada.
para podermos falar em democracia indireta, ou discutirmos problemas de corrupção temos que primeiro dar a população o direito de pensar e manifestar seu pensamento… Como sabiamente lecionou René Descartes, ‘cogito, ergo sum’ (penso, logo existo).
Para se discutir qualquer outra coisa, deve-se garantir primeiro neste caso, o direito do cidadão poder discordar do pensamento de alguém sem sofrer retaliações por isso. Se estamos escrevendo aqui, é porque temos este direito. Para podermos gritar contra os desmandos governamentais temos que poder gritar primeiro, pois o silêncio obrigatório é pior que o opcional.
“Como quase todos num país ainda na idade do byte lascado, Yoani não tem conexão em casa. É obrigada a postar em hotéis a preços absurdos porque as poucas lan houses são só para estrangeiros e seu blog não pode ser acessado na ilha.
Agora Yoani quer usar o dinheiro dos seus prêmios culturais ganhos no exterior para fundar um jornal independente. Ley de Medios em Cuba já!”
– Nelson Motta (em O Globo, hoje).
A pretexto de defender novo enfoque à questão, Wallace não deixa de dar curso à trama do embaixador cubano no Brasil, ao dizer que Yoani é “uma blogueira que descumpre o que prega, vendendo informações”… Conta outra, Wallace! Conta, por exemplo, que Fernando Moraes, Chico Buarque e Frei Beto, dentre outros medalhões, são recebidos com mordomias e a pão-de-ló por Fidel Castro só para escreverem depois a favor da ditadura mais antiga e mais sangrenta do planeta. A dicsusão que se deve travar não deve ser sobre a motivação da blogueira, mas, sim, sobre se o que ela diz é ou não é verdade. Quererão negar que a ditadura cubana prende, mata e persegue os dissidentes? A perseguição à blogueira é uma prova disso. As masmorras lotadas de presos pol´piticos em Cuba são uma prova disso. Os milhares de fuzilados são uma prova disso. Os milhões de exilados são uma prova disso. Pode ser crucificada uma blogueira por querer à praia, comer bananas e tomar cerveja, em vez de passar a pão e água como o povo miúdo de Cuba que só tem acesso aos parcos cartões de racionamento de comida (já que a elite do regime tem todas as regalias e facilidades de usufruto de bens importados às custas do povo simples de Cuba, como fazem aqui, por sinal, os petistas que “aparelharam” completamente o Estado)? Queira ou nao queira, dou mais valor ao blog da Yoani do que às louvaminhas do Frei Beto e quejandos.
Gente como Chico Buarque fazia aoê no exterior mil vezes maior durante a fase mais cruel da nossa ditadura, agora só se corre o risco de levar um leve tapa se, por exemplo, for na UFOPA querendo alguma prestação de conta, porquanto, segundo essa concepção, mil vezes mais canalha do que essa estaria sendo agora.
Caro Wallace Carneiro de Sousa , concordo com você na discussão dos conceitos de ditadura, democracia e liberdade. Seguindo seu raciocínio, acredito que no Brasil vivemos de vez em quando lampejos de democracia. Lembrando que democracia é um processo que leva tempo para ser estruturado, conscientizado e consolidado. Na visão filosófica da política, ainda estamos bem longe dos níveis conceituais desejados.
Essa heroina da direita internacional é um dos maiores blefes patrocinado pela CIA.
O PSOL é o pé de sola que a turma usa para pisar nas esquerdas sem sujar seus pés de M*
nem adiante se dizer de esquerda se não defende com orgulho e amor os valores que essa precisa para conquistar o poder
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https://www.youtube.com/watch?v=ym8l9GuiGDk&feature=player_embedded
E ela tem tanto ibope assim ?