Pro Paz atende escalpelados em Óbidos

Publicado em por em Política, Saúde

Da Agência Pará

Elas se destacam em meio à multidão, com as cabeças sempre cobertas e olhares tímidos, que refletem vergonha ou medo de se mostrar.

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Motor com eixo descoberto: causa de escalpelamentos

É assim que as vítimas de escalpelamento são reconhecidas pelas equipes da Diretoria de Políticas de Atenção Integral à Saúde (Depais), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), divisão que acompanha a Caravana Pro Paz Cidadania Presença Viva no Baixo Amazonas, a 2ª região do Pará com maior registro de acidentes provocados por eixos de motores sem proteção nas embarcações.

Dos 8 acidentes registrados nos primeiros seis meses deste ano, três foram nos rios do oeste paraense.

O último aconteceu há cinco dias no Rio Xingu, no município de Porto de Moz. Esse número pode ser ainda maior, segundo o técnico da Depais, Marcos Benedito.

A subnotificação é um dos desafios enfrentados pela Sespa no atendimento às vítimas.

“A maioria dos acidentes acontece em localidades distantes das sedes dos municípios, e após o atendimento básico na cidade essas vítimas retornam para casa com todas as sequelas e o sofrimento característicos desse tipo de acidente”, explicou Marcos Benedito.

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4 Comentários em Pro Paz atende escalpelados em Óbidos

  • A nossa luta contra o escalpelamento é árdua, mas extremamente gratificante quando a gente consegue reduzir o número de acidentes no estado. O Pará tem dimensões continentais e por isso é necessário o envolvimento dos gestores municipais e mais empenho do governo estadual e federal.

    Talvez, de todas as tragédias amazônicas, o escalpelamento seja a mais dolorosa e violenta, por isso que temos redobrado esforços para atingir nosso objetivo que é o de erradicar com essa barbárie.

  • Sr JSteiner, sua observação é pertinente mas não é regra geral as mulheres usarem cabelos compridos aqui em nossa região.Algumas igrejas evangélicas aconselham às fiés usarem cabelos longos, não tenho a mínima idéia.Aliás, a orientação mor é a de que mulheres de cabelos compridos protejam seus cabelos quando adentrarem a embarcações que apresentem eixos expostos.Graças a Deus tem diminuido ,assazmente, esse tipo de acidente atroz em nossa região.

  • Prezado Jeso

    Após ter residido em Santarém e outros lugares do Brasil, tenho a impressão de que a Região Norte deve ter, no Brasil, o maior percentual de mulheres com cabelos longos; deve ser quase 100%. Em Santarém,quando aí morei, conheci pouquíssimas mulheres com cabelo curto, e eram quase todas de outros estados (principalmente do S e SE).

    Nada contra os cabelos compridos, muito pelo contrário, parece que são preferência nacional… Mas as vítimas do escalpelamento sofrem esse acidente horrível porque os cabelos (sempre longos) são puxados pelos eixos dos barcos, todo mundo sabe…

    Não me lembro de ter visto algum tipo de campanha incentivando as crianças, moças e mulheres a amarrar ou cobrir os cabelos para protegê-los de ser puxados. Acho isso tão importante quanto cobrir os eixos dos motores.

    O poder público deveria chamar a atenção da população também para isso, o que seria uma forma de ajudar a evitar esse tipo de acidente.

    Reitero que não estou criticando as mulheres que têm cabelos longos; é opção de cada pessoa… Este é só um comentário que faço para ajudar a prevenir o escalpelamento. Seguro(a) morreu de velho(a)…

    Obrigado.

  • É cruel o estado de uma pessoa escalpelada, além de atingir profundamente sua parte física, rui, dilacera, destrói , calcina o doente em seu componente emocional deixando-a fragilizadissima.Conhecí vários casos, pessoalmente. Daí em sua abordagem clínica necessitar de uma equipe multidisciplinar tais como : Psicólogos, Assistentes Sociais entre outros. Parece-me que ocorre ,máxime, aqui na Amazônia.Apesar da orientação que donos dessas embarcações recebem, teimam em não seguirem as normas que lhes são repassadas, trazendo danos terríveis as meninas e mulheres. Acho, pela raridade de acontecer com os homens, estes não se preocupam em prevení-los.Deveria haver penas severas a indivídus que não seguissem as orientações recebidas.

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